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Divagações, Diatribes e outros Semelhantes

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Takeshi Manuel

Recentemente repeguei no livro do Homem que Mordeu o Cão e ao passar pela notícia de que os japoneses inventaram um spray que detecta fluídos sexuais nas cuecas, lembrei-me desta conversa que se passou algures nos meus últimos anos de liceu.

Na altura eu ainda andava com a mania que queria ser psicólogo, portanto o pessoal incluía-me em conversas das mais absurdas que eu alguma vez ouvi, na esperança de obter algumas respostas para aqueles problemas que, na altura, pareciam ser o fim do céu e da terra.

Juntavam-se três ou quatro putos à minha volta, normalmente no tanque do liceu, e eles lá expunham os seus problemas, sem qualquer vergonha uns dos outros, ao que eu acabava sempre a ouvir feito estúpido e a aconselhar na melhor da minha capacidade.

Aparentemente um rapazinho, Bruno, ou Marco ou Manel, ou outro nome assim perfeitamente banal que eu já nem me lembro, andava com a mania que a namorada o andava a trair. Pelo que parece de repente ela, em certos dias, começou a insistir que ele não lhe fizesse sexo oral e essa foi a primeira desconfiança.
Note-se que na altura nem me passou pela cabeça por em causa que um monte de miúdos de 14/15/16 anos andassem aos minetes uns nos outros, o que por si só já é sinal que esta juventude está mesmo perdida.
Depois ele começou a reparar em manchas nas cuecas dela... e parece que numa aula de Biologia ou Ciências ou lá como é que se chamava na altura ele ouviu que as fêmeas humanas não têm capacidade de reter esperma no útero, pelo que é perfeitamente normal haver um certo escorrimento nas horas a seguir ao acto.

Esta eu tive mesmo que ir procurar, porque nunca tal tinha ouvido antes... Parece que afinal era mesmo verdade! Quem é que diz que não se aprende nada com os mais novos?

Junta-se mais uns pormenorzinhos assim, ele sismado que ela às vezes tinha um cheiro diferente, que quando saíam ela parecia que estava a querer esconder e mais outros que tais e estava basicamente a história contada.

E começam as opiniões, que normalmente é nesta parte que eu me pronuncio.

Uma rapariga dizia que o que ele deveria fazer era confrontá-la. E aqui digo eu... e se não for verdade?
O que é que ganhas com isso? Olha, eu sei que estamos juntos, mas não confio em ti e acho que me andas a trair? E depois como é que a coisa fica? Vai ela ficar a saber para sempre que não confias nela? E quando ela se vir numa situação que acaba mesmo por te pregar os cornos, só porque ela sabe que tu não acreditas na vossa relação?

Outro dizia que eles deviam segui-la... ver o que é que ela andava a fazer e com quem para depois correr a contar a ele. E até quando é que eles a conseguiriam seguir até ela topar que os amigos do namorado andavam atrás dela? E se não encontrassem nada? A dúvida não passava, a única coisa que ele ficava a saber é que ela não fazia nada com os amigos dele por perto... Não resolvia nada e era mais uma prova da desconfiança dele.

Mas para finalizar disse eu, se essa relação já vai nesse ponto, que não confias nela e estás convencido que ela te anda a trair, que vês perseguições e defeitos por todo o lado, não era melhor acabar e pronto? Não era melhor partir pra outra, qualquer coisa nova sem esse engano todo?
É que depois de começar a conspiração tudo encaixa! Da próxima vez que ela não atender o telemóvel é porque estava com outro, quando ela chegar atrasada é porque estava com outro, quando ela não quiser almoçar contigo é porque vai estar com outro, quando não quiser sair é porque está com outro, quando ela disser que está em casa doente é desculpa para poder estar com outro e por aí em diante e depois é só neuras e estás a estragar a tua paz por um outro que às tantas nem existe!

Presumo que na altura não tinha sido tão eloquente, mas a ideia exposta deve ter sido mais ou menos esta.

Como todos os namoros de adolescência, aquele durou pouco. Acabaram por ir cada um para o seu lado, acho que nem duas semanas depois, ele arranjou outra, que também não durou e dois ou três meses mais tarde lá estávamos nós em mais uma das nossas conversas...

Pelo que viemos a saber, ela não andava a traí-lo com outro... era com outra.

Eu espanto-me como é que me lembro destas merdas com tal pormenor só de olhar para um livro, mas não me consigo lembrar o que é que comi ontem ao pequeno almoço!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Filmes de Sábado à noite - Grown Ups

®Columbia PicturesSeguindo o que eu digo no Jonah Hex, de que nem tido tem que ser grandes produções, trago-vos Grown Ups, o último de Adam Sandler.

É uma históriazinha agradável, previsível, cheia de clichés, com piadinhas simples, sem grande enredo, com uma ou outra gargalhada mais forte.

