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Divagações, Diatribes e outros Semelhantes

domingo, 26 de janeiro de 2020

Amizades passadas

Amizades antigas são uma coisa estranha...

Principalmente se eram grandes amigos.

Aqui está uma pessoa de quem sabias tudo, ao pormenor, desde comida preferida até banda, cor e outras coisas do género, passando por opiniões políticas e religiosas, enfim, alguém que era realmente importante para ti a uma determinada altura, há dez, quinze ou vinte anos atrás e de repente... nada.
Perdes o contacto, se calhar um de vocês muda de ilha, ou arranjam trabalho com horários incompatíveis, ou ele tem uma daquelas namoradas que não gosta dos amigos, ou seja qual for a razão, deixam de se falar durante uns tempos.

Depois por este motivo ou por outro recuperam o contacto e já não é a mesma coisa.

Cruzam-se na rua ao fim de uns anos, encontram-se no facebook, dão por vós a trabalhar no mesmo sítio, seja o que for.

As pessoas tornam-se outras, vocês cresceram, tomaram rumos diferentes, mudaram de gostos ou simplesmente amadureceram de modo diferente, casaram-se, divorciaram-se, tiveram filhos, morreu-lhes o cão, um sem fim de experiências marcantes que o outro não partilhou e não tem como se relacionar.

É estranho e quanto mais falam mais parece que se está a celebrar a morte de um amigo, que a pessoa que conhecíamos já não existe e que esta que o substitui não encaixa tão bem connosco como o antigo encaixava.

É pena, mas não há nada que possamos fazer, é o curso que a vida tem.

No entanto, o reverso também é verdade.

Muitas vezes também se reavivam amizades que não eram fortes nem minimamente importantes e que, passados dez ou quinze anos, são muito mais significativas, muito mais consistentes.

É curioso...

sábado, 11 de janeiro de 2020

Qasem Soleimani

Bem vindos à terceira guerra mundial!

A América voltou a fazer das suas e desta vez foi o general iraniano mais amado pela população que foi cos cucos.

Qasem Soleimani era a cola que unia a resistência islâmica contra o radicalismo no médio oriente. Se vocês acham que a coisa já estava mal até agora, esperem para ver como é que vai ficar nos próximos tempos!

Não quero tornar o homem num mártir, porque claro que não era perfeito. Qualquer pessoa que seja o equivalente do chefe da CIA no seu país, tem a sua conta de esqueletos no armário.
Mas num antro de extremismo como se tem tornado o golfo da Pérsia, era um dos poucos que tinham mão no acontecimento.
"Nascido" na guerra Irão-Iraque dos anos 80, Soleimani revela uma aptidão militar desde muito cedo, mas mais importante uma mira de pensamento, uma exactidão de alvo em saber quem realmente é o inimigo.
Após oito anos sangrentos de guerras no golfo, foi perfeitamente capaz de pôr inimizades de lado para ajudar (ou até quem diga ganhar pessoalmente) tanto a guerra civil da Síria como a guerra iraquiana contra o ISIL. Conseguiu unir Kurdos e Shias numa única força, coisa que outro não teria conseguido.
Bom, mau, ou indiferente, não se pode negar que vai fazer falta na zona onde se inseria.

E depois lá vêm os drones americanos armados em campeões.

Ora vejamos... América "cria" Saddam Hussein.
Saddam invade o Irão para derrubar o Shah.
Oito anos depois, acaba a guerra e os Ayatollahs mandam no país.
América mata Saddam.
América mata Soleimani.
Asseguir... América mata Ayatollah?

Seja como for, a América acabou de tirar a rolha da garrafa de violência em que se está a tornar o médio oriente.
Maus tempos virão.
Esmail Ghaani, o seu substituto, é mais reaccionário, mais violento.

No entretanto, já se fala em recompensas pela cabeça do Trump.
Muito em breve, amigo puxa amigo e Soleimani é o novo Francisco Fernando.

domingo, 5 de janeiro de 2020

Rápi Nú Yé

E começa mais um ano.

Parece que vai ser mais do mesmo.

A América pegada com o Irão, a economia no fundo do poço, Portugal rebaixado ao resto do mundo e o sistema solar continua inexoravelmente na sua rota de colisão contra seja lá o que for.

Algumas coisas estão diferentes.
Pouco, mas nota-se qualquer coisinha. Não é dizer que está a melhorar, mas há um ar de mudança...

Se calhar é pólen.

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Séries de Segunda: The Witcher

Quando comecei a ver a série não tinha lido os livros nem tinha jogado os jogos.

No entretanto, já comecei a ler os livros (não na língua original, que eu não falo polaco, mas mesmo assim em inglês), e nota-se algumas diferenças marcadas mas não necessariamente para pior.

Mesmo assim, para quem não leu, há coisas que passam ao lado, por exemplo, que os olhos pretos são sintoma das poções que ele toma e não só do facto de ser witcher.

Os conhecidos prévios alteraram-se, o Geralt e o Stregebor ou o pai da Marilka, por exemplo, e alguns plot hooks são introduzidos onde antes não havia mas não está mal feito e aumenta a tensão sem ser demasiado.

O único ponto que achei mesmo mal foi que, fora uma ou outra micro-pista, custa a perceber que as três histórias passam-se em tempos diferentes.

De resto, recomenda-se. A série ainda não aprofundou a mística da magia mas pelos livros já vi que é uma visão interessante e um bocadinho inovadora, promete boas coisas.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Filmes de Sábado à Noite: Knives Out


Vi este e... gostei.

Filmes do tipo "whodunnit" ultimamente não tem tido grande mistério, ou foi o mordomo ou foram todos juntos, mas de seja quem fôr, regra geral já se descobre a metade do filme.

Não sei se é da idade, mas já não é fácil encontrar nem comédias nem mistérios que preste. Já se tornou tudo demasiado previsível, demasiado mastigado.

Ou são remakes, que quem viu o filme original já sabe o mistério todo (e aí a piada é ver o quanto melhor ou pior está feito em relação ao original), ou são filmes novos que no fundo no fundo de novo não tem nada.

Este conseguiu o que poucos ultimamente conseguiram, mesmo sabendo quem é afinal não se sabe quem é, e quem é afinal não é quem era e assim sucessivamente.

Recomendo.

A única coisa que eu não gostei foi do sotaque do Daniel Craig. Embora tenha gerado a magnífica piada do "CSI KFC", ao fim de quatro ou cinco frases enerva profundamente.
Mas hey, não se pode ter tudo.