E esta é mesmo só porque apeteceu.
domingo, 15 de julho de 2012
sábado, 14 de julho de 2012
:|
Etiquetas:
Desactualizações
sábado, 30 de junho de 2012
segunda-feira, 25 de junho de 2012
...
Já alguma vez vos aconteceu olhar para uma pessoa e perceber logo que se passa algo de fundamentalmente errado com ela?
Saber instintivamente que alguma coisa não está bem e que é alguma coisa importante, grande demais para ignorar?
Rua da Sé, marchas das crianças, uma senhora vestida de vermelho de repente olha na minha direção e faz uma cara que eu não consigo descrever. A primeira coisa que me veio à cabeça é que a mulher levou uma facada e só agora se apercebeu que vai morrer. Qualquer coisa assim mesmo grave.
A senhora freneticamente olha para cima e para baixo, ainda com aqueles olhos sobre-atentos, que olham mas não veem, que miram tudo sem focar em nada.
E isto tudo numa meio de alegria, pessoas a bater palmas, crianças a desfilar, música, gritos, felicidade e no meio daquilo tudo aquela pobre mulher, com ar de quem acabou de ouvir que lhe morreu o marido e nunca mais o volta a ver, foi completamente desinquietante.
De repente a mulher desaparece-me da visão e tive que combater o impulso de correr ao sítio onde ela estava para me certificar que estava tudo bem...
Ainda não consigo perceber como é que uma pessoa que eu nunca tinha visto e quase de certeza nunca mais volto a ver mexeu tanto comigo sem sequer saber que o estava a fazer.
Pelo que percebi não muito tempo depois, a senhora tinha perdido o filho.
O pessoal do staff da festa lá o achou, e foram-se embora mãe e filho completamente lavados em lágrimas, mas juntos e seguros.
É completamente desconcertante.
Por um lado sinto-me cheio de alegria, que a catástrofe evitou-se, que mãe e filho estão novamente juntos, que não aconteceu o pior, que está tudo bem.
Por outro fico confuso, o tumulto de "ai coitada" e "já passou", o distanciamento, que não sei quem é a mulher, que não devia estar a sentir-me assim, porque nada tem a ver comigo, que nada muda a minha vida se o rapaz desaparece de vez ou não, se fugiu ou foi raptado, ou seja lá o que for, não é dos meus, não tenho que me preocupar, não os conheço, nem me aquece nem me arrefece.
Depois sinto-me extremamente culpado por pensar assim, porque é uma situação indescritível, que não se deseja a ninguém, que eu não quereria passar nem por nada, que devia-me preocupar, porque as pessoas boas preocupam-se com estas coisas, as pessoas boas preocupam-se com o que acontece com os outros, e será que isto quer dizer que eu não sou uma boa pessoa? Não quereria eu que alguém sentisse a minha falta, ficasse angustiado com a minha ausência se eu desaparecesse?
Acho que o pior, o que mexeu mais comigo, que me pôs mais fora de mim, foi o facto de que esta situação trouxe-me à memória que nada é seguro. Nada é constante, nada se consegue proteger completamente e de um momento para o outro pode-se perder tudo... e não há nada a fazer.
Etiquetas:
Divagações
domingo, 24 de junho de 2012
Diz-me com quem andas
Eu tenho um hábito sempre que vou de férias em que nos primeiros dias rapo o cabelo, normalmente à lâmina e deixo crescer a barba.
Não há razão em especial, parte é rebeldia porque normalmente não posso e então vingo-me nas férias, parte é nostalgia em que andava sempre assim nos tempos de liceu e a maior parte é já por tradição, faço-o porque sempre o fiz.
Uma coisa a que eu não consigo escapar é a reação pública.
Casaco de (pseudo-)cabedal, botas de biqueira de aço, careca e barba grande, fico com cara de mânfio. Qualquer loja que entre, tenho sempre um empregado a marcar. Nos restaurantes sou sempre mal servido e até chega a acontecer pessoal atravessar a rua só para não se cruzar comigo.
É o custo de fazer o que me apetece... as pessoas acham o que acham e reagem em concordância com isso.
Isto para dizer que de bem cedo percebi que a imagem muda a atitude que as pessoas têm perante nós. É por isso que usamos fato nas entrevistas de trabalho. Ou a nossa melhor roupa pra ir à missa. Ou até a nossa pior roupa para ir ajudar um amigo com as mudanças (não tenhas vergonha de pedir nada, que como a roupa mostra estou pronto pra tudo). O ar que projetamos é estudado para o que queremos que as pessoas pensem.
Ontem caminho do trabalho vi uma rapariga toda indignada porque um bêbado qualquer estava a fazer-se a ela no meio da rua. À frente dum bar. Às onze e meia da noite. Em que ela só tinha um par destes e um top justíssimo vestido. Em que a amiga dela estava ao marmelanço com um outro gajo qualquer. Na mesma rua. À vista de toda a gente.
Não é querer dizer que algumas estão a pedi-las, mas também não é de ficar indignado quando aparece algum a oferecer!
Isto é quase a mesma coisa que borrar-se de sangue para se atirar à água e depois ficar todo espantado quando aparecem os tubarões!
Etiquetas:
Condição Humana,
Diatribes,
Terriola
sexta-feira, 22 de junho de 2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Dia do Pai
Começo por dizer que a fotografia não tem absolutamente nada a ver com o assunto, mas estava à procura de presépios e encontrei isto... no fim explico a piada.
Oras, para todos aqueles que como eu estão baralhados com esta coisa do dia do pai, deixem-me relembrar-vos que o dia do pai em Portugal é a 19 de Março.
Assim como a Espanha e a Itália entre outros, o dia do pai celebra-se no dia de S. José, marido de Nossa Senhora e o gajo que sustentava a casa onde Jesus cresceu.
O que me parece meio bizarro... então nós celebramos o dia do pai no dia do santo que ficou famoso exatamente por não ser o pai?
Mas nós pelo menos ainda podemos dizer que temos tradição! No Brasil nos anos 50 houve um publicitário qualquer que decidiu que faltava um dia do pai no calendário e pimba! Fez-se um feriado! Sem haver tradição, sem haver razão, só porque apeteceu.
Nos Usas o dia do pai só se tornou oficial em 1972... O que significa que os nossos pais quando eram pequenos não festejaram esse dia/feriado/acontecimento.
Isto no fundo no fundo, como o caso do Brasil mostra perfeitamente, não passa de mais um falso Natal. Mais uma época pra nos fazer gastar dinheiro, para nos fazer comprar merdas que não lembram a ninguém, tralhas que ninguém precisa e mais um dia pra criar situações embaraçosas porque este ou aquele se esquece.
É mais uma comercialização, uma maneira de nos puxar pelas emoções pra nos fazer gastar dinheiro por culpa.
