
terça-feira, 16 de agosto de 2011
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Tabaquices

A alternativa que eu encontrei é a mostrada aqui ao lado, uma máquina de enrolar que, em termos de comparação, me dá um custo de 1,25 € por maço, mais coisa menos coisa.
Eu fumava Ventil Box, que agora custa 2,80 €, só para terem uma ideia.
Antes de enveredar por esta via tentei o básico cigarro enrolado só que surpreendentemente acabava a sair mais caro... Mortalhas, filtros e tudo mais, ficava à volta de 2 euros o maço.
E isto pra nem falar do efeito visual meio embaraçoso de parecer que estou a fumar charros a céu aberto... mesmo com maquinaria própria, um cigarro de mortalha vai sempre parecer um charro.
Chegou-me a acontecer ser elogiado pela qualidade dos meus enrolanços... que até hoje ainda não sei se é um elogio, um insulto, ou uma acusação de abuso de droga.
Note-se que eu sei que fumar faz mal.
Sei que devia parar, que estraga a saúde e a carteira, que cada cigarro é um prego no caixão e etc e etc mas a pura verdade é que, nem que seja só lá no fundo, não quero deixar.
Gosto da "pausa na vida" que fumar um cigarro proporciona, do efeito calmante daquele cigarro numa situação mais tensa, do contemplativo cigarro a meio da noite, do digestivo a seguir à refeição, do despertador primeiro cigarro da manhã ou até do paladar apurado que o cigarro dá ao café... Pra não falar do cigarro celebratório de uma vitória num qualquer jogo, do cigarro "concentrante" num qualquer problema difícil a resolver ou ainda do cigarro relaxante depois do sexo.
Sou da ideia de que todos temos vícios muito próprios.
Eu não me consigo ver a beber 3 cervejas por dia todos os dias, nem vinho a todas as refeições, não me vejo a fumar charros todos os fins de semana.
Do mesmo modo que não me vejo a beber Coca-Cola 2 ou 3 vezes por dia...
Ou a tomar banho de mar todos os dias às 7 da manhã, faça chuva faça sol.
Ou duche de água fria independentemente da hora do dia.
Ou até mais, coisas que as pessoas nem se apercebem que são vícios... depilação, ler o jornal, jantar às seis em ponto, ir à missa todos os domingos e tudo mais que no fundo sejam rotinas.
Porque os vícios não passam disso, a nossa necessidade humana de rotina, a nossa âncora psicológica a uma actividade imutável, constante.
Num mundo em que cada minuto que passa nos aproxima mais do minuto final, saber que há coisas ou sensações que permanecerão sempre iguais é essencial para a nossa sanidade mental.
Etiquetas:
Condição Humana
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