Recentemente repeguei no livro do Homem que Mordeu o Cão e ao passar pela notícia de que os japoneses inventaram um spray que detecta fluídos sexuais nas cuecas, lembrei-me desta conversa que se passou algures nos meus últimos anos de liceu.
Na altura eu ainda andava com a mania que queria ser psicólogo, portanto o pessoal incluía-me em conversas das mais absurdas que eu alguma vez ouvi, na esperança de obter algumas respostas para aqueles problemas que, na altura, pareciam ser o fim do céu e da terra.
Juntavam-se três ou quatro putos à minha volta, normalmente no tanque do liceu, e eles lá expunham os seus problemas, sem qualquer vergonha uns dos outros, ao que eu acabava sempre a ouvir feito estúpido e a aconselhar na melhor da minha capacidade.
Aparentemente um rapazinho, Bruno, ou Marco ou Manel, ou outro nome assim perfeitamente banal que eu já nem me lembro, andava com a mania que a namorada o andava a trair. Pelo que parece de repente ela, em certos dias, começou a insistir que ele não lhe fizesse sexo oral e essa foi a primeira desconfiança.
Note-se que na altura nem me passou pela cabeça por em causa que um monte de miúdos de 14/15/16 anos andassem aos minetes uns nos outros, o que por si só já é sinal que esta juventude está mesmo perdida.
Depois ele começou a reparar em manchas nas cuecas dela... e parece que numa aula de Biologia ou Ciências ou lá como é que se chamava na altura ele ouviu que as fêmeas humanas não têm capacidade de reter esperma no útero, pelo que é perfeitamente normal haver um certo escorrimento nas horas a seguir ao acto.
Esta eu tive mesmo que ir procurar, porque nunca tal tinha ouvido antes... Parece que afinal era mesmo verdade! Quem é que diz que não se aprende nada com os mais novos?
Junta-se mais uns pormenorzinhos assim, ele sismado que ela às vezes tinha um cheiro diferente, que quando saíam ela parecia que estava a querer esconder e mais outros que tais e estava basicamente a história contada.
E começam as opiniões, que normalmente é nesta parte que eu me pronuncio.
Uma rapariga dizia que o que ele deveria fazer era confrontá-la. E aqui digo eu... e se não for verdade?
O que é que ganhas com isso? Olha, eu sei que estamos juntos, mas não confio em ti e acho que me andas a trair? E depois como é que a coisa fica? Vai ela ficar a saber para sempre que não confias nela? E quando ela se vir numa situação que acaba mesmo por te pregar os cornos, só porque ela sabe que tu não acreditas na vossa relação?
Outro dizia que eles deviam segui-la... ver o que é que ela andava a fazer e com quem para depois correr a contar a ele. E até quando é que eles a conseguiriam seguir até ela topar que os amigos do namorado andavam atrás dela? E se não encontrassem nada? A dúvida não passava, a única coisa que ele ficava a saber é que ela não fazia nada com os amigos dele por perto... Não resolvia nada e era mais uma prova da desconfiança dele.
Mas para finalizar disse eu, se essa relação já vai nesse ponto, que não confias nela e estás convencido que ela te anda a trair, que vês perseguições e defeitos por todo o lado, não era melhor acabar e pronto? Não era melhor partir pra outra, qualquer coisa nova sem esse engano todo?
É que depois de começar a conspiração tudo encaixa! Da próxima vez que ela não atender o telemóvel é porque estava com outro, quando ela chegar atrasada é porque estava com outro, quando ela não quiser almoçar contigo é porque vai estar com outro, quando não quiser sair é porque está com outro, quando ela disser que está em casa doente é desculpa para poder estar com outro e por aí em diante e depois é só neuras e estás a estragar a tua paz por um outro que às tantas nem existe!
Presumo que na altura não tinha sido tão eloquente, mas a ideia exposta deve ter sido mais ou menos esta.
Como todos os namoros de adolescência, aquele durou pouco. Acabaram por ir cada um para o seu lado, acho que nem duas semanas depois, ele arranjou outra, que também não durou e dois ou três meses mais tarde lá estávamos nós em mais uma das nossas conversas...
Pelo que viemos a saber, ela não andava a traí-lo com outro... era com outra.