"Se eu gastar 200 euros numa prenda será que o meu pai vai saber que gosto dele? Ou será que não é caro o suficiente?"
Pai não tem dia, pai não despe a farda ao fim do dia e deixa de ser pai até ao próximo turno de serviço. Pai é pai todo o ano e não deve ser lembrado só num dia específico...
Deixar o pai para um dia definido no calendário não é uma celebração, é um insulto.
Etiquetas:
Condição Humana,
Divagações,
Publicidade
domingo, 17 de junho de 2012
Filmes de Sábado à Noite - A Thousand Words
Vi este hoje e ainda não sei se gostei ou não...
É dos tais.
A história em si é simples, faz lembrar o Liar Liar do Jim Carrey e até certo ponto o Shallow Hal do Jack Black, em que o personagem principal é obrigado a viver a vida de um modo diferente do habitual. Mas tem um twist (tal como os dois exemplos) de drama no meio da comédia.
Neste caso, há uma árvore que perde uma folha por cada palavra que ele diz e quando não houver mais folhas, não há mais ele.
Quando chegar ao fim do filme vai ter que fazer as pazes com a mãe, a mulher e reconciliar a vida que levava com a vida que deveria levar, enfim, o costume.
Por causa do limite de palavras, o filme mostra Eddie Murphy num tipo de papel que não lhe é nada habitual, o de ator físico, mais slapstick que verbal, mais visual por si só em vez de fatos gordos ou maquilhagem de velha.
É de se notar que o filme foi um falhanço total de bilheteiras. Custou 40 milhões e nem chegou a lucrar metade, portanto foi um atirar dinheiro à rua. Não há uma crítica positiva que seja no Rotten Tomatoes e a maior falha é que "sem a voz, o filme é um desperdício de Eddie Murphy".
E eu pergunto-me: será que isso é assim tão mau?
É que, eu não conheço o Eddie Murphy do Saturday Night Live, nem o do 48 horas, nem do Caça-Polícias. Essas coisas são de antes do meu tempo...
O Eddie Murphy que eu me lembro é o do Harlem Nights e do Coming to America (que gostei), do Professor Chanfrado (que detestei), do Bowfinger (que também detestei), do Dr. Dolittle (que foi assim-assim) . Já pra não esquecer que é a voz do burro do Shrek.
E de um sem-fim de porcarias familiares, tipo o Pluto Nash, o Daddy Day Care e as não sei quantas sequels dos que já disse acima.
Posto estes maus exemplos até achei que este Eddie estava bastante bom, com uma comédia sólida, piadas bastantes e um fim mais ou menos previsível, como é de esperar deste género.
No final de contas, a hora e meia gasta a ver o filme não me pareceu um desperdício de tempo, pelo que declaro que se calhar até sou capaz de ter gostado.
É dos tais.
A história em si é simples, faz lembrar o Liar Liar do Jim Carrey e até certo ponto o Shallow Hal do Jack Black, em que o personagem principal é obrigado a viver a vida de um modo diferente do habitual. Mas tem um twist (tal como os dois exemplos) de drama no meio da comédia.
Neste caso, há uma árvore que perde uma folha por cada palavra que ele diz e quando não houver mais folhas, não há mais ele.
Quando chegar ao fim do filme vai ter que fazer as pazes com a mãe, a mulher e reconciliar a vida que levava com a vida que deveria levar, enfim, o costume.
Por causa do limite de palavras, o filme mostra Eddie Murphy num tipo de papel que não lhe é nada habitual, o de ator físico, mais slapstick que verbal, mais visual por si só em vez de fatos gordos ou maquilhagem de velha.
É de se notar que o filme foi um falhanço total de bilheteiras. Custou 40 milhões e nem chegou a lucrar metade, portanto foi um atirar dinheiro à rua. Não há uma crítica positiva que seja no Rotten Tomatoes e a maior falha é que "sem a voz, o filme é um desperdício de Eddie Murphy".
E eu pergunto-me: será que isso é assim tão mau?
É que, eu não conheço o Eddie Murphy do Saturday Night Live, nem o do 48 horas, nem do Caça-Polícias. Essas coisas são de antes do meu tempo...
O Eddie Murphy que eu me lembro é o do Harlem Nights e do Coming to America (que gostei), do Professor Chanfrado (que detestei), do Bowfinger (que também detestei), do Dr. Dolittle (que foi assim-assim) . Já pra não esquecer que é a voz do burro do Shrek.
E de um sem-fim de porcarias familiares, tipo o Pluto Nash, o Daddy Day Care e as não sei quantas sequels dos que já disse acima.
Posto estes maus exemplos até achei que este Eddie estava bastante bom, com uma comédia sólida, piadas bastantes e um fim mais ou menos previsível, como é de esperar deste género.
No final de contas, a hora e meia gasta a ver o filme não me pareceu um desperdício de tempo, pelo que declaro que se calhar até sou capaz de ter gostado.
Etiquetas:
Mooves
sábado, 16 de junho de 2012
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Coisas escritas em jornal

Quanto será que custa uma assembleia?
Mais propriamente, um voto de protesto na Assembleia Legislativa dos Açores, quanto custa?
Não estou a falar de subornos, nada disso.
Pergunto-me, em ordenados, eletricidade do espaço em si, manutenção da dita sala, cobertura televisiva/noticiosa, quanto será que custa?
Mais diretamente, quanto é que custou ao povo açoriano as horas gastas pelo CDS/PP só pra dizer em praça pública que achou ofensivo o facto de que a RTP o achou ofensivo?
Então os senhores deputados agora estão a ser pagos para irem para a assembleia choramingar que "quem diz é que é"?
E segundo, o que caralho é que um emigrante nos EUA tem que vir mandar postas de pescada sobre o nome do aeroporto das Lajes?
Então este gajo não escolheu abandonar a sua terra? Não escolheu virar costas ao seu país pra ir fazer fortuna nas américas?
Se quer ter poder de decisão sobre a terra então não tivesse saído dela!
Acha que só porque mandou erguer uma estátua do Eusébio sabe-se lá onde (manobra que deu de comer a muito pobrezinho, sem sombra de dúvida) e mais uma igual lá na terra dele, que lhe dá azo a arrotar opiniões dessa maneira?
Quer ter opinião de como se governa a ilha? Trabalhe para o melhoramento da mesma! Invista cá o seu dinheiro! Abra postos de trabalho, fundos de caridade, nem que seja!
Derreta as duas estátuas de um trolha qualquer que deu uns pontapés numa bola, se quer ver quanta comida põe à mesa dos açorianos desfavorecidos!
E lá vem os jornais, relatar esta merda como se fosse édito real, ou a última teoria de Einstein, ou as declarações de Ghandi ou o caralho! Porra, que esta gente tira-me do sério!
