
Embora necessárias para o ser humano enquanto animal social, quase nunca dão certo, a julgar pelo aumento no grau de divórcios e crimes de paixão e outras coisas assim.
É verdade que algumas se baseiam só em dinheiro, ou habituação, ou outras razões menos nobres, mas a maioria baseia-se em amor, ou pelo menos em algo muito parecido.
Na sua maioria, quando falta aquilo que os juntou, acabam. Se for por amor, acabam muito mal.
O que só por si não diz nada, mas isto das memórias precisa sempre de uma explicaçãozinha antes.
Lembro-me da minha primeira não-namorada. Chamava-se Elisabete.
Na escola primária, um dia apareceu-me um rapaz no recreio, disse-me que a irmã dele queria falar comigo.
Fui ao encontro dela e estava lá o irmão, o primo e um amigo... e ela.
Senti-me intimidado com a situação, e com vontade de sair dali o mais depressa possível.
Por momentos, até pensei que ia levar porrada ou coisa assim...
Naquela altura, o jogo favorito dos meus colegas de escola era ir para o meio da mata, fazer fortalezas com pedra, e amandar pedras uns aos outros. Cabeças rachadas e braços partidos eram coisa normal naquela zona. Um ambiente muito saudável, como se pode perceber.
Mas enfim... estava eu cheio de miúfas, no meio daqueles grandalhões todos, quando a rapariga me pergunta se quero namorar com ela!
Não sei se foi dos nervos, do medo, da pressa de sair dali, ou se foi por pura estupidez, mas respondi... "Não!"
Não é que faça diferença, mas hoje em dia essa rapariga é lésbica.
Lá de vez em quando penso que se calhar tem alguma coisa a ver com essa experiência, mas é uma coisa que nunca saberei.
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