Emetofilia

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PowerPointless

A seguir na ideia dos powerpoints do último post...

Há vários tipos de mails de merda, ficam aqui dois ou três dos mais comuns e os porquês.

A criancinha doente - Uma criancinha indefesa qualquer tem uma doença fatal (real ou não) e a empresa X decidiu dar não sei quantos cêntimos para a cura de cada vez que o mail for reencaminhado.

É daqueles que ninguém consegue enviar a repassar... É algo que puxa os cordelinhos do coração, até porque normalmente vem cheios de fotografias.
Só é pena que seja tudo tanga.
Já recebi várias vezes destes mails a dizer que não sei quem só tinha dois ou três meses de vida e no ano seguinte lá aparece o mesmo mail. Então o que é que aconteceu ao prazo?
Para além do mais, como é que a empresa X sabe por quantas vezes é que isto se reenvia? É que a única maneira que eu vejo disso ser possível é por tracking cookies e isso, meus filhos, são vírus!
Se a empresa quisesse dar dinheiro para a cura do puto, dava e pronto!

O powerpoint religioso - Uma mensagem qualquer de Deus/Cristo/Nossa Senhora/Budha/Dalai Lama/putaqueopariu disfarçada de powerpoint com uma musiquinha catita e uns ideais todos floridos, prometendo as chagas do Egipto a quem quebrar esta cadeia.

Mas isto está tudo estúpido? A tua divindade não tem mais que fazer senão andar a controlar o que é que andas a reenviar aos amigos?
Se o teu amigo imaginário andasse a vigiar as tuas navegações não havia powerpoint que te salvasse daqueles sites pornográficos que vês quando julgas que já tá toda a gente a dormir!

O powerpoint de anedota - Uma anedota contada em powerpoint, normalmente com uma frase por slide, com um macaco qualquer a rir na última página e regra geral sem piada nenhuma.

Normalmente derivado de um triste qualquer que achou que aquela história era toda engraçada e não percebe porque é que mais ninguém gosta, portanto é um tal juntar macaquinhos a rir, musiquinhas estúpidas e animações foleiras numa tentativa de explicar melhor a piada que é tão tão tão mas tão gira!
Escrever essa anedota em texto simples tinha o mesmo efeito, mais piada e gastava menos tempo a ver!
Mas quem é que se dá ao trabalho de escrever piadas de loiras em powerpoint? E um trabalhinho, não?

O vídeo roubado do youtube - Um videoclip qualquer roubado do youtube (duh).
Esta é daquelas que me faz menos sentido... até menos que os powerpoints que esses pelo menos dão trabalho a fazer!
Se alguém achou piada ao vídeo do tubas, porque raio não manda só o link? não era muito mais fácil?
Ou melhor ainda, o embed! Não custa nada pôr o vídeo a tocar no próprio e-mail! Está mesmo lá no youtube ao lado da janela principal e é só fazer copy-paste! Demora muito menos tempo do que andar a roubar vídeos com programas manhosos, a comprimir e só depois é que enviar aos pobres indefesos que vão ter aquilo a cair no mail vezes sem conta...

Há mais, muitos muitos mais, mas agora agora não me lembro de mais nenhum... Se calhar à medida que os for recebendo foi comentando aqui.

Excesso de tecnologia

Fica desde já um enorme pedido de desculpas a Mário Matos, que me mandou um mail há mais de mês, mail esse que eu só vi hoje. É a inspiração para este post.

Já tinha referido aqui que acho que temos um excesso de tecnologia e isto desenvolve um pouco essa ideia. Acho que temos um excesso de condensação de tecnologia... e passo a explicar:

Outro dia no meio de arrumações encontrei o meu velhinho Alcatel One Touch Easy, que eram aqueles calhaus com uma tampa amovível, pra lá num caixote e para espanto meu a coisa ainda funciona.
Aquilo era um telemóvel do mais simples possível, fazia chamadas e mandava e recebia mensagens... nem despertadores nem calculadoras nem mp3 nem máquina fotográfica nem mais merda nenhuma, era mesmo só o essencial e dava quanto queira!

