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Divagações, Diatribes e outros Semelhantes

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Want you bad

If you could only read my mind
You would know that things between us
Ain't right
I know your arms are open wide
But you're a little on the straight side
I can't lie

Your one vice
Is you're too nice
Come around now can't you see

I want you
All tattooed
I want you bad

Complete me
Mistreat me
Want you to be bad

If you could only read my mind
You would know that I've been waiting
So long
For someone almost like you
But with attitude, I'm waiting so come on

Get out of clothes time
Grow out those highlights
Come around now can't you see

I want you
In a vinyl suit
I want you bad

Complicated
X-rated
I want you bad

Don't get me wrong
I know you're only being good
But that's what's wrong
I guess I just misunderstood

I want you
All tattooed
I want you bad

Complicated
X- rated
I want you bad

I mean it
I need it
I want you bad

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Dias Santos

Sou só eu que acho que temos feriados a mais?

É verdade que sabe bem ficar um dia em casa, ou receber mais no caso dos que trabalham, mas parece-me que temos feriados para festejar coisas que não interessam a ninguém.

Há dias que fazem perfeito sentido, como o 25 de Abril que é dia feriado para comemorar a ocasião de se terem entupido espingardas com cravos, ou o 13 de Maio, que comemora o dia que três labregos decidiram enganar uma aldeia inteira e dizer que viram uma Maria qualquer, mas mesmo esse já nem são festejados como deviam...

O Natal, tudo bem, toda a gente festeja o Natal. O Fim-de-Ano a mesma coisa, acho que toda a gente festeja o fim-de-ano... menos os chineses, mas esses não interessam.

Mas é que até o Carnaval já começa a ser inútil... normalmente a terça feira gorda marcava o último dia de exagero antes da quaresma, os não sei quantos dias pra Páscoa em que era suposto fazer jejum e não sei mais o quê, mas nos dias que correm há danças e bailinhos na quarta e às vezes até na quinta, portanto já nem de "fim" serve.

E alguém me sabe explicar porque raio é que o 5 de Outubro é feriado?

Quer dizer, quando eu era puto lembro-me de haver festejos do 25 de Abril, dia da liberdade e etceteras, e fazia sentido que sendo um dia aplicado a uma ocasião em especial se façam festejos relacionados com essa ocasião.

Mas... o 5 de Outubro? Nunca vi festejar nada no 5 de Outubro.

Um gajo quando sai à rua a 25 de Dezembro e leva com a música nojenta, os pais natais, a iluminação fatela e os peditórios da cáritas pelo menos dá logo por isso que é Natal!

Agora, ter um feriado para festejar o dia que o Afonso Henriques deu umas chapadas na mãe quando a maioria dos portugueses nem sabe quem era a mãe dele, não me faz sentido nenhum...

Há os dias feriados e depois há os dias de coçar na micose e o efeito e a memória deste eventos perdem-se num mar de falta de interesse.

Deixamos de festejar marcos importantes na história portuguesa para festejar a preguiça e o ócio em geral.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Asperger

Às vezes fico com a distinta impressão que sofro de Asperger...

Algumas das características desta "doença" são interesses restritivos ou repetitivos, que eu tenho, movimentos ou acção de rotina, que eu também tenho, interesse em parte de objectos, que eu também tenho, uso atípico de linguagem, problemas de sono, tanto em acordar como em adormecer, alixitimia e assim por diante.

A única que me salta à vista que eu não tenho são problemas motores, mas de resto...

Quando eu agarro um jogo de computador, tenho a mania de querer explorar as pontas todas e fazer tudo o possível... até acabar tudo o que há para acabar e agarrar outro e o ciclo começa outra vez.

Quando faço a barba é sempre na mesma direcção num lado da cara e em direcção contrária no outro, aperto o cinto sempre para o mesmo lado, ataco os sapatos sempre da mesma forma, enrolo as mangas sempre até à mesma altura...
Quando como cereais uso sempre a mesma tigela, ao ponto que se ela não está disponível, a experiência parece diferente.

