
Não achei nada mau, mas passo a explicar porquê:
Como o próprio aparelho diz, o propósito do Magalhães é ser "O meu primeiro computador" (ou se calhar é "o meu primeiro portátil", não me recordo ao certo) e nesse ponto de vista cumpre bem o seu propósito.
A começar pelo exterior, é leve (não chega a quilo e meio) e "fofinho" e tem uma pegazinha pra facilitar o transporte. E muito importante, é resistente (ou pelo menos parece).
Se isto é computador pra putos, tá-se mesmo a ver que vai dar muita queda.
As teclas são pequenas, apropriado ao utilizador alvo, e o ecrã é grande o suficiente, 9 polegadas panorâmico, que combate o "medo" de os putos acabarem a usar óculos por causa do computador.
O que passou pelas minhas mãos vinha com dois sistemas operativos, ao contrário do que é vendido ao público (p. ex. na Worten) que só traz um.
O Windows XP Pro, que me deu a ideia de ser uma versão própria pra notebooks, e o Linux Caixa Mágica Mag, uma versão do Caixa Mágica 12 customizada ao Magalhães, por sua vez baseado no Mandriva Linux, uma das versões mais estáveis do sistema Open Source.
Adorei o facto que se dá ao utilizador a hipótese de deixar a teta da Microsoft.
É um passo muito importante na formação cívica das crianças, ensinar-lhes que há uma escolha, que há uma alternativa à primeira coisa que te empurram pra debaixo do nariz, que não és obrigado a usar aquilo que "eles" querem que uses, a comer aquilo que "eles" querem que comas, a vestir aquilo que "eles" querem que vistas, e etc.
Não tem leitor de CD's, nem drive de disquetes, nem etceteras, sendo que os únicos interfaces disponíveis ao utilizador são duas portas USB e um leitor de cartões SD (que são baratinhos e relativamente grandes). Há também uma porta RJ45, ou seja, uma porta para cabo de rede.
A nível de processador e RAM, tem um Celeron a 900 e 1GB DDR2.
Acho que não está nada mau, quer dizer, isto não é pra andar a jogar Crysis nem San Andreas.
Tem um disco rígido de 30 gigas (e pelo que me parece há uma versão com disco de 80) o que também é mais que espaço suficiente.
A nível de software é que eu começo a torcer o nariz...
Percebo que muito disto foi estupidez de quem configurou a torradeira antes de ser entregue aos alunos, mas achei que tinha muita tralha que não servia pra nada.
Trazia o Google Desktop, por exemplo, o Firefox (que embora se compreenda a hipótese de dualidade poderia ter sido só posto no Caixa Mágica, que poupava recursos) e mais uma infinidade de parvoícezinhas que só servem pra por a máquina a passo de caracol.
Vem todo configurado para o uso na sala de aula, mas pelo que me indica uma professora, ainda não é este ano que se vai começar a usar o computador como apoio integral na escola. E é bem capaz de também não ser para o próximo. E talvez não para o outro asseguir... estão a perceber a idéia.
É um bocadinho preocupante que um dos programas que eles tenham eleito instalar seja um controlo parental, tanto de conteúdo da internet como de programas... Isto substitui a educação cívica por um "não porque eu não deixo", o que na minha opinião é uma péssima maneira de ensinar. Acho que deveríamos explicar os porquês antes de dizer não. Eu quando era puto "não porque não" não funcionava, e continua a não funcionar.
Mas considerando que isto está a ser pago pelo Ministério da Educação até que se percebe... assim como assim, eles já são peritos em lavagem cerebral, esta é só mais uma forma de controlar o que é que as nossas crianças vêem e ouvem, nada fora do normal.
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