Hoje? Hoje estou aqui sentado a olhar pro meu Nokia 6280, que já tem bem mais de dois anos, e o bicho tem despertador com toques diferentes para dias e horas diferentes, calculadora científica, organizer de calendário programável com datas
recorrentes, máquina fotográfica com 2 megapixels, leitor de mp3, rádio AM/FM, notas de voz, lista de contactos adaptável com fotos e toques diferentes para cada contacto e ainda vou só no primeiro menu!

E eu não uso praticamente nada disto!
Metade ou mais do que eu paguei foi para funcionalidades que não me servem de nada!

E não tenho só um telemóvel, não! Tenho dois! E o outro é um modelo mais recente, portanto está-se mesmo a ver que complica mais ainda!

E isto é só a minha algibeira!
Tenho 3 e-mails. Um do yahoo, que já tenho desde os meus 18 anos (daí o moralez18pt), um hotmail por causa do messenger e um gmail que criei quando andava toda a gente a criar gmails.
Mas como são tantos, eu acabo por não seguir nenhum! Fico semanas e às vezes meses sem abrir o mail, sem ver o que raio tenho pra lá... Até porque a maioria das vezes é merda! São comprimidos baratos, réplicas de relógios, ofertas de aumento de pénis, newsletters da água das pedras ou da sony ou da fnac ou etc e etc...
E os powerpoints! Minha nossa senhora os powerpoints! É cada porcaria! Em cada 20 safa-se um... mas isto é assunto para outro post.

Se o meu hotmail não me estivesse sempre a bombardear com updates do windows, com notificações de rede, com não sei quem que mudou a sua mensagem do messenger, com amigos que eu nem conheço que o msn acha que eu devia adicionar, com mensagens de comprimidos que eu nunca vou comprar, se calhar eu até o verificava todos os dias!

Há um exagero de condensação, em tentar por os novos aparelhos a fazer tudo menos panquecas, desde a televisão até ao telemóvel, passando pelo frigorífico e pela máquina de café... até há tampas de sanita com jactos de água pra lavar o cú!

Eu quero um frigorífico que me arrefeça as coisas, não quero um frigorífico que me faça uma análise detalhada das minhas compras e me diga que eu ando a comer pouco peixe!

É assim tão difícil arranjar um telemóvel só pra falar, um forno só pra cozinhar, um e-mail só pra receber mensagens de jeito... enfim uma coisa que faça só o que o nome especifica que ela faz?

Chineses do caralho!

E eis que chega a história do sofá!

Era quinta feira de amigos quando se me partiu o sofá da sala. O suporte superior das costas rachou com um bem audível "crack" e um bem visível amassamento do dito costado. Não é que o dia tenha nada a ver com o acontecido, é só para se situarem.

Oras, considerando que a merda do sofá custou uma nota preta, a solução só podia ser concertar o dito cujo!

Toca de virar sofá de pernas pro ar à procura da maneira mais fácil de o despir para conseguir chegar à tábua que fazia de suporte para a poder substituir, quando reparei pela primeira vez em dois anos que a puta do sofá era made in china!

Quer dizer, não havia maneira nenhuma de saber sem ser essa, porque a única indicação era uns logótipos escritos em chinês no forro debaixo do sofá...

Visto está que toda a gente sabe que nas ásias as coisas são feitas sempre o mais barato possível, comecei logo a bater mal.

Então a porra do sofá que custou os olhos da cara é produto de terceira qualidade?!?

Começámos duas pessoas à volta do sofá às 2h30, por volta das 5 horas passou para 3 pessoas e o arranjo só ficou pronto às 8 e tal da noite!

Até metia pena de ver... sobras de madeiras a servir de escora, contraplacado em junções supostamente importantes, esponja de segunda que já está a rachar pelas pontas e papelão! Bocados de papelão a fazer os arredondamentos!
Pelo preço dele devia ser feito de pinho e forrado a cabedal de cordeiro!

