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Divagações, Diatribes e outros Semelhantes

sábado, 6 de março de 2010

Fim do Lusitânia

O Diário Insular de ontem dizia "Clube sem amanhã", a União de hoje diz "Lusitânia a caminho do fim".

Já não era sem tempo.

Como uma cavalo com a pata partida o clube já se andava só a arrastar à espera que alguém o tirasse da sua miséria.
Um historial de má gestão, maus investimentos, más prioridades, má divulgação entre outros males levaram este clube com quase oitenta anos à ruína financeira, moral e desportiva.

Com uma equipa de basket entre as melhores do país, porque raio se continua a apostar numa equipazinha de futebol de merda que nem chega à terceira divisão?

Havia mesmo necessidade de ir comprar guarda redes ao Real Madrid? Defesas ao Sporting? Jogadores de primeira para uma equipa de quarta?

E os 40 mil euros mensais necessários para o funcionamento do clube? Vão cair do céu?

quarta-feira, 3 de março de 2010

Palavreado Racista

Preto filho da puta!Voltando às expressões racistas e às comparações com o inglês. Temos uma carrada de expressões racistas que não se traduzem para outras línguas... só são racistas mesmo em português.

Enquanto que o tuga faz uma obra toda bonita sem uso nenhum diz que é para inglês ver, em inglês diz-se que é um castelo de cartas... na onda que é muito bonito muito bonito mas é só um toquezinho e vai tudo com os porcos. O fundamento é o mesmo, mas não tem a conotação xenófoba do tuga...

Ao passo que o tuga diz que é um negócio da china, o inglês diz que é um roubo, no sentido de que foi tão barato que foi quase roubado, sem entrar no preconceito de produto chinês, da quinquilharia barata que não vale nada.

No ponto que o tuga diz que isso pra mim é grego, o inglês diz que estás a falar gibberish que nem sequer tem tradução... mas o fundamento é o mesmo e não se insultam os gregos.

Com um palavreado destes estamos muito mal encaminhados para um futuro livre de racismo...

Não é só uma questão de ódio pessoal, não é racismo por puro racismo, é já da nossa cultura, da nossa língua e dos nossos costumes.

O problema principal dos portugueses é que são demasiado "portugueses" e infelizmente não há nada que resolva isso.

terça-feira, 2 de março de 2010

O "green" secou

Edição de 2 de Março de 2010Seguindo a nota de hoje de Aníbal Pires, sinto-me obrigado a concordar e expandir sobre o assunto.
Na minha opinião a região não precisa de casinos nem de golfe, muito pelo contrário, para atrair turismo.

Nós temos vistas, paisagens, património e sei lá mais o quê suficiente para ser merecedor de vista sem precisar de slot machines e buracos na relva.

O que nós precisamos resume-se a dois pontos que infelizmente estão em falta à já muito tempo.

Primeiro, precisamos de estruturas de apoio.
De nada serve ter uma marina com sistemas de atracagem e segurança topo de gama se depois não temos, por exemplo, lavandarias, mercearias ou lojas de material de reparação nas proximidades para quando os barcos chegam. Em vez disso temos o quê? Três bares e uma loja de pesca.
O que há-de um turista fazer ao domingo aqui? Está tudo fechado, nem comércio nem património, a única coisa que há pra ver são igrejas e é só na hora da missa...

Segundo, precisamos de acessos facilitados.
Ninguém vai vir aos Açores quando é mais barato ir para o Brasil, Inglaterra, França e muitos outros com muito mais história e muito mais pra ver.
De que serve ter um aeroporto todo XPTO com terminais de não sei quantas e acesso de não sei quê, quando a única maneira de sair de lá é de táxi que custa os olhos da cara, ou de carro alugado que idem idem?
Voltando a bater no domingo, será que nunca ninguém pensou que se calhar mais que dois autocarros no mesmo dia até dava jeito?
E não há informação... se alguém se manda a pé ilha a dentro, perde-se! Não sabe o que há para ver nem a que sítios deve ir, nem horários nem nada disso...
Temos um posto de turismo no aeroporto que está sempre fechado e quando está aberto é informação incompleta...