Quando eu era puto, fiz a certa altura uma colecção de selos. Lembro-me perfeitamente que tinha vários exemplares de um selo americano com uma aviadora qualquer, só porque os carimbos eram diferentes. Era pra mim difícil compreender que carimbos diferentes não os tornavam selos diferentes!

Por um lado é reconfortante saber que alguns dos meus "tiques" possam ser explicados por uma doença, não são exactamente culpa minha e como tal são, se não justificáveis, pelo menos mais fáceis de compreender.
Por outro, é difícil engolir que algumas das coisas que gosto menos em mim nunca vão mudar, nunca vão melhorar com a maturidade e o passar do tempo. Faz-me sentir um pouco inútil.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Complexo de Inferioridade

O desenvolvimento do JackContinuando na onda do pretoguês, nota-se um certo complexo de inferioridade nos provérbios portugueses em relação à língua inglesa, que sempre achei interessante porque nos faz parecer piores que eles.
Se na alma do povo nos portamos como inferiores, não há remédio senão sermos mesmo inferiores, certo?

Enquanto que o português pé rapado, pobre e descalço quando se assusta diz que o coração lhe caiu aos pés, o inglês fidalgo e bem calçado diz que o coração se afundou nas botas...
Será que os sapatos são assim tão baratos na ilha inglesa?

Enquanto que o português cabeça no ar, despassarado e distraído diz que mais vale um pássaro na mão que dois a voar, mostrando que os pássaros a voar nunca mais os apanhavas portanto nem havia necessidade deste provérbio, o inglês diz que um pássaro na mão vale dois no arbusto, sendo que se os melros estão mesmo ali no arbusto ainda se pode contemplar a ideia de os caçar, aí já sendo precisa uma voz sábia que venha dizer "não faças isso"... Mas o tuga que é tuga nem sequer se lembra da facilidade e vai logo a olhar pra cima e olha mãe que tem ali dois.

Eu sei que há dizeres que fazem muito mais sentido em português do que em inglês, como o chover a potes que em inglês é chover cães e gatos, que ainda estou para perceber como raio é que chovem animais de estimação, mas essas já não tem aquela conotação de inferioridade...

Para rematar, peço que analisem a expressão para inglês ver, que acho que demonstra perfeitamente este conceito de eles serem melhores que nós, que se fazemos uma coisa exageradamente bem feita é com o propósito de os agradar, de os deslumbrar... mesmo que essa coisa não tenha funcionalidade nenhuma. Parece que temos que nos subjugar ao inglês, que a opinião dele é mais importante e que parte das nossas vidas deve ser em função dele, do inglês.

Até parece que têm uma moeda mais forte que a nossa... ou salários mais altos... ou que têm a língua mais falada no mundo inteiro!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Pretoguês

Tenho pena que os portugueses não falem português.
Ou é um "português para totós", ou é um monte de estrangeirismos embrulhados ou palavras exageradamente caras que metade das vezes nem tem significado nenhum.

Lembrei-me de uma formação que tive aí há uns tempos no hotel... Foi-me dito que ía-mos fazer um forcing do assunto porque tínhamos pouco tempo.

Mas que raio de merda é que é um forcing?

Quer dizer, nem sequer é um crash course! Eu quando ouvi falar em forcing fiquei a pensar que ia ser enrabado ou o caraças!

Custa assim tanto dizer "curso intensivo"? Nem sequer vou por "formação breve de matéria condensada" nem nada exageradamente caro!

E isto vê-se em tudo... ninguém manda beijos, é kisses... Se acham que beijo é muito simples, digam ósculos! Digam outra coisa qualquer, mas é preciso mesmo ir pelo mais básico do inglês? E nem é inglês puro, é inglês light! Americano, barato...

Não digo que não haja situações perfeitamente aceitáveis, nem digo que nos deixemos de vernáculo, mas um bocadinho mais de esforço não fazia mal a ninguém.