E os agrafos! Minha nossa senhora, os agrafos!
Aquilo para cada 10 centímetros de napa havia pelo menos 5 agrafos, fora as partes em que o agrafo não agarrava bem e lá ia mais ou ao lado ou mesmo em cima!

Pra montar nem chegou a uma hora, mas para tirar aquela agrafalhada toda, credo!
Ainda tenho dores nos dedos e nos braços de andar a sacar agrafos à faca!

Puta que pariu a quem montou aquele trambolho, chineses do caralho!

Selecção Natural

Eu acredito mesmo que a natureza está a tentar dar cabo da raça humana...

Quer dizer, é a SIDA, o cancro, as gripes, Parkinson's, Alzheimer's, Hepatites e sei lá mais o quê que a natureza atirou e continua a atirar-nos nos últimos 50 anos, parece mesmo um ataque à nossa superioridade.

E percebe-se.

O ser humano destrói tudo o que toca...
Os eco-sistemas onde nós vivemos só prevalecem por meios artificiais, não há relva que cresça sem ser regada. E se isso é verdade na nossa terriola, então nos meios urbanos pior ainda!
Nós abatemos milhares de árvores para fazer papel higiénico, sem sequer nos preocuparmos que o oxigénio vai nos fazer falta.
Abrimos caminhos seja de que maneira for, secando lagos, derrubando montanhas, sem nos tentarmos integrar com o nosso ambiente, sem tentar aplicar simetria às nossas arquitecturas, sem tentar salvar as estruturas geológicas que nos protegem dos ventos e outras intempéries.
Se precisamos de água desviamos rios, construímos barragens, drenamos lagos sem preocupação da fertilidade das terras, da sobrevivência dos animais, do balanço das correntes marinhas com os novos estuários... e mais um sem-fim de razões que esse totós naturalistas arranjam pra justificar os boicotes aos barcos petroleiros e o salvamento das baleias.

E o Homem, numa capacidade científica de resolver estes problemas, com o conhecimento ou pelo menos as bases necessárias para combater tanto as causas como os sintomas, o que é que faz?

Será que descobre a cura para a sida ou uma fonte de energia limpa? NÃO!!!

O homem inventa cremes anti-rugas, melancias sem pevide, maçãs que não oxidam e viagra!

Há um velho que nem se lembra do próprio nome, não sabe a diferença entre o guardafato e a casa de banho, porque o Alzheimer's anda a roer-lhe o cérebro, ou que nem consegue comer sozinho por causa de Parkinsons, mas foda-se! Pelo menos consegue ficar com ele em pé durante meia hora!

Trapos

Li hoje no jornal, pela milésima vez nos últimos meses, que o projecto para recuperação do antigo hospital militar é para avançar outra vez.
Pelo que parece, o dito hospital vai ser cedido pelos militares à região, para ser recuperado e depois usado como museu, para exibição de fardas militares, 1200 ou coisa assim, que fazem parte do espólio do museu de angra.

Sempre achei piada a esta de espólio, principalmente na frase "To the victor go the spoils" o que dá a ideia que "espólio" seria qualquer coisa efémera, volátil, com prazo curto, que se estrague facilmente.

Em suma, algo com pouco valor que não prestaria de muito.

Não percebo estas taras.

Não há gente a morrer de fome no Haiti?
Casas para reconstruir na Agualva?
Brasileiras a oferecer massagens, touradas, desfiles de Sanjoaninas e festas do Espírito Santo para planear?

Não são estas, e muitas outras, empreitadas muito mais merecedoras do dinheiro dos contribuintes do que um prédio a cair de velho que nunca serviu de nada, que aliás é prova viva do domínio espanhol na nossa terra, onde não se vai fazer nada de produtivo e somente mostrar que cuecas é que usavam os soldados da segunda guerra mundial?

Desculpa lá Zé, eu sei que tens fome e frio, mas esta roupinha que era do meu bisavô merece mais um cantinho seco do que tu!

Ed Gein

Para aqueles que dizem que serial killers são coisa de filme e que a televisão tem a tendência de exagerar, apresento-vos Ed Gein.