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Etiquetas:
Games
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Acho que ainda não tinha reclamado desta treta de se pagar bilhetes no minibus.
Digamos que vou de casa prá Lua, ou pra outro destino qualquer que não é isso que interessa, e decido ir tomar café ao centro, eu e a maria pra fazer dois.
Estaciono no Cerrado do Bailão e apanho o dito cujo até à Central, por exemplo. E lá vão 40 cêntimos.
Chego, tomo café, volto a apanhar minibus de volta. E mais 40 cêntimos.
Se parasse o carro mesmo à porta da Central e pusesse 50 cêntimos no parquímetro saía-me bem mais barato que dar de comer à EVT.
E parar em cima do passeio com os quatro piscas ligados ainda mais barato sai.
Mas a ideia dos Minibuses não era fornecer uma alternativa viável para não entulhar o centro de carros? Para as pessoas que não querem pagar parquímetro? Para os idosos, inválidos, malandros, preguiçosos e outros políticos em geral? Para melhorar o comércio tradicional, dando às pessoas um método de transporte fácil entre zonas, uma maneira de explorar o comércio local?
O problema destas medidas é que quando revelam a sua verdadeira razão de existir (dar 80 cêntimos à EVT por cada passageiro, que as pessoas já não andam tanto de carreira como andavam) as pessoas reagem pelo extremo.
E dentro em breve, vou direito ao Hiper onde posso comprar de tudo e ainda tomar café... e o parque é de graça e o euro que dou pelo carrinho é-me devolvido.
E aí lá se vai o comércio tradicional, lá se vai a mama da EVT e lá se vai o chulanço dos parquímetros.
Porque se há coisa com que podemos contar é que assim que as pessoas se apercebem que estão a ser obrigados a fazer alguma coisa deixam logo de o fazer e se revoltam contra quem os obriga.
Digamos que vou de casa prá Lua, ou pra outro destino qualquer que não é isso que interessa, e decido ir tomar café ao centro, eu e a maria pra fazer dois.
Estaciono no Cerrado do Bailão e apanho o dito cujo até à Central, por exemplo. E lá vão 40 cêntimos.
Chego, tomo café, volto a apanhar minibus de volta. E mais 40 cêntimos.
Se parasse o carro mesmo à porta da Central e pusesse 50 cêntimos no parquímetro saía-me bem mais barato que dar de comer à EVT.
E parar em cima do passeio com os quatro piscas ligados ainda mais barato sai.
Mas a ideia dos Minibuses não era fornecer uma alternativa viável para não entulhar o centro de carros? Para as pessoas que não querem pagar parquímetro? Para os idosos, inválidos, malandros, preguiçosos e outros políticos em geral? Para melhorar o comércio tradicional, dando às pessoas um método de transporte fácil entre zonas, uma maneira de explorar o comércio local?
O problema destas medidas é que quando revelam a sua verdadeira razão de existir (dar 80 cêntimos à EVT por cada passageiro, que as pessoas já não andam tanto de carreira como andavam) as pessoas reagem pelo extremo.
E dentro em breve, vou direito ao Hiper onde posso comprar de tudo e ainda tomar café... e o parque é de graça e o euro que dou pelo carrinho é-me devolvido.
E aí lá se vai o comércio tradicional, lá se vai a mama da EVT e lá se vai o chulanço dos parquímetros.
Porque se há coisa com que podemos contar é que assim que as pessoas se apercebem que estão a ser obrigados a fazer alguma coisa deixam logo de o fazer e se revoltam contra quem os obriga.
Etiquetas:
Condição Humana,
Terriola
domingo, 10 de junho de 2012
Amigos (?)
De acordo com um e-mail que o facebook me enviou, 5 amigos meus fazem anos esta semana.
Só de raiz deve-se notar que o facebook envia-me mais e-mails que todos os meus amigos juntos, mas isso talvez seja sinal dos tempos, prova do atual cenário tecnológico.
Já ninguém envia mails. Já ninguém escreve cartas, ninguém visita ninguém só porque sim, ninguém sai de casa para se encontrar com ninguém para saber da vida deles, ninguém vai pro café na esperança de encontrar os amigos, ninguém faz nada espontaneamente...
Faz-se tudo pela internet. O facebook espelha ao mundo as nossas ideias, os SMS servem de agenda e todos estão contactáveis a todo o momento e em todo o lado. Com dois cliques falamos com família que está do outro lado do mundo, que nunca vimos pessoalmente, que talvez nunca iremos conhecer, sem barreiras nem entraves.
Não há filtro. Não se pode dizer "agora não me apetece" sem que se ofenda alguém. Porque assim que dissermos à tia que agora não dá porque estamos muito ocupados, ela vai pro face ver que afinal estamos ligados na PSN numa maratona de FIFA ou qq coisa assim.
E ao mesmo tempo não há máscaras. E acreditem ou não, as máscaras são necessárias. Se as pessoas soubessem que o doutor que lhes trata da saúde nem há 5 anos atrás estava aterrado no meu sofá podre de bêbado, pra não ir pra casa para a mãe não o apanhar naquele estado, se calhar não o queriam como doutor. Se calhar não o achavam competente suficiente.
É necessário, para aquele doutor por exemplo, não revelar os seus podres à vista do mundo.
Porque embora ninguém consiga olhar para dentro, apontar todos sabem. E num país que o que menos falta são dr.s, se aquele não é sériozinho arranja-se outro.
Face a isto, censuramo-nos a nós próprios. Não mostramos o nosso lado cru porque não queremos ser julgados. E no fundo ninguém nos conhece, porque nunca mostramos o verdadeiro eu.
Isto cria a ilusão de conhecimento... na realidade estamos todos sozinhos e ninguém conhece ninguém.
E com cada vídeo de youtube, com cada post de blog, com cada share de facebook, ficamos mais sozinhos... e com menos amigos.
Só de raiz deve-se notar que o facebook envia-me mais e-mails que todos os meus amigos juntos, mas isso talvez seja sinal dos tempos, prova do atual cenário tecnológico.
Já ninguém envia mails. Já ninguém escreve cartas, ninguém visita ninguém só porque sim, ninguém sai de casa para se encontrar com ninguém para saber da vida deles, ninguém vai pro café na esperança de encontrar os amigos, ninguém faz nada espontaneamente...
Faz-se tudo pela internet. O facebook espelha ao mundo as nossas ideias, os SMS servem de agenda e todos estão contactáveis a todo o momento e em todo o lado. Com dois cliques falamos com família que está do outro lado do mundo, que nunca vimos pessoalmente, que talvez nunca iremos conhecer, sem barreiras nem entraves.
