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Divagações, Diatribes e outros Semelhantes

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Violência Extra-Doméstica

Não é que eu seja uma rapariguinha, mas acho que encaixaLembro-me de pequeno ir para casa dos meus avós, os pais do meu pai, à laia de babysitting, durante tardes inteiras.

Lembro-me que eles discutiam muito, por tudo e por nada, mas principalmente por dinheiro.
Não tenho memória se alguma vez chegou a físico, mas havia berros e palavrões bastantes.

Acho que foi a primeira vez que ouvi alguém chamar filho da puta a alguém...

Ao longo da vida tenho ouvido várias histórias daquilo que eu dizia e fazia quando era puto... daquelas que as tias contam umas às outras sem perceberem que nos estão a envergonhar...

A mais contada sobre mim era que eu um dia desses, no Jardim, saltei para o palco e comecei a cantar "Bezerros Enfeitados" a altos berros. Não me lembro.

Conta-se também que eu chamava pela minha tia, que ainda vivia com os pais, quando era a hora dela ir trabalhar. Pelo que me dizem, supostamente incitado pelo meu avô, eu chamava-a de "Perna Bem Feita"... também não me lembro.

Ainda se ouve que quando a minha mãe chegava para me ir buscar, eu escondia-me debaixo do tapete da sala, que não me queria ir embora.
É mais uma para as não-lembranças.

A única memória que tenho bem límpida é das discussões.

Lembro-me de um dia me meter, de dizer para eles pararem de discutir porque eu estava ali.

Parecia um filme, eles calaram-se instantaneamente, a minha avó virou-se para mim e disse "Se não querias ouvir, tivesses ficado em casa", e recomeçaram como se nada fosse.

Foi do mais surreal que já me aconteceu.

Acho que é o perfeito exemplo a dar, que os problemas não são para se resolver, são para se evitar...

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