Eu espanto-me como é que me lembro destas merdas com tal pormenor só de olhar para um livro, mas não me consigo lembrar o que é que comi ontem ao pequeno almoço!
Na altura eu ainda andava com a mania que queria ser psicólogo, portanto o pessoal incluía-me em conversas das mais absurdas que eu alguma vez ouvi, na esperança de obter algumas respostas para aqueles problemas que, na altura, pareciam ser o fim do céu e da terra.
Juntavam-se três ou quatro putos à minha volta, normalmente no tanque do liceu, e eles lá expunham os seus problemas, sem qualquer vergonha uns dos outros, ao que eu acabava sempre a ouvir feito estúpido e a aconselhar na melhor da minha capacidade.
Aparentemente um rapazinho, Bruno, ou Marco ou Manel, ou outro nome assim perfeitamente banal que eu já nem me lembro, andava com a mania que a namorada o andava a trair. Pelo que parece de repente ela, em certos dias, começou a insistir que ele não lhe fizesse sexo oral e essa foi a primeira desconfiança.
Note-se que na altura nem me passou pela cabeça por em causa que um monte de miúdos de 14/15/16 anos andassem aos minetes uns nos outros, o que por si só já é sinal que esta juventude está mesmo perdida.
Depois ele começou a reparar em manchas nas cuecas dela... e parece que numa aula de Biologia ou Ciências ou lá como é que se chamava na altura ele ouviu que as fêmeas humanas não têm capacidade de reter esperma no útero, pelo que é perfeitamente normal haver um certo escorrimento nas horas a seguir ao acto.
Esta eu tive mesmo que ir procurar, porque nunca tal tinha ouvido antes... Parece que afinal era mesmo verdade! Quem é que diz que não se aprende nada com os mais novos?
Junta-se mais uns pormenorzinhos assim, ele sismado que ela às vezes tinha um cheiro diferente, que quando saíam ela parecia que estava a querer esconder e mais outros que tais e estava basicamente a história contada.
E começam as opiniões, que normalmente é nesta parte que eu me pronuncio.
Uma rapariga dizia que o que ele deveria fazer era confrontá-la. E aqui digo eu... e se não for verdade?
O que é que ganhas com isso? Olha, eu sei que estamos juntos, mas não confio em ti e acho que me andas a trair? E depois como é que a coisa fica? Vai ela ficar a saber para sempre que não confias nela? E quando ela se vir numa situação que acaba mesmo por te pregar os cornos, só porque ela sabe que tu não acreditas na vossa relação?
Outro dizia que eles deviam segui-la... ver o que é que ela andava a fazer e com quem para depois correr a contar a ele. E até quando é que eles a conseguiriam seguir até ela topar que os amigos do namorado andavam atrás dela? E se não encontrassem nada? A dúvida não passava, a única coisa que ele ficava a saber é que ela não fazia nada com os amigos dele por perto... Não resolvia nada e era mais uma prova da desconfiança dele.
Mas para finalizar disse eu, se essa relação já vai nesse ponto, que não confias nela e estás convencido que ela te anda a trair, que vês perseguições e defeitos por todo o lado, não era melhor acabar e pronto? Não era melhor partir pra outra, qualquer coisa nova sem esse engano todo?
É que depois de começar a conspiração tudo encaixa! Da próxima vez que ela não atender o telemóvel é porque estava com outro, quando ela chegar atrasada é porque estava com outro, quando ela não quiser almoçar contigo é porque vai estar com outro, quando não quiser sair é porque está com outro, quando ela disser que está em casa doente é desculpa para poder estar com outro e por aí em diante e depois é só neuras e estás a estragar a tua paz por um outro que às tantas nem existe!
Presumo que na altura não tinha sido tão eloquente, mas a ideia exposta deve ter sido mais ou menos esta.
Como todos os namoros de adolescência, aquele durou pouco. Acabaram por ir cada um para o seu lado, acho que nem duas semanas depois, ele arranjou outra, que também não durou e dois ou três meses mais tarde lá estávamos nós em mais uma das nossas conversas...
Pelo que viemos a saber, ela não andava a traí-lo com outro... era com outra.
Eu espanto-me como é que me lembro destas merdas com tal pormenor só de olhar para um livro, mas não me consigo lembrar o que é que comi ontem ao pequeno almoço!