Não há filtro. Não se pode dizer "agora não me apetece" sem que se ofenda alguém. Porque assim que dissermos à tia que agora não dá porque estamos muito ocupados, ela vai pro face ver que afinal estamos ligados na PSN numa maratona de FIFA ou qq coisa assim.
E ao mesmo tempo não há máscaras. E acreditem ou não, as máscaras são necessárias. Se as pessoas soubessem que o doutor que lhes trata da saúde nem há 5 anos atrás estava aterrado no meu sofá podre de bêbado, pra não ir pra casa para a mãe não o apanhar naquele estado, se calhar não o queriam como doutor. Se calhar não o achavam competente suficiente.
É necessário, para aquele doutor por exemplo, não revelar os seus podres à vista do mundo.
Porque embora ninguém consiga olhar para dentro, apontar todos sabem. E num país que o que menos falta são dr.s, se aquele não é sériozinho arranja-se outro.
Face a isto, censuramo-nos a nós próprios. Não mostramos o nosso lado cru porque não queremos ser julgados. E no fundo ninguém nos conhece, porque nunca mostramos o verdadeiro eu.
Isto cria a ilusão de conhecimento... na realidade estamos todos sozinhos e ninguém conhece ninguém.
E com cada vídeo de youtube, com cada post de blog, com cada share de facebook, ficamos mais sozinhos... e com menos amigos.
Etiquetas:
Condição Humana,
Entranet
sexta-feira, 8 de junho de 2012
P(r)ontos
Mas porque é que nós humanos somos tão destrutivos?
Porque é que temos sempre que escarafunchar, corroer, desfiar, gastar e moer até não haver mais?
A semana passada fui arrancar um destes, que já estava a pedir pra emigrar à uns anos.
Fiquei com uma cavidade que cabia um pão caseiro. O buraco era tão grande que via-se o osso. Era tão massivo, que se os Montanheiros vissem abriam o Algar da Boca. Tão abrangente que dava pra cursos de espeleologia.
Enfim, era um buraco grande.
Os pontos duraram três dias.
Uma combinação de gengiva fraca, comida mole, desinchar da carne, escarafunchanço e azar, o resto da semana já passou sem costuras. Rebentou tudo de um lado e ficou tipo bandeira ao vento, preso só do outro.
Quando regressei ao dentista quarta-feira, fui arrancar mais três. E qual tirar pontos que os pontos já tinham ido.
Costura em três sítios diferentes, passar a noite a comer gelado, nada de álcool, nada de quentes, os cuidados todos pra não acontecer a mesma coisa.
Neste momento passam dois dias... e uma das costuras já lá vai.
Mas porque raio é que eu não deixo os pontos da mão? E que tal parar quieto?
Então fui-me pôr feito tosco a comer pipocas, tava à espera de quê?
Porque é que temos sempre que escarafunchar, corroer, desfiar, gastar e moer até não haver mais?
A semana passada fui arrancar um destes, que já estava a pedir pra emigrar à uns anos.
Fiquei com uma cavidade que cabia um pão caseiro. O buraco era tão grande que via-se o osso. Era tão massivo, que se os Montanheiros vissem abriam o Algar da Boca. Tão abrangente que dava pra cursos de espeleologia.
Enfim, era um buraco grande.
Os pontos duraram três dias.
Uma combinação de gengiva fraca, comida mole, desinchar da carne, escarafunchanço e azar, o resto da semana já passou sem costuras. Rebentou tudo de um lado e ficou tipo bandeira ao vento, preso só do outro.
Quando regressei ao dentista quarta-feira, fui arrancar mais três. E qual tirar pontos que os pontos já tinham ido.
Costura em três sítios diferentes, passar a noite a comer gelado, nada de álcool, nada de quentes, os cuidados todos pra não acontecer a mesma coisa.
Neste momento passam dois dias... e uma das costuras já lá vai.
Mas porque raio é que eu não deixo os pontos da mão? E que tal parar quieto?
Então fui-me pôr feito tosco a comer pipocas, tava à espera de quê?
Etiquetas:
Condição Humana,
Devaneios
sábado, 25 de fevereiro de 2012
Curso Rápido de Economia
Encontrei esta no fundo do arquivo do e-mail, não é da minha autoria mas achei muito fixe.
Um viajante chega a um hotel para dormir, mas pede para ver o quarto.
Entretanto, entrega ao recepcionista duas notas de 100 euros.
Enquanto o viajante inspecciona os quartos, o gerente do hotel sai a correr com as duas notas de 100€, e vai à mercearia ao lado pagar uma dívida antiga, ... exactamente de 200 euros.
Surpreendido pelo pagamento inesperado da dívida, o merceeiro aproveita para pagar a um fornecedor uma dívida que tinha há muito... também de 200 euros.
O fornecedor, por sua vez, pega também nas duas notas e corre à farmácia, para liquidar uma dívida que aí tinha de ... 200,00 euros.
O farmacêutico, com as duas notas na mão, corre disparado e vai a uma casa de alterne ali ao lado, liquidar uma dívida com uma prostituta. ... coincidentemente, a dívida era de 200 euros.
A prostituta agradecida, sai com o dinheiro em direcção ao hotel, lugar onde habitualmente levava os seus clientes e que ultimamente não havia pago pelas acomodações.
Valor total da dívida: ... 200 euros.
Ela avisa o gerente que está a pagar a conta e coloca as notas em cima do balcão.
Nesse preciso momento, o viajante retorna do quarto, diz não ser o que esperava, pega nas duas notas de volta, agradece e sai do hotel.
Ninguém ganhou ou gastou um cêntimo, porém agora toda a cidade vive sem dívidas, com o crédito restaurado e começa a ver o futuro com confiança!
MORAL DA HISTÓRIA:
NINGUÉM ENTENDE A ECONOMIA!
Um viajante chega a um hotel para dormir, mas pede para ver o quarto.
Entretanto, entrega ao recepcionista duas notas de 100 euros.
Enquanto o viajante inspecciona os quartos, o gerente do hotel sai a correr com as duas notas de 100€, e vai à mercearia ao lado pagar uma dívida antiga, ... exactamente de 200 euros.
Surpreendido pelo pagamento inesperado da dívida, o merceeiro aproveita para pagar a um fornecedor uma dívida que tinha há muito... também de 200 euros.
O fornecedor, por sua vez, pega também nas duas notas e corre à farmácia, para liquidar uma dívida que aí tinha de ... 200,00 euros.
O farmacêutico, com as duas notas na mão, corre disparado e vai a uma casa de alterne ali ao lado, liquidar uma dívida com uma prostituta. ... coincidentemente, a dívida era de 200 euros.
A prostituta agradecida, sai com o dinheiro em direcção ao hotel, lugar onde habitualmente levava os seus clientes e que ultimamente não havia pago pelas acomodações.
Valor total da dívida: ... 200 euros.