Esta amorosa criatura cresceu numa quinta com um pai bêbado, uma mãe profundamente e excessivamente religiosa e um irmão pouco mais velho que ele e praticamente sem contacto nenhum com o "mundo exterior" excepto a escola, onde não se relacionava com ninguém, já que a mãe o castigava sempre que ele tentava fazer amigos.

Um pouco mais velho, Ed começa a servir de babysitter da aldeia, já que se relaciona melhor com crianças do que adultos.

Quando Ed tem a tenra idade de 39, morre por fim a mãe de uma série de ataques cardíacos. De acordo com depoimentos Ed diz que nessa altura "perdeu o seu único amigo e único verdadeiro amor. E estava absolutamente sozinho no mundo."
Fechou todos os quartos usados pela mãe com tábuas, deixando-os completamente intocados por mais de 10 anos.

Nota-se que é uma pessoa saudável, não?

Nos anos seguintes Ed dedicou-se à respeitável arte de roubar sepulturas, principalmente de mulheres que fossem parecidas com a mãe.

E claro que não se ficou por aqui.

A 16 de Novembro de 1957 a dona da mercearia da aldeia desapareceu.
3 hipóteses para adivinharem onde é que ela estava.

Quando a polícia revistou a quinta do Eddie encontrou Bernice Worden num barracão decapitada e pendurada de pernas para o ar pelos pulsos, e com o peito aberto como se fosse um porco de matança.
E este era o homem que tomava conta dos filhos dos vizinhos.

Na casa encontraram, entre outros recuerdos, 10 cabeças de mulheres decapitadas, uma tijela feita com um crânio, várias cadeiras forradas a pele humana, crânios nos postes da cama e uma caixa com vaginas conservadas em sal.

Eu vou repetir esta última, só para vocês perceberem bem o impacto da coisa...
O HOMEM TINHA UMA CAIXA COM CONAS SALGADAS DENTRO!!!

Quais góticos qual carapuça, o Ed é que sabia decorar!
E era nesta casa que ele tomava conta dos putos das redondezas...

Pouco depois da morte da mãe Ed decidiu que queria mudar de sexo, para passar a ser mulher. Qual foi a solução que ele encontrou?
Fazer um fato de corpo inteiro de pele das mulheres desenterradas, completo com mamas e pelos púbicos! Provavelmente para manter o realismo, sei lá.

Escusado será dizer que Ed Gein faz parte da cultura popular americana, sendo a inspiração para vários serial killers do cinema e literatura, como Norman Bates do American Psycho, Buffalo Bill do Silêncio dos Inocentes e o Leatherface do Massacre no Texas.

Resumindo para causar impacto, três dos maiores psicopatas da história do cinema são versões light do nosso Edzinho.

Depois digam-me que a televisão exagera.

Fim dos Posters de Pescada

Decidi acabar com esta merda dos posters.

A ideia era ter qualquer coisa para encher chouriços nos dias que não me apetece escrever nada, mas arranjei outra estratégia para resolver esse problema.

Descobri uma funcionalidade muito gira chamada "posts agendados" que me deixa escrever qualquer coisa hoje e só publicar amanhã ou depois ou pro mês que vem.

Acho que se é um blog meu, deveria ser conteúdo meu ou pelo menos opiniões minhas... estes posters nem são uma nem outra, e se os querem podem ir vê-los ao site Worth1000, que é na sua maioria onde eu os fui buscar.

Dacrifilia

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Tits or GTFO

Esta aconteceu em Maio de 2006, mais coisa menos coisa, portanto já não é bem notícia.

O LiveJournal, que pra quem não conhece é mais uma rede social tipo twitter, hi5, facebook e etc, proibiu os utilizadores de usarem imagens como esta para o seu avatar, perceba-se como imagem de apresentação.

O que até se percebe.

Quer dizer... é uma mama, não é? E embora não seja pornografia, não é o tipo de coisa que se costuma ver nos desenhos animados ao sábado de manhã, pois não?

Mas a notícia nem é esta.

Eis que entram as mães indignadas!

Um grupo de mamãs lembrou-se de criar uma comunidade no LJ chamado boob_nazis para protestar contra a decisão...

