
É interessante ver que quando alguém pergunta, por exemplo, "quem é o Flash?" a resposta seja "qual deles?"
E se mesmo assim esse alguem diz Barry Allen, volta-se a perguntar... qual deles?
Por um lado compreende-se que uma história que começou (neste caso) em 1940 não consiga ter o mesmo seguimento hoje em dia que uma história começada pós 11 de Setembro.
O flash original ganhou os seus poderes inalando vapores de água dura... para quem não sabe, a única preocupação que o ser humano normal tem que ter em relação a água dura é quando sabão põe na máquina da roupa, como se vê nos lados das caixas de Tide.
Verdade, também há que ter em conta o desgaste das tubagens e o efeito do calcário na maquinaria, mas hey, são preocupações menores.
Depois alterou-se para água pesada... só porque água pesada usa-se para arrefecer reactores nucleares. Se tem "nuclear" no nome deve ser perigoso, não?
Meh... hoje em dia água pesada chama-se monóxido de deutério e é menos perigoso que lixívia.
Actualmente, o flash é mutante. Acho eu. No meio de tanta confusão já nem sei.
Aranhas radioactivas, gases tóxicos, radiação gama, experiências malucas... tudo serve para criar super-heróis, a única constante é que é qualquer coisa "desconhecida".
A última que vi foi a inteligência artificial. O Dr Octopus no Spider-Man 2 é "possuído" pela AI das garras e é por aí que se torna super. Acho que daqui a uns 10 anos alguém vai olhar pra trás e chamar isto de parvo, tal como estou a fazer agora.
Mas enfim, o maior problema mesmo é o envelhecimento da personagem. E o perigo, não esquecer o perigo.
Peguemos no homem-aranha. Começa o filme, ou abre-se a primeira página da revista, e temos um adolescente Peter Parker... em 1962.
Hoje o aranhiço teria bem mais que 50... casado, filhos, talvez até netos.
Mas é claro que a revista tem que vender, ninguém quer ler sobre "o primo do vizinho daquele gajo que viu o homem-aranha"... portanto mantém-se o novinho Peter, com os mesmos problemas de sempre, as mesmas inseguranças, a mesma namorada, os mesmos inimigos e por aí em diante.
Eu não vou comprar uma revista para ver a mesma história todas as semanas, durante 50 anos.
Portanto de dez em dez anos, mais coisa menos coisa, lança-se um "novo" homem-aranha... Amazing, Friendly, Ultimate, 2099 e até um indiano e etc e etc e etc, ad-nauseum.
E de cada vez que aparece é "uma história nunca vista" ou "um novo começo" ou o raio que o parta... farta e farta completamente.
Chega ao absurdo, não há continuidade, não há princípio, meio e fim, é uma desgraça, uma bandalheira. Na edição do ano passado houve um Spider-Man a salvar um Wolverine de um vilão qualquer e na desta semana o Peter tem 14 anos e conhece o Wolverine pela primeira vez.
E o perigo, credo!
Novamente de dez em dez anos aparece um "matador".
O Bane matou o Batman... depois o Hurt matou o Batman. Depois afinal não estava morto. Depois era só uma cadeira de rodas. Depois o Azrael é o Batman, e asseguir o Robin é o Batman e o filho do Batman é o Robin. Mas afinal o Batman não está morto.
Super-Homem a mesma coisa... Doomsday mata super-homem. Lex Luthor mata super-homem. Zod mata super-homem. e afinal o extra-terrestre foi salvo por extra-terrestres.
É uma palhaçada.
Acho que é um desrespeito aos fãs...
Principalmente quando começam com as misturas.
O mais absurdo é sem sombra de dúvida a Liga da Justiça.
Meteram o Superhomem, o Batman e a Wonder Woman na mesma equipa.
Ora pensem nisto um bocadinho.
O Superman, supra-sumo da banana, imortal, extra-terrestre, completamente invulnerável, capaz de correr à volta da terra e voltar atrás no tempo, quando sai da cadeira de rodas, lado a lado com um gajo que luta contra... palhaços e pinguins.
O Super ia a Gotham e limpava a cidade toda num fim-de-semana.
Não faz sentido. É uma barbaridade.
E volta a bater no que tenho vindo a dizer com filmes e séries...
Estes heróis não são feitos para diversão dos leitores.
São feitos para a carteira das empresas.
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