Ela avisa o gerente que está a pagar a conta e coloca as notas em cima do balcão.
Nesse preciso momento, o viajante retorna do quarto, diz não ser o que esperava, pega nas duas notas de volta, agradece e sai do hotel.
Ninguém ganhou ou gastou um cêntimo, porém agora toda a cidade vive sem dívidas, com o crédito restaurado e começa a ver o futuro com confiança!
MORAL DA HISTÓRIA:
NINGUÉM ENTENDE A ECONOMIA!
Etiquetas:
Spam
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
X-COM: UFO Defense
Descobri este no fundo do armário outro dia. É daquelas coisas que eu nem sabia que tinha saudades.
Muitas, largas, imensas horas perdi eu a matar ET's e a caçar ovnis, a construir bases e a desenvolver tecnologia, a pesquisar armas, armaduras e novas ciências...
Tudo com gráficos VGA em resolução 640x480 e com som Sound Blaster 16.
E só com emulação de DOS, porque compatibilidade Windows, esquece.
Estratégia turn-based, com manutenção de stocks, evolução de tropas e selecção de alvos, este joguinho ainda hoje, quase 20 anos depois do lançamento, ainda está lá pras curvas.
Pra quem não conhece, recomenda-se.
Muitas, largas, imensas horas perdi eu a matar ET's e a caçar ovnis, a construir bases e a desenvolver tecnologia, a pesquisar armas, armaduras e novas ciências...
Tudo com gráficos VGA em resolução 640x480 e com som Sound Blaster 16.
E só com emulação de DOS, porque compatibilidade Windows, esquece.
Estratégia turn-based, com manutenção de stocks, evolução de tropas e selecção de alvos, este joguinho ainda hoje, quase 20 anos depois do lançamento, ainda está lá pras curvas.
Pra quem não conhece, recomenda-se.
Etiquetas:
Games
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
O fim vem aí
A internet como a conhecemos está às portas da morte.
DJ's, acabou-se. Gravar bocadinhos de músicas para fazer mixes passa a ser pirataria.
Youtube, mesma coisa. Qualquer puto que se grave a jogar Call of Duty para mostrar aos amigos, qualquer miúdo que agarre uma guitarra e toque as suas músicas preferidas à frente da câmara, tudo pirataria.
Cada vez que puserem uma imagem no facebook que não seja de vossa autoria arriscam-se a conta cancelada sem segundas perguntas.
E pior... sacar um filme da net, nem que seja por acidente, arriscam-se a ficar sem net em casa. Sem sequer falar de processos judiciais.
Dêem as boas-vindas à ACTA.
Disfarçada de lei anti-pirataria, a "Anti-Counterfeiting Trade Agreement" é efectivamente uma polícia não eleita, um órgão governamental mundial com um poder seriamente fora de escala.
Este acordo assim que entrar em vigor tem poder para decidir sobre bens falsificados, medicamentos genéricos, direitos de autor e liberdade de expressão na internet entre outros.
Disto tudo só o primeiro me parece correcto e mesmo assim ainda é naquela.
Só por um pequeno aparte, o comité executivo americano que decidiu se o país assinava ou não era composto entre outros pela Merck, a Dow Chemical, a General Pharmaceutical, a CropLife, a Johnson & Johnson, a Abbott, a Pfizer e a Procter & Gamble... acho que não é difícil perceber porque é que as maiores empresas farmacêuticas do mundo querem controlar a autorização de medicamentos genéricos.
Se os fabricantes de comprimidos é que decidem quais comprimidos são aprovados, só os deles é que vão ser.
Passo a um exemplo prático de como excesso de poder, embora inicialmente por boas razões, se torna numa arma de repressão quando empunhado pelas mãos erradas.
No fim de 1999, princípio de 2000, os Metallica lançaram uma acção judicial contra o Napster, seguidos pelo Dr. Dre, que aparentemente tem o mesmo advogado dos Metallica.
Pouco depois foi a vez da Madonna e atrás dela veio a RIAA, a Recording Industry Association of America. O site/programa foi fechado e o puto de 20 anos que o criou passou de capa da Time (em Outubro de 2000) a mais um "has-been" dos computadores.
A ver se ponho isto por miúdos, duma forma metafórica para quem não anda pelas internetes... os donos das maiores produtoras discográficas apareceram em casa do dono do Napster enquanto havia gente na sala a emprestar CD's uns aos outros. Expulsaram o puto de casa e fecharam aquela porcaria toda.
Faz sentido? Pois, a mim também não fez.
O Black Album dos Metallica foi para mim um disco marcante de adolescência, uma obra prima do heavy metal. O Death Magnetic é uma bosta disfarçada de CD.
Se os cd's não andam a vender não é por causa dos putos do Napster... é porque vocês pararam de fazer música para passar a fazer merda que ninguém quer comprar.
Os Radiohead deram a cara à imprensa, disseram que o Kid A, o seu primeiro CD a chegar ao top americano, só o conseguiu por causa do Napster.
Perceba-se... em três meses que o cd andou na internet, conseguiu mais publicidade positiva que as grandes campanhas publicitárias montadas pela indústria.
Provavelmente porque... é bom.
Ao contrário do Death Magnetic, cof cof.
Mas como os grandes senhores ditos acima não ganham nada com isso, faz-se de conta que ninguém disse nada e fica assim mesmo.
A passagem da ACTA dá o início à verdadeira censura da internet.
Não é só a música desta vez... são os filmes, os livros, a televisão, a rádio, os jornais, a indústria, o mercado livre e até a comida, porque as grandes farmacêuticas também mandam na comida.
Isto no fundo no fundo é o mesmo caso da Bayer com as suas viagens de oferta, ou dos treinadores de futebol com os seus cheques aos árbitros.
Trata-se apenas dos grandes senhores querem assegurar o monopólio, quererem assegurar que são os únicos fornecedores de um produto que nós vamos comprar, mesmo que não tenhamos escolha.
O caso do Napster foi à dez anos atrás... quando a indústria da música ainda era reino de vacas gordas.
Agora que a coisa está da maneira que está imaginem o que é que eles vão fazer quando se apanharem com este poder sem limites nas mãos.
DJ's, acabou-se. Gravar bocadinhos de músicas para fazer mixes passa a ser pirataria.
Youtube, mesma coisa. Qualquer puto que se grave a jogar Call of Duty para mostrar aos amigos, qualquer miúdo que agarre uma guitarra e toque as suas músicas preferidas à frente da câmara, tudo pirataria.
Cada vez que puserem uma imagem no facebook que não seja de vossa autoria arriscam-se a conta cancelada sem segundas perguntas.
E pior... sacar um filme da net, nem que seja por acidente, arriscam-se a ficar sem net em casa. Sem sequer falar de processos judiciais.