Huh?

Estas mulheres defendem que amamentação é um dos actos mais lindos que existe, que a comida de bebé devia ser vendida só por receita médica, que nunca se pode dar nada para o bebé comer senão leite de peito e que se não é proibido por lei também não devia ser proibido no LJ, entre muitas outras coisas.

E é claro que começaram logo a armar confusão...

É um tal escrever protestos, abaixo-assinados, mudar os ícones para bebés a mamar e etc e etc e etc

Mas chegando a dia 23 de Maio?

Fora uma ou duas resistentes, mudaram todas as suas imagens que nem umas lindas.

Esta gente agarra-se a estas coisas, o LJ, os blogs, o youtube, como se fossem propriedade própria. Se agora o Google me mandasse um e-mail a dizer que eu tinha que tirar isto ou aquilo do blog, eu tirava e pronto!

Quer dizer, eu estou a usar o site deles! A última palavra é sempre deles!

Isto seria comparável a ir a casa de um desconhecido chegar lá despir a roupa toda e depois ficar todo indignado por alguém me tentar pôr na rua, que eu tenho o direito de fazer o que me apetecer!

O reclamanço é geral e a maioria das pessoas nem sabe a que é que tem direito antes de abrir a boca...

Abóboras

Este é mesmo só pormenor, mas achei curioso.

Aqui há uns meses, estávamos em direcção já não sei de onde para ir fazer já nem sei o quê, quando reparei numa casinha que tinha abóboras a secar no terraço.

É daquelas coisas que se via muita vez quando eu era pequeno, isso e feijão a secar em lonas, espalhado no chão em frente a uma casa qualquer.

Hoje em dia, isso é praticamente impossível, estamos todos demasiado preocupados com higiene, doenças, leptospirose, gripe A, e seja lá mais o que for...

Quando eu era puto e estava a comer uma sandes se ela caísse no chão era um assopro e estava a marchar!

Hoje? Hoje se eu tossir pra cima vai direito pro lixo!

Não digo que os cuidados não sejam necessários, mas não será um bocadinho demais?

Tanta vacina, tanto desinfectante, as pessoas fogem das florestas como se só respirar fosse suficiente para apanhar uma doença exótica qualquer e refugiam-se nos seus prédios de cimento vidro e plástico...

É verdade que raramente adoecemos mas parece-me que vivemos menos assim.

Outro dia vi uma fotografia qualquer duma paisagem no Nepal e parecia-me tão "limpa" que pensei que era photoshop...

Estamo-nos a esquecer da realidade do mundo!

Posters de Pescada

Turismo Local

Confesso que não percebi esta do turismo local...
Vão apostar nos outros ilhéus para virem para a Terceira?
"Venha ver uma ilha exactamente igual à sua"?
É que na Graciosa e em São Jorge também já há touradas, no Faial e em São Miguel também há festas do Espírito Santo e a Alcatra já se vê em todas as ilhas... não temos nada de especial!

Ou será que vão apostar nos próprios terceirenses?
É que os terceirenses estão em crise!

Depois das touradas, das festas, das noitadas ao fim-de-semana, do dia de Amigos, do Carnaval, das Sanjoaninas e das brasileiras já não resta dinheiro nenhum para hotéis!

Faz o que eu digo...

América, terra das oportunidades!
América, terra da igualdade!
América... terra da hipocrisia.

Estava a ver o programa do Chapelle quando me lembrei desta.

É a terra onde os pretos podem ser racistas mas os brancos não.
É a terra onde pode haver liberdade de religião mas não se pode ser ateu.
É a terra onde há separação do estado e da igreja mas o dinheiro diz "In God we trust"
É a terra onde se come mais comida mexicana mas os mexicanos são deportados à batelada.
É a terra onde há liberdade de expressão mas é obrigatório ser-se politicamente correcto.
É a terra onde os pais não fazem nada mas a culpa é dos professores.
É a terra onde a estátua da liberdade diz "tragam-me os vossos fracos, pobres e oprimidos" mas o maior inimigo do povo é o SEF.
É a terra onde cada homem tem 40 hectares e uma mula mas milhões morrem de fome e vivem no abandono.
É a terra onde todos tem direito à vida mas o sistema de saúde é pago a preço de ouro.
É a terra onde os pobres são a esmagadora maioria mas os ricos é que fazem as leis.
É a terra onde há milhares no desemprego mas os emigrantes ilegais tem sempre trabalho.
É a terra onde para que um fique rico dezenas ficam na miséria.

