A internet como a conhecemos está às portas da morte.
DJ's, acabou-se. Gravar bocadinhos de músicas para fazer mixes passa a ser pirataria.
Youtube, mesma coisa. Qualquer puto que se grave a jogar Call of Duty para mostrar aos amigos, qualquer miúdo que agarre uma guitarra e toque as suas músicas preferidas à frente da câmara, tudo pirataria.
Cada vez que puserem uma imagem no facebook que não seja de vossa autoria arriscam-se a conta cancelada sem segundas perguntas.
E pior... sacar um filme da net, nem que seja por acidente, arriscam-se a ficar sem net em casa. Sem sequer falar de processos judiciais.
Dêem as boas-vindas à ACTA.
Disfarçada de lei anti-pirataria, a "Anti-Counterfeiting Trade Agreement" é efectivamente uma polícia não eleita, um órgão governamental mundial com um poder seriamente fora de escala.
Este acordo assim que entrar em vigor tem poder para decidir sobre bens falsificados, medicamentos genéricos, direitos de autor e liberdade de expressão na internet entre outros.
Disto tudo só o primeiro me parece correcto e mesmo assim ainda é naquela.
Só por um pequeno aparte, o comité executivo americano que decidiu se o país assinava ou não era composto entre outros pela Merck, a Dow Chemical, a General Pharmaceutical, a CropLife, a Johnson & Johnson, a Abbott, a Pfizer e a Procter & Gamble... acho que não é difícil perceber porque é que as maiores empresas farmacêuticas do mundo querem controlar a autorização de medicamentos genéricos.
Se os fabricantes de comprimidos é que decidem quais comprimidos são aprovados, só os deles é que vão ser.
Passo a um exemplo prático de como excesso de poder, embora inicialmente por boas razões, se torna numa arma de repressão quando empunhado pelas mãos erradas.
No fim de 1999, princípio de 2000, os Metallica lançaram uma acção judicial contra o Napster, seguidos pelo Dr. Dre, que aparentemente tem o mesmo advogado dos Metallica.
Pouco depois foi a vez da Madonna e atrás dela veio a RIAA, a Recording Industry Association of America. O site/programa foi fechado e o puto de 20 anos que o criou passou de capa da Time (em Outubro de 2000) a mais um "has-been" dos computadores.
A ver se ponho isto por miúdos, duma forma metafórica para quem não anda pelas internetes... os donos das maiores produtoras discográficas apareceram em casa do dono do Napster enquanto havia gente na sala a emprestar CD's uns aos outros. Expulsaram o puto de casa e fecharam aquela porcaria toda.
Faz sentido? Pois, a mim também não fez.
O Black Album dos Metallica foi para mim um disco marcante de adolescência, uma obra prima do heavy metal. O Death Magnetic é uma bosta disfarçada de CD.
Se os cd's não andam a vender não é por causa dos putos do Napster... é porque vocês pararam de fazer música para passar a fazer merda que ninguém quer comprar.
Os Radiohead deram a cara à imprensa, disseram que o Kid A, o seu primeiro CD a chegar ao top americano, só o conseguiu por causa do Napster.
Perceba-se... em três meses que o cd andou na internet, conseguiu mais publicidade positiva que as grandes campanhas publicitárias montadas pela indústria.
Provavelmente porque... é bom.
Ao contrário do Death Magnetic, cof cof.
Mas como os grandes senhores ditos acima não ganham nada com isso, faz-se de conta que ninguém disse nada e fica assim mesmo.
A passagem da ACTA dá o início à verdadeira censura da internet.
Não é só a música desta vez... são os filmes, os livros, a televisão, a rádio, os jornais, a indústria, o mercado livre e até a comida, porque as grandes farmacêuticas também mandam na comida.
Isto no fundo no fundo é o mesmo caso da Bayer com as suas viagens de oferta, ou dos treinadores de futebol com os seus cheques aos árbitros.
Trata-se apenas dos grandes senhores querem assegurar o monopólio, quererem assegurar que são os únicos fornecedores de um produto que nós vamos comprar, mesmo que não tenhamos escolha.
O caso do Napster foi à dez anos atrás... quando a indústria da música ainda era reino de vacas gordas.
Agora que a coisa está da maneira que está imaginem o que é que eles vão fazer quando se apanharem com este poder sem limites nas mãos.