Dêem as boas-vindas à ACTA.
Disfarçada de lei anti-pirataria, a "Anti-Counterfeiting Trade Agreement" é efectivamente uma polícia não eleita, um órgão governamental mundial com um poder seriamente fora de escala.
Este acordo assim que entrar em vigor tem poder para decidir sobre bens falsificados, medicamentos genéricos, direitos de autor e liberdade de expressão na internet entre outros.
Disto tudo só o primeiro me parece correcto e mesmo assim ainda é naquela.
Só por um pequeno aparte, o comité executivo americano que decidiu se o país assinava ou não era composto entre outros pela Merck, a Dow Chemical, a General Pharmaceutical, a CropLife, a Johnson & Johnson, a Abbott, a Pfizer e a Procter & Gamble... acho que não é difícil perceber porque é que as maiores empresas farmacêuticas do mundo querem controlar a autorização de medicamentos genéricos.
Se os fabricantes de comprimidos é que decidem quais comprimidos são aprovados, só os deles é que vão ser.
Passo a um exemplo prático de como excesso de poder, embora inicialmente por boas razões, se torna numa arma de repressão quando empunhado pelas mãos erradas.
No fim de 1999, princípio de 2000, os Metallica lançaram uma acção judicial contra o Napster, seguidos pelo Dr. Dre, que aparentemente tem o mesmo advogado dos Metallica.
Pouco depois foi a vez da Madonna e atrás dela veio a RIAA, a Recording Industry Association of America. O site/programa foi fechado e o puto de 20 anos que o criou passou de capa da Time (em Outubro de 2000) a mais um "has-been" dos computadores.
A ver se ponho isto por miúdos, duma forma metafórica para quem não anda pelas internetes... os donos das maiores produtoras discográficas apareceram em casa do dono do Napster enquanto havia gente na sala a emprestar CD's uns aos outros. Expulsaram o puto de casa e fecharam aquela porcaria toda.
Faz sentido? Pois, a mim também não fez.
O Black Album dos Metallica foi para mim um disco marcante de adolescência, uma obra prima do heavy metal. O Death Magnetic é uma bosta disfarçada de CD.
Se os cd's não andam a vender não é por causa dos putos do Napster... é porque vocês pararam de fazer música para passar a fazer merda que ninguém quer comprar.
Os Radiohead deram a cara à imprensa, disseram que o Kid A, o seu primeiro CD a chegar ao top americano, só o conseguiu por causa do Napster.
Perceba-se... em três meses que o cd andou na internet, conseguiu mais publicidade positiva que as grandes campanhas publicitárias montadas pela indústria.
Provavelmente porque... é bom.
Ao contrário do Death Magnetic, cof cof.
Mas como os grandes senhores ditos acima não ganham nada com isso, faz-se de conta que ninguém disse nada e fica assim mesmo.
A passagem da ACTA dá o início à verdadeira censura da internet.
Não é só a música desta vez... são os filmes, os livros, a televisão, a rádio, os jornais, a indústria, o mercado livre e até a comida, porque as grandes farmacêuticas também mandam na comida.
Isto no fundo no fundo é o mesmo caso da Bayer com as suas viagens de oferta, ou dos treinadores de futebol com os seus cheques aos árbitros.
Trata-se apenas dos grandes senhores querem assegurar o monopólio, quererem assegurar que são os únicos fornecedores de um produto que nós vamos comprar, mesmo que não tenhamos escolha.
O caso do Napster foi à dez anos atrás... quando a indústria da música ainda era reino de vacas gordas.
Agora que a coisa está da maneira que está imaginem o que é que eles vão fazer quando se apanharem com este poder sem limites nas mãos.
Etiquetas:
Diatribes
domingo, 8 de janeiro de 2012
Filmes de Sábado à Noite - Dark Knight Rises

Está cada vez mais perto o último filme do Batman pelas mãos de Christopher Nolan. Venho principalmente deixar este link que, se não é letra por letra, está bem perto do que me parece vir a ser o filme.
Este realizador, a meu ver, tem sido só sucessos desde Memento até ao Inception e não me parece que vá perder o toque tão depressa.
Parece também que está fortemente envolvido no Man of Steel, o próximo remake do Superhomem, que vai dar uma muito necessária lavagem ao herói, principalmente depois da barbaridade que foi Superman Returns (a sério, só se safa o Lex Luthor).
Em suma, um grande realizador para o que promete ser um grande filme e um grande fim a uma excelente história.
Etiquetas:
Mooves
sábado, 7 de janeiro de 2012
Água Contaminada

Aparentemente os aquíferos a sul do aterro intermunicipal vão estar contaminados durante, no mínimo dos mínimos, 50 anos.
Vão ser 50 anos a olhar para a torneira e a pensar se isto é mesmo seguro pra beber ou se vou virar mutante ou super-herói ou o caraças.
Mas não, a final da casa dos segredos é que é mesmo importante.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Multiverso

É interessante ver que quando alguém pergunta, por exemplo, "quem é o Flash?" a resposta seja "qual deles?"
E se mesmo assim esse alguem diz Barry Allen, volta-se a perguntar... qual deles?
Por um lado compreende-se que uma história que começou (neste caso) em 1940 não consiga ter o mesmo seguimento hoje em dia que uma história começada pós 11 de Setembro.
O flash original ganhou os seus poderes inalando vapores de água dura... para quem não sabe, a única preocupação que o ser humano normal tem que ter em relação a água dura é quando sabão põe na máquina da roupa, como se vê nos lados das caixas de Tide.
Verdade, também há que ter em conta o desgaste das tubagens e o efeito do calcário na maquinaria, mas hey, são preocupações menores.
Depois alterou-se para água pesada... só porque água pesada usa-se para arrefecer reactores nucleares. Se tem "nuclear" no nome deve ser perigoso, não?
Meh... hoje em dia água pesada chama-se monóxido de deutério e é menos perigoso que lixívia.
Actualmente, o flash é mutante. Acho eu. No meio de tanta confusão já nem sei.
Aranhas radioactivas, gases tóxicos, radiação gama, experiências malucas... tudo serve para criar super-heróis, a única constante é que é qualquer coisa "desconhecida".
A última que vi foi a inteligência artificial. O Dr Octopus no Spider-Man 2 é "possuído" pela AI das garras e é por aí que se torna super. Acho que daqui a uns 10 anos alguém vai olhar pra trás e chamar isto de parvo, tal como estou a fazer agora.
Mas enfim, o maior problema mesmo é o envelhecimento da personagem. E o perigo, não esquecer o perigo.
Peguemos no homem-aranha. Começa o filme, ou abre-se a primeira página da revista, e temos um adolescente Peter Parker... em 1962.
Hoje o aranhiço teria bem mais que 50... casado, filhos, talvez até netos.