É a terra da igualdade e das oportunidades... roubada aos índios a sangue e fogo.

Casas da Arraia Miúda

Seguindo a opinião de Armando Mendes, "O que temos são equipamentos sem ocupação significativa. E comunidades moribundas."

Concordo.

As Casas do Povo, as Sociedades Recreativas e até certo ponto os clubinhos de futebol e outros demais são restos de outra era, de outra sociedade, de outra mentalidade.

Longe vão os tempos em que a Sociedade de uma freguesia era o centro da cultura da mesma, onde as massas se juntavam em bailes, jantares, ajuntamentos, revistas, comédias e dramas e mais um sem fim de actividades.
Hoje em dia já só servem para os velhos jogarem dominó e pros bailinhos de Carnaval.

A Casa do Povo, muito sinceramente, nem sei pra que serve...
Ia sugerir que era um centro governamental da dita freguesia, mas se calhar estava a confundir com juntas de freguesia...
Nunca tive que fazer nada que fosse obrigatoriamente na casa do povo...

Antigamente, no tempo que os dinossauros andavam na terra, praí há 50 anos, as pessoas ocupavam tão completamente estes espaços por falta de alternativa.
Não era por uma devoção às estruturas nem por um amor às ditas actividades, mas porque pura e simplesmente nem havia melhor para fazer, nem maneira de chegar onde se o pudesse fazer diferente.

Hoje? Hoje todos temos carro, todos vamos pra qualquer lado à hora que quisermos e voltamos à hora que quisermos sem impedimentos nem obrigações...

Eu vivo perto de 3 ou 4 casas e não conheço nenhum dos meus vizinhos.
Pra quê? Não preciso!
Falta-me batatas? Agarro o carro e vou ao hiper!
Não passo noites fora, porque tenho sempre o carro pra voltar, e se sair da ilha qualquer um dos meus familiares agarra nos seus carros e vai dar uma vista de olhos na minha casa!

Eu não tenho nada que me obrigue a conviver com os meus conterrâneos (ou deveria dizer confreguesianos?) portanto limito-me aos grupos de pessoas que já conheço!

O ser humano só faz amigos, e como tal só convive, quando obrigado a isso... Damo-nos bem com os colegas de trabalho porque tem de ser, com as pessoas que vão ao mesmo café porque tem de ser, com as pessoas que trabalham nas mercearias onde fazemos compras porque tem de ser, com os colegas de escola porque tem de ser...
Quantos de nós temos amigos que não estão ou não estiveram incluídos nestes círculos?

Daí que se deixa de haver necessidade de socializar, deixam de haver sociedades...
Deixam de haver comunidades e passamos todos a viver na nossa bolha, só a deixando quando completamente obrigados a isso.

O mundo futuro de Asimov não está assim tão longe e se não nos pomos a pau acabamos todos como os Solarians, que só comunicam por hologramas e só se reproduzem quando um deles morre...

Patriotismo Infundado

Nunca percebi esta tanga do nacionalismo.

Lembrei-me desta quando estava a falar com um cliente hoje, que disse que estava contente em voltar à Ilha de Jesus...

No tempo dos Descobrimentos a Ilha Terceira era tão mais importante que as outras que o Infante D. Henrique decidiu dar-lhe o nome de Ilha de Jesus Cristo, acima de todas as outras que tinham nomes de santos. Lembro-me que a Graciosa se chamava Santa Bárbara, só pela curiosidade.

No entretanto fomos perdendo cada vez mais importância, até que nos chamamos de Terceira... nem chega a vice-presidente, é logo vogal do ministério da Educação.