Temos um vocabulário tão vasto que não consigo perceber porque carga de diabos é que nos resignamos ao básico, ao simples... ao pobre.
É uma fraqueza de espírito, uma falta de consideração por novecentos anos do país que é Portugal... e pela língua que é a língua portuguesa.

E já estamos tão habituados que há palavras que nem nos soam bem em português. Ninguém diz molho de tomate, por exemplo. Mas porquê? Qual é o problema com molho de tomate? É por serem muitas palavras? Ketchup é mais rápido?
Mas se ninguém concorda na pronunciação correcta do ketchup! Vai desde catchépes a cachopas a qûetechupes... digam lá se não acham que molho de tomate era bem mais fácil.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Hipocrisia Histórica

Se é bem verdade que a hipocrisia me chateia, é ainda mais a ideia de que "não se fala mal dos mortos".

Li outro dia qualquer coisa a falar bem das pirâmides do Egipto, construções fantásticas e bla bla bla e lembrei-me desta... nem sei bem porquê.

Porque será que toda a gente se esquece que as ditas pirâmides foram construídas à base de trabalho escravo?

Quer dizer, os putos na china a fazer brinquedos e sapatilhas não pode ser, mas os putos no Egipto a acartar pedra não há problema? Decidam-se de uma vez, ou a escravatura é boa ou é má!

Isso é como a história dos diamantes de sangue... se tem uma má raiz, deveria ser ignorado por completo!

Ao longo do tempo as pessoas esquecem do mal, tanto de indivíduos como de culturas.

Hoje em dia quando se fala de Ghengis Khan, fala-se da união das culturas, da elevada diplomacia, dos muitos direitos das mulheres (até tinham mais que hoje em dia) e parece que se esquecem das hordas a cavalo que pilhavam, queimavam, violavam e outros -avam que agora não me lembro.

E os romanos a mesma coisa... estradas, cultura, esgotos, medicina... e as guerras? E os escravos? E os cristãos atirados aos leões?

E o contrário também acontece! Há pessoas que são completamente demonizadas e até não eram assim tão maus!

Se se perguntar quem era o Príncipe João, as pessoas lembram-se do mau da fita do Robin dos Bosques...
Mas o homem até que não era mau rei, ele era só incompetente! O irmão agarra a maioria do exército e vai para o outro lado da Europa partir focinhos a mouros, matar tudo e todos que lhe aparecessem à frente, deixando o país na merda e à beira de uma guerra com a França, mas o irmão é que é o papão?

Ou o rei Eduardo! O gajo do Braveheart... A única razão que ele se foi meter na Escócia foi porque os próprios escoceses pediram! E o homem não era nenhum bronco... ele basicamente escreveu a primeira constituição inglesa, criou leis que permitissem o bom governo do país durante séculos, muitas delas ainda em existência, bem como sistema de financiamento para que as pessoas não caíssem em dívida e muito muito mais!

E temos ainda outra vertente... o deificar de pessoas que pura e simplesmente não merecem.

Quem é que se lembra da Joana de Arc? Então uma esquizofrénica com alucinações que julga que fala com Deus leva uns quantos franceses à vitória e de repente é o melhor que aconteceu no mundo desde a invenção da pólvora? Mas isto andava tudo estúpido ou quê? Se eu andasse a dizer que falo com Cristo e que ele quer que nós capturemos a base das lajes, era logo internado de certeza!

E quem é que viu O Patriota? A personagem de Mel Gibson é baseada em Francis Marion, o "raposa dos pântanos", que era famoso por caçar índios por desporto, violar escravas, assaltar e pilhar carruagens e acampamentos ingleses e mais um sem-fim de atrocidades! E isto é que é um grande herói?

É verdade que noções como atrocidade, violência, racismo e outras que tais devem ser sempre vistas em referência ao meio que aconteceram, mas acho que há crimes intemporais que não deveriam ser tão facilmente esquecidos.