Mas é claro que a revista tem que vender, ninguém quer ler sobre "o primo do vizinho daquele gajo que viu o homem-aranha"... portanto mantém-se o novinho Peter, com os mesmos problemas de sempre, as mesmas inseguranças, a mesma namorada, os mesmos inimigos e por aí em diante.
Eu não vou comprar uma revista para ver a mesma história todas as semanas, durante 50 anos.
Portanto de dez em dez anos, mais coisa menos coisa, lança-se um "novo" homem-aranha... Amazing, Friendly, Ultimate, 2099 e até um indiano e etc e etc e etc, ad-nauseum.
E de cada vez que aparece é "uma história nunca vista" ou "um novo começo" ou o raio que o parta... farta e farta completamente.
Chega ao absurdo, não há continuidade, não há princípio, meio e fim, é uma desgraça, uma bandalheira. Na edição do ano passado houve um Spider-Man a salvar um Wolverine de um vilão qualquer e na desta semana o Peter tem 14 anos e conhece o Wolverine pela primeira vez.
E o perigo, credo!
Novamente de dez em dez anos aparece um "matador".
O Bane matou o Batman... depois o Hurt matou o Batman. Depois afinal não estava morto. Depois era só uma cadeira de rodas. Depois o Azrael é o Batman, e asseguir o Robin é o Batman e o filho do Batman é o Robin. Mas afinal o Batman não está morto.
Super-Homem a mesma coisa... Doomsday mata super-homem. Lex Luthor mata super-homem. Zod mata super-homem. e afinal o extra-terrestre foi salvo por extra-terrestres.
É uma palhaçada.
Acho que é um desrespeito aos fãs...
Principalmente quando começam com as misturas.
O mais absurdo é sem sombra de dúvida a Liga da Justiça.
Meteram o Superhomem, o Batman e a Wonder Woman na mesma equipa.
Ora pensem nisto um bocadinho.
O Superman, supra-sumo da banana, imortal, extra-terrestre, completamente invulnerável, capaz de correr à volta da terra e voltar atrás no tempo, quando sai da cadeira de rodas, lado a lado com um gajo que luta contra... palhaços e pinguins.
O Super ia a Gotham e limpava a cidade toda num fim-de-semana.
Não faz sentido. É uma barbaridade.
E volta a bater no que tenho vindo a dizer com filmes e séries...
Estes heróis não são feitos para diversão dos leitores.
São feitos para a carteira das empresas.
Etiquetas:
Divagações
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Fim da Restauração

Desde 1 de Janeiro que o IVA de 9% aumentou para 16%, cá nas ilhas, porque no continente ainda foi pior... de 13%; para 23%.
Muito se chora e muito se resmunga, que isto é mau, que agente não sobrevive e tal e não sei mais quê.
Confesso que a princípio me parecia fatalismo, mas agora vendo melhor acho que é mesmo motivo para alarmar.
Ora façamos uma exposição.
Uma pessoa chega ao restaurante, senta-se e leva couvert, aquela fatia de pão rijo e mais a casquinha de manteiga do fundo do frigorífico.
Pede a comida e enquanto espera lá vai mamando uma cerveja. Como a comida demora (quase de propósito) quando chega o prato lá tem que vir outra bebida.
Depois no fim lá vai um café e pede-se a conta.
Um couvert normalmente é cobrado a 1 euro. Imaginemos que um pão custa 1 euro, dá pra 20 fatias e cada cliente leva duas. ou seja, aquele couvert vai custar 10 cêntimos plo pão mais 10 pla manteiga. Portantos, couvert = lucro 0,80 euros.
A cerveja vai mais um, e custa praí 50 cêntimos. Ou seja, duas cervejas = lucro 1 euro.
Normalmente é na comida que está o verdadeiro ganho... pagamos 5 euros por um prato que custa 2 a fazer, sem querer entrar em ingredientes específicos, produtos perecíveis e especiarias incontabilizáveis, vamos por este valor... prato principal = lucro 3 euros.
O café costuma ser daquelas coisas que as pessoas nem dão por ela... pagamos 60 cêntimos mas na realidade o custo não chega a 20. Portanto café = lucro 0,40 cêntimos.
No total, esta refeição teria um lucro de 5,20 euros. Deduzindo os 9% de IVA (que o restaurante é que paga o IVA, se repararem todas as ementas que se vêem por aí dizem "IVA incluído") este lucro seria 5,20 - 0,47 = 4,73 Euros.
Até parece muito, mas não esquecer que este lucro tem que pagar o empregado de mesa, o cozinheiro, a electricidade dos frigoríficos, o gás dos fogões, a água pra lavar a loiça e tudo o resto que anda à volta de gerir um restaurante.
E agora buga subir taxas.
Logo de raiz aumentam os produtos base. O pão ainda está a ser discutido e a manteiga já se decidiu que não aumenta... portanto o couvert está safo.
As cervejas sobem de 50 cêntimos para 54. Portanto o lucro já não é 1 euro, já são 92 cêntimos.
O custo do prato principal também sobe, de 2 euros passa para 2,20... e assim o lucro já é só 2,80.
o café também sobe, portanto o lucro aqui passa a ser 0,38, em vez dos 40.
O lucro total da refeição já passa a ser 4,90 euros... é menos 30 cêntimos por cabeça.
E agora aplica-se o martelo final da taxa. 4,90 euros - 0,78 (que agora é 16%) = 4,12 euros...
Quem não teve pachorra para a exposição recomece a ler aqui.
O restaurante vai perder 61 cêntimos por pessoa...
Onde antes serviam 10, agora vão ter que servir 12, só para igualar.
Em tempo de crise, em tempo que as pessoas gastam menos, que se aperta o cinto e se come pão e queijo em vez de lagosta... os restaurantes vão ter que servir mais duas pessoas diárias só para continuar na mesma merda que estão.
Isto é preocupante...
É preocupante porque se o restaurante fecha já não há ninguém pra comprar carne e batatas, portanto fecham os talhos e fecham as plantações. E depois os empregados dos talhos e das plantações não recebem ordenado, portanto não comem em restaurantes. E lá fecha mais um restaurante, e mais um talho, e mais uma plantação, e mais um restaurante, e mais, e mais, e mais...
É claro que isto é uma visão um bocado fatalista. Os preços reais não são estes, os talhos e as plantações de batatas não vivem só de restaurantes, até porque as pessoas que comiam bife na tasca continuam a comer bife em casa, mas fica como exemplo.
Só que os donos do restaurantes sabem isto. Portanto em vez de servirem mais pessoas para repôr os ditos 60 cêntimos, vão é aumentar o preço da conta. Ou aldrabam e as porções vêm mais pequenas.
E o cliente paga, senão não almoça.