Mas há gente que se chateia com isto. Que os micaelenses são uns ladrões, que é tudo pra lá e nós a ver navios...

Da mesma maneira que se chateiam com os espanhóis. E com os americanos. E por aí em diante.

Não consigo perceber...

O que é que eu ser português tem de especial? Os tempos do quinto império já eram, ser português não tem nenhum estatuto de melhor.

Se houvesse guerra em Portugal, por exemplo se fossemos invadidos por espanhóis, eu acho que não levantava armas e tenho a certeza que não era o único...

Eles vão obrigar-me a pagar mais impostos? Vão proibir-me de comer carne, de ver televisão, de beber álcool ou fumar tabaco? Se sim, sou dos primeiros da linha da frente!
Ninguém me tira as minhas liberdades!

Mas e se eles dizem que a minha vida vai melhorar? Que os filhos da puta vão deixar o governo e voltar pra casa das mães? Que se vai ver melhorias na gestão do país?
Então eles que venham que nós os acolhemos de braços abertos!

Não somos todos humanos? Independentemente do grau de bronzeado, ou de para qual amigo imaginário é que nós rezamos? Independentemente do facto de comermos animais ou plantas?

Então porque é que havemos de brigar, porque é que eu hei-de dizer que o meu país é melhor que o teu, se o teu até tem um melhor sistema de saúde, melhor economia e mais cultura em geral?

Eu nem sequer escolhi nascer aqui!

Porque raio é que me hei de agarrar a um bocado de chão e falar de esoterismos como "pátria" e "nação" e "terra-mãe" e essas merdas todas?

Quer dizer, nós já nem somos homogeneizados!

Antes olhavas para alguém de olhos em bico e pele amarela e sabias logo que ele era chinês, vias alguém a comer alcatra e de certeza que era terceirense, alguém com dois metros de altura, loiro de olhos azuis só podia ser norueguês, um homem de saias às riscas era sem dúvida escocês...

Hoje em dia não, estamos todos misturados!

Há uma família de chineses, os tais donos da loja, que os filhos já nasceram cá! Não são menos terceirenses nem menos portugueses que eu...

Que direito tenho eu de os demonizar? Dizer que são menos ou piores que eu? É que muito provavelmente nem são!

Mas no entanto há porrada nas ruas contra os ucranianos, há campanhas contra os pretos, reportagens de jornal contra os chineses...

Como se nós, terceirenses vaqueiros, sujos de merda e gordos do subsídio, fossemos de alguma forma melhores!

Posters de Pescada

Posters de Pescada

E ainda outro!

Violência Extra-Doméstica

Lembro-me de pequeno ir para casa dos meus avós, os pais do meu pai, à laia de babysitting, durante tardes inteiras.

Lembro-me que eles discutiam muito, por tudo e por nada, mas principalmente por dinheiro.
Não tenho memória se alguma vez chegou a físico, mas havia berros e palavrões bastantes.

Acho que foi a primeira vez que ouvi alguém chamar filho da puta a alguém...

Ao longo da vida tenho ouvido várias histórias daquilo que eu dizia e fazia quando era puto... daquelas que as tias contam umas às outras sem perceberem que nos estão a envergonhar...

A mais contada sobre mim era que eu um dia desses, no Jardim, saltei para o palco e comecei a cantar "Bezerros Enfeitados" a altos berros. Não me lembro.

Conta-se também que eu chamava pela minha tia, que ainda vivia com os pais, quando era a hora dela ir trabalhar. Pelo que me dizem, supostamente incitado pelo meu avô, eu chamava-a de "Perna Bem Feita"... também não me lembro.

Ainda se ouve que quando a minha mãe chegava para me ir buscar, eu escondia-me debaixo do tapete da sala, que não me queria ir embora.
É mais uma para as não-lembranças.

A única memória que tenho bem límpida é das discussões.

Lembro-me de um dia me meter, de dizer para eles pararem de discutir porque eu estava ali.

Parecia um filme, eles calaram-se instantaneamente, a minha avó virou-se para mim e disse "Se não querias ouvir, tivesses ficado em casa", e recomeçaram como se nada fosse.