Tratem dos problemas sérios e depois pensa-se nos buracos na relva e nas mesas de jogo!

Simão

Quem me conhecia naquela altura vai perceber...Quando eu era puto tinha um amigo.
Conhecidos eram vários, mas acho que amigo amigo era só mesmo um.
A mãe dele trabalhava com a minha madrinha e ele vivia umas casa mais acima de mim, portanto foi um conhecimento fácil.

O que a minha mente não percebia era que esse meu amigo tinha outros amigos.

Certo dia estava eu em casa dele, como era habitual, e chegou outro amigo, o Simão.
O Simão era alguém que ele conhecia da escola, filho de não sei quem que tinha uma loja de brinquedos, mas isso agora não interessa nada.

Lembro-me que esse meu amigo pediu ao pai dele para me dizer para ir pra casa...
Senti-me traído e abandonado e como puto que era, fiz birra.

O pai disse-lhe que ele é que era meu amigo e que ele é que me tinha convidado, portanto se ele não me queria ali, era ele que tinha que me mandar embora.
Eles provavelmente por serem putos também não me disseram nada e limitaram-se a ignorar-me... senti-me tão mal que fui-me embora e ainda levei uns dias sem aparecer outra vez.

É claro que, puto que era, tudo se esqueceu depressa e não foi muito tempo até voltar à rotina de tardes em casa dele ou na minha a brincar com GI Joes e soldadinhos e coisas assim.

Outro dia vi o Simão, cumprimentou-me como homem não-puto que é, e eu igual, na mesma posição.

Acho estranho que mesmo após tanto tempo, praticamente 20 anos, a única coisa que me veio à memória foi isto, o instinto que o Simão não é boa pessoa, que foi ele que me roubou o amigo... Racionalmente sei que a culpa não foi dele mas no fundo ainda senti aquela mordida de inveja.

Será que é por isto que eu faço a mesma coisa?

Eu não misturo amigos, não combino os colegas de trabalho com os colegas de escola, os vizinhos com a família... e embora não vá chamar o meu pai para pôr ninguém na rua, tomo o cuidado de não combinar coisas para os mesmos dias nem frequentar os mesmos sítios com pessoas diferentes.

Será que é deste episódio que vem esta compartimentação?

segunda-feira, 1 de março de 2010

Em pé por uma noite

Imagem roubada da internet, não faço idéia quem são os putosOntem chegou-me um casalinho ao hotel, como qualquer outro casalinho que precisa de ir para um hotel, à procura de um quarto para umas horas.

Perguntei em que nome ficava o quarto quando ele olha pra ela e pergunta sem vergonha nenhuma "Como é que te chamas?"

Só depois de ela responder é que eu percebi quem era.

Quando eu era criança tinha por vizinhos uma família meio perturbada. Pai, mãe e cinco ou seis filhos. Os putos andavam nus no quintal, mas havia sempre dinheiro pra gasolina para o carro e a mota do pai. Nem para o vinho.

Os dois mais velhos eram mais ou menos da minha idade, a Tânia e o Henrique, já não ouço falar deles à que anos, mas sempre me pareceu que não fossem acabar em nada de bom.

Era a típica família de São Mateus, daqueles que olhas e dizes logo que este vai acabar preso, aquele vai pras obras, aquela vai acabar mãe solteira...

Lembro-me de uma vez que a rapariga a meio da tarde me foi bater à porta a pedir batatas porque eles não tinham nada para comer.

Lembro-me também que a minha mãe tinha abóboras plantadas no quintal... certo dia os putos comeram-nas, mesmo verdes, porque pensavam que eram melancias. Obviamente não eram os espécimes mais inteligentes da raça humana.

Já estão a adivinhar quem era a rapariga do casalinho que falei no princípio, certo?

Agora, quis a divina providência que as minhas funções me fizessem passar pela porta do quarto durante a noite.

Os gemidos ouviam-se do corredor.

Risca mais uma das coisas que eu não precisava de saber!
O som que uma amiga de infância faz quando está a levar a sua...