O problema é que a aumentar assim... muito em breve o cliente paga e arrota e mesmo assim não come.
É que hoje é a comida, amanhã é o gás, depois a água e a luz e só falta é inventarem um IVA a aplicar ao oxigénio.
Muito se chora e muito se resmunga, que isto é mau, que agente não sobrevive e tal e não sei mais quê.
Confesso que a princípio me parecia fatalismo, mas agora vendo melhor acho que é mesmo motivo para alarmar.
Ora façamos uma exposição.
Uma pessoa chega ao restaurante, senta-se e leva couvert, aquela fatia de pão rijo e mais a casquinha de manteiga do fundo do frigorífico.
Pede a comida e enquanto espera lá vai mamando uma cerveja. Como a comida demora (quase de propósito) quando chega o prato lá tem que vir outra bebida.
Depois no fim lá vai um café e pede-se a conta.
Um couvert normalmente é cobrado a 1 euro. Imaginemos que um pão custa 1 euro, dá pra 20 fatias e cada cliente leva duas. ou seja, aquele couvert vai custar 10 cêntimos plo pão mais 10 pla manteiga. Portantos, couvert = lucro 0,80 euros.
A cerveja vai mais um, e custa praí 50 cêntimos. Ou seja, duas cervejas = lucro 1 euro.
Normalmente é na comida que está o verdadeiro ganho... pagamos 5 euros por um prato que custa 2 a fazer, sem querer entrar em ingredientes específicos, produtos perecíveis e especiarias incontabilizáveis, vamos por este valor... prato principal = lucro 3 euros.
O café costuma ser daquelas coisas que as pessoas nem dão por ela... pagamos 60 cêntimos mas na realidade o custo não chega a 20. Portanto café = lucro 0,40 cêntimos.
No total, esta refeição teria um lucro de 5,20 euros. Deduzindo os 9% de IVA (que o restaurante é que paga o IVA, se repararem todas as ementas que se vêem por aí dizem "IVA incluído") este lucro seria 5,20 - 0,47 = 4,73 Euros.
Até parece muito, mas não esquecer que este lucro tem que pagar o empregado de mesa, o cozinheiro, a electricidade dos frigoríficos, o gás dos fogões, a água pra lavar a loiça e tudo o resto que anda à volta de gerir um restaurante.
E agora buga subir taxas.
Logo de raiz aumentam os produtos base. O pão ainda está a ser discutido e a manteiga já se decidiu que não aumenta... portanto o couvert está safo.
As cervejas sobem de 50 cêntimos para 54. Portanto o lucro já não é 1 euro, já são 92 cêntimos.
O custo do prato principal também sobe, de 2 euros passa para 2,20... e assim o lucro já é só 2,80.
o café também sobe, portanto o lucro aqui passa a ser 0,38, em vez dos 40.
O lucro total da refeição já passa a ser 4,90 euros... é menos 30 cêntimos por cabeça.
E agora aplica-se o martelo final da taxa. 4,90 euros - 0,78 (que agora é 16%) = 4,12 euros...
Quem não teve pachorra para a exposição recomece a ler aqui.
O restaurante vai perder 61 cêntimos por pessoa...
Onde antes serviam 10, agora vão ter que servir 12, só para igualar.
Em tempo de crise, em tempo que as pessoas gastam menos, que se aperta o cinto e se come pão e queijo em vez de lagosta... os restaurantes vão ter que servir mais duas pessoas diárias só para continuar na mesma merda que estão.
Isto é preocupante...
É preocupante porque se o restaurante fecha já não há ninguém pra comprar carne e batatas, portanto fecham os talhos e fecham as plantações. E depois os empregados dos talhos e das plantações não recebem ordenado, portanto não comem em restaurantes. E lá fecha mais um restaurante, e mais um talho, e mais uma plantação, e mais um restaurante, e mais, e mais, e mais...
É claro que isto é uma visão um bocado fatalista. Os preços reais não são estes, os talhos e as plantações de batatas não vivem só de restaurantes, até porque as pessoas que comiam bife na tasca continuam a comer bife em casa, mas fica como exemplo.
Só que os donos do restaurantes sabem isto. Portanto em vez de servirem mais pessoas para repôr os ditos 60 cêntimos, vão é aumentar o preço da conta. Ou aldrabam e as porções vêm mais pequenas.
E o cliente paga, senão não almoça.
O problema é que a aumentar assim... muito em breve o cliente paga e arrota e mesmo assim não come.
É que hoje é a comida, amanhã é o gás, depois a água e a luz e só falta é inventarem um IVA a aplicar ao oxigénio.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Séries de Segunda - Chuck

Chuck tem sido desde o princípio uma série vencedora, por assim dizer, com actores bem escolhidos, diálogos bem escritos, um pouco de acção, um pouco de romance, muita parvoíce e sempre bem humorada.
O canal chegou à conclusão que o programa já não rende o suficiente para cobrir o esforço e tomou a acertada decisão de acabar em grande, em vez de apertar a mama até ao fim pra ver o que é que sai.
Ainda não acabou, portanto ainda há hipótese de estragar, mas pelo menos até agora os episódios têm sido todos bons.
As pontas soltas estão-se a amarrar, os problemas estão-se a descomplicar e não há aquela corrida para enfiar mais história só na esperança de haver mais qualquer coisa no futuro (ao contrário, por exemplo, de Reaper, Andromeda e Caprica).
Acho piada que todos os episódios tenham um cameo famoso, desde Luke Skywalker do Star Wars a Trinitys do Matrix, passando pela Mystique dos X-Men e pelo agente Peter Burke do White Collar, o que não faltam são caras conhecidas.
Acho que é uma boa despedida, um fim digno de uma série merecedora.
Etiquetas:
TêVê
domingo, 1 de janeiro de 2012
Bom ano novo!

2011 foi um ano pra esquecer e, ou muito me engano, 2012 vai ser pior ainda.
O país está a um passo da falência, o governo continua corrupto, as taxas aumentam, o nível de vida baixa, empregos a acabar e trabalhos escassos...
Se até agora andaram a apertar o cinto, daqui em diante andamos todos de tanga, que nem pra comprar calças há dinheiro.
Mas que não seja tudo mau.
Morreu o Bin Laden, morreu o Kim Jong-Il, morreu o Ghaddafi. E com o novo acordo ortográfico, pra lá caminha a língua portuguesa.
Morreu 2011, viva 2012!
Mas no fundo no fundo o que é preciso é esperança.
Esperança de ganhar o euromilhões, por exemplo.
Ou de ter hipótese de emigrar.
Ou que os homenzinhos da troika nos devolvam os subsídios de natal e férias.
Mas enfim...
Relativo a 2010, desejo-vos umas boas entradas!
Etiquetas:
Desactualizações
Subscrever:
Mensagens (Atom)