DJ's, acabou-se. Gravar bocadinhos de músicas para fazer mixes passa a ser pirataria.
Youtube, mesma coisa. Qualquer puto que se grave a jogar Call of Duty para mostrar aos amigos, qualquer miúdo que agarre uma guitarra e toque as suas músicas preferidas à frente da câmara, tudo pirataria.
Cada vez que puserem uma imagem no facebook que não seja de vossa autoria arriscam-se a conta cancelada sem segundas perguntas.
E pior... sacar um filme da net, nem que seja por acidente, arriscam-se a ficar sem net em casa. Sem sequer falar de processos judiciais.
Dêem as boas-vindas à ACTA.
Disfarçada de lei anti-pirataria, a "Anti-Counterfeiting Trade Agreement" é efectivamente uma polícia não eleita, um órgão governamental mundial com um poder seriamente fora de escala.
Este acordo assim que entrar em vigor tem poder para decidir sobre bens falsificados, medicamentos genéricos, direitos de autor e liberdade de expressão na internet entre outros.
Disto tudo só o primeiro me parece correcto e mesmo assim ainda é naquela.
Só por um pequeno aparte, o comité executivo americano que decidiu se o país assinava ou não era composto entre outros pela Merck, a Dow Chemical, a General Pharmaceutical, a CropLife, a Johnson & Johnson, a Abbott, a Pfizer e a Procter & Gamble... acho que não é difícil perceber porque é que as maiores empresas farmacêuticas do mundo querem controlar a autorização de medicamentos genéricos.
Se os fabricantes de comprimidos é que decidem quais comprimidos são aprovados, só os deles é que vão ser.
Passo a um exemplo prático de como excesso de poder, embora inicialmente por boas razões, se torna numa arma de repressão quando empunhado pelas mãos erradas.
No fim de 1999, princípio de 2000, os Metallica lançaram uma acção judicial contra o Napster, seguidos pelo Dr. Dre, que aparentemente tem o mesmo advogado dos Metallica.
Pouco depois foi a vez da Madonna e atrás dela veio a RIAA, a Recording Industry Association of America. O site/programa foi fechado e o puto de 20 anos que o criou passou de capa da Time (em Outubro de 2000) a mais um "has-been" dos computadores.
A ver se ponho isto por miúdos, duma forma metafórica para quem não anda pelas internetes... os donos das maiores produtoras discográficas apareceram em casa do dono do Napster enquanto havia gente na sala a emprestar CD's uns aos outros. Expulsaram o puto de casa e fecharam aquela porcaria toda.
Faz sentido? Pois, a mim também não fez.
O Black Album dos Metallica foi para mim um disco marcante de adolescência, uma obra prima do heavy metal. O Death Magnetic é uma bosta disfarçada de CD.
Se os cd's não andam a vender não é por causa dos putos do Napster... é porque vocês pararam de fazer música para passar a fazer merda que ninguém quer comprar.
Os Radiohead deram a cara à imprensa, disseram que o Kid A, o seu primeiro CD a chegar ao top americano, só o conseguiu por causa do Napster.
Perceba-se... em três meses que o cd andou na internet, conseguiu mais publicidade positiva que as grandes campanhas publicitárias montadas pela indústria.
Provavelmente porque... é bom.
Ao contrário do Death Magnetic, cof cof.
Mas como os grandes senhores ditos acima não ganham nada com isso, faz-se de conta que ninguém disse nada e fica assim mesmo.
A passagem da ACTA dá o início à verdadeira censura da internet.
Não é só a música desta vez... são os filmes, os livros, a televisão, a rádio, os jornais, a indústria, o mercado livre e até a comida, porque as grandes farmacêuticas também mandam na comida.
Isto no fundo no fundo é o mesmo caso da Bayer com as suas viagens de oferta, ou dos treinadores de futebol com os seus cheques aos árbitros.
Trata-se apenas dos grandes senhores querem assegurar o monopólio, quererem assegurar que são os únicos fornecedores de um produto que nós vamos comprar, mesmo que não tenhamos escolha.
O caso do Napster foi à dez anos atrás... quando a indústria da música ainda era reino de vacas gordas.
Agora que a coisa está da maneira que está imaginem o que é que eles vão fazer quando se apanharem com este poder sem limites nas mãos.