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Divagações, Diatribes e outros Semelhantes

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Papier-Mâché

Água vai!Aparentemente vai-se discutir no Outono Vivo o futuro do livro.

Acho piada que a classe social que está a destruir o Livro seja a mesma que se vai juntar para discutir qual vai ser o futuro do mesmo.

O livro vai seguir o caminho do vinil. Vai ser só para aficionados, aqueles que juram que o som é diferente, que o cheiro faz um efeito qualquer e que a terra é plana e o sol gira à volta da lua e outras coisas assim.

O que é que interessa? O dinheiro.

Pura e simplesmente, o dinheiro.

Para o editor, para a empresa que lança o livro, é mais barato lançar em formato electrónico. É mais rápido, mais cómodo, mais limpo até.
Para quê gastar fortunas em transporte quando se pode mandar o livro por email?
Para quê abater árvores aos milhares para produzir livros aos milhões quando um iPod leva mais informação que uma biblioteca inteira?
Para quê armazéns, espaços comerciais, bibliotecas até, quando tudo está na ponta dos nossos dedos?
Para quê gastar fortunas em impressoras, tipografias, tintas, químicos que só fazem mal ao meio-ambiente e entulham os caixotes do lixo?
Aparentemente a produção de um e-reader gasta 3 vezes menos materia prima e 78 vezes menos água, só pra rematar.

Para o escritor é igual ao litro, ele recebe o seu na mesma e o resto que se lixe.
Os autores não deixam de escrever só porque as coisas não se imprimem e já pra mais de 15 anos que todos usam computadores pra preparar o seu trabalho.

E a electronificação do livro só é boa pros autores. Um livro publicado em formato electrónico tem um custo muito mais baixo, o que se traduz num custo de venda menor, o que posteriormente se traduz em mais venda... se eu for dar 15 euros por um livro ou 15 euros por dois, é claro que compro os dois. E também pode significar um lucro maior pro autor, considerando que o bolo total não tem que ser dividido em tantas fatias acaba a dar fatias maiores.

A Palavra Escrita, essa está bem viva. A venda dos Kindles anda a subir em flecha, o Google tem uma secção inteira dedicada a livros electrónicos em constante crescimento, os grandes jornais já todos têm edição electrónica e ,quem diria, blogs é o que não falta.

As pessoas continuam a escrever, continuam a ler, continuam a comunicar.

Eles não querem saber do futuro do Livro... eles querem saber é do monte de filhos da puta que fazem fortunas à custa da criatividade dos outros!

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