Foi do mais surreal que já me aconteceu.

Acho que é o perfeito exemplo a dar, que os problemas não são para se resolver, são para se evitar...

Come back with your shield, or on it

Esta frase, tirada do 300 e não só, tem muito que se lhe diga.

A ideia é que para fugir o guerreiro precisaria de largar o escudo, visto que este é pesado e atrapalha o movimento retiradário. Ao morrer, o guerreiro era transportado para casa pelos seus companheiros em cima do escudo.

Daí que, volta com o escudo ou em cima dele... se és cobarde não te preocupes em voltar.

Fala-nos de um tempo melhor, em que a palavra tinha valor, em que se vivia e morria pela honra.

Hoje em dia todos enganam todos, há sempre um esquema a rolar, há sempre alguém que nos lixa, facadas pelas costas, bodes expiatórios e etc e etc...

É tão comum na nossa sociedade, que até temos expressões próprias para isso...

"Ou é foda ou canelada", é uma daquelas que sempre me lembro de ouvir.

Não há honra, não há profissionalismo, não há valor.

Ninguém gosta do que anda a fazer, ninguém gosta do seu trabalho, do seu país, da sua cidade, dos vizinhos, do condutor do autocarro e por aí a fora.

As pessoas não se preocupam em serem cordiais e amáveis, a não ser que tenham alguma coisa a ganhar com isso.

Há coisas que nos são estranhas na cultura japonesa, uma delas é o harakiri, o suicídio ritual... Seppuku no caso dos homens e Jigai no caso das mulheres, estas diferentes formas de suicídio existiam para preservar a honra do derrotado, ou pelo menos a honra das famílias.

Não acho triste que os japoneses se andem a estripar, acho triste que a nossa sociedade se tenha degenerado ao ponto que preservar a honra nos parece estranho...

Gripe Çuína

Em 1976 apareceu pela última vez a gripe hoje conhecida por gripe A, ou gripe suína.
Toca de armar confusão geral, na corrida à cura (perceba-se, ver qual era a empresa que ia ganhar mais com isso) lançaram uma vacina que pelos vistos ainda não estava bem testada e acabaram por morrer umas quantas pessoas.

Falamos de números... esta estirpe apareceu numa cidadezinha americana, Fort Dix, e hospitalizou 13 pessoas e matou uma.

A cura causou 25 mortes e mais de 500 pessoas sofreram de Guillain-Barré... uma neuropatia periférica, em que acabas por perder controlo das extremidades (braços, pernas e coisas parecidas).

Ou seja, a cura foi pior que a doença.

Perceba-se que a gripe mata.

Está provado que a gripe (suína, das aves ou só gripe comum) é a doença mais adaptável e todos os anos aparece pelo menos uma estirpe nova.

Mas, não estamos a sensacionalizar demais esta gripe A?

Quer dizer, pela maneira como os media andam praí, até parece que é o regresso da peste negra!

Falemos novamente em números...

A gripe humana normal, a H3N2, gripe sazonal, chamem-lhe o que quiserem, causa em média nos USA's, 36 mil mortes e 200 mil hospitalizações.

A gripe A causou no mundo inteiro até agora 13 mil mortes... e o ano já acabou!

Sou só eu que reparo que a gripe normal mata mais que a gripe dos porcos?

E compararem-na à peste negra! A peste negra matou quase metade da população mundial!
Mais que todas as gripes que alguma vez houveram em toda a história do planeta juntas!

Este mundo está perdido...

E Feliz 2010!

May the best you've ever seen
Be the worst you'll ever see;
May a moose ne'er leave yer girnal
Wi' a teardrop in his e'e.
May ye aye keep hale and hearty
Till ye're auld enough tae dee,
May ye aye be just as happy
As I wish ye aye tae be.

Isto lido com um sotaque escocês faz mais sentido...

Feliz 2010.

Que seja melhor que 2009 e que tenham tudo o que acham que merecem.

E aproveitem que só falta dois anos para o mundo acabar!