É muito giro. Vê-se bem, agrada. Acaba tudo mais ou menos da mesma maneira que começa, sem fim do mundo, sem grandes revelações, sem robôs gigantes, sem ET's, sem paranormal, sem vampiros.

É em tudo uma comédia leve, com situações que todos nós conseguimos nos relacionar a um ponto ou outro, que nos faz lembrar um fim-de-semana com o nosso próprio grupo de amigos.

É exactamente deste tipo de filme que nós precisamos.

O mundo já tem desgraças desastres e destruição bastante...

Santa Hollywood! Traz-nos comédia para nos esquecer-mos da merda do dia-a-dia!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Filmes de Sábado à noite - Salt

®Columbia PicturesDe acordo com a Wikipedia, esta história foi originalmente escrita para o Tom Cruise.

Posto isto só tenho a dizer que AINDA BEM que eles mudaram de ideias.

Com Angelina Jolie o filme consegue o que com Cruise nunca mais ia conseguir... até meio do filme ficamos sem saber se a gaja afinal é ou não é um sleeper e não sabemos se devíamos ou não estar a torcer por ela...

Não se trata de uma lição de moral, como todos os outros filmes de sleepers que andam aí, de coitadinhos de nós americanos que estamos a ser atacados pelos russos, não se trata da luta entre o que ela realmente quer e as ordens que tem de cumprir, trata-se de tiros... e bombas... e socos nas trombas.

É um filme de acção puro e duro, em que o bom mata os maus, sem interessarem bandeiras nem partidos.

Achei piada o facto que o herói NÃO fica com a gaja, ou neste caso a heróia com o gajo, acaba logo com um dos clichés deste tipo de filme e despreocupa a treta romântica que nestes filmes parece sempre martelado.

Diverte e merece ser visto.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Filmes de Sábado à noite - Jonah Hex

®Warner BrothersQuando a pergunta é "Quem se lembra do Jonah Hex?" a resposta só pode ser "Ninguém" ou então "O meu avô".

Este herói de série B da DC teve uma revista bem sucedida nos anos 70 e uma mais-ou-menos-mas-se-calhar-nem-tanto de 2005 ao presente, que tanto quanto eu consigo perceber nem tem tradução portuguesa.

Mas quase consegue. O filmezinho deve o sucesso que venha a ter aos dois actores principais, o Josh Brolin e o John Malkovich, que fazem um trabalho decente nos seus papéis.

Não é trabalho para Oscar, não vai bater recordes de bilheteira nem vai estar nos tops dos críticos.

Mas é um filme giro. Um balde de pipocas e uma tarde de Domingo sem nada pra fazer, é um filme que se vê bastante bem.

Ponto mau, a Megan Fox. Absolutamente desnecessária, aputalharam completamente a personagem só para encaixar na visão que o mundo tem da actriz. Não fazia falta nenhuma e embora se consiga perceber que tem que haver uma gaja (porque o herói fica sempre com a gaja) não precisava ser assim.

Portanto fica a nota. À falta de melhor, engole-se.

O que os grandes de Hollywood se esquecem é que nem todos os filmes tem que ser obrigatoriamente grandes produções, nem todos os filmes tem de ser o novo Senhor dos Anéis, nem todos tem que ter um orçamento maior que um país de terceiro mundo nem lucros maiores que o PIB da Alemanha...

É um filme giro, é uma hora bem passada e no geral até é bastante aceitável.

domingo, 28 de novembro de 2010

Serendipity

Muito, MUITO recentemente impedi uma agressão.
Não sei se impedi uma violação ou uma briga violenta ou lá o que é que foi, o que é certo é que ia dar merda e eu fui-me meter no meio.
Acabei a não ter que fazer nada, a minha presença foi dissuasão suficiente, mas mesmo assim já cumpriu o seu propósito.

E isto tudo por mero acaso.

Só por acaso eu estava na rua a fumar um cigarro naquele momento. Só por acaso apanhou o momento em que a Twins estava a mudar de música, o vento estava certo, não estava a chover, os candeeiros da rua estavam a funcionar e não havia mais ninguém por perto.

Por muitos acasos as coisas juntaram-se de maneira a que eu a ouvisse gritar e conseguisse correr a dar auxílio.

E se?

E se eu não estivesse naquele momento a fumar um cigarro? Só mais uns segundos e eu já tinha acabado, já tinha voltado ao meu local de trabalho, não tinha dado por nada.
E se ele se estivesse a sentir corajoso e só o aparecer não fosse suficiente?
E se ele estivesse armado?

E se, e se, e se? As variações são inúmeras e nem vale a pena pensar nisso... o resultado ia acabar a ser o mesmo, ia dar merda e alguém acabava mal.

E tudo por acaso.

sábado, 27 de novembro de 2010

Filmes de Sábado à noite - Death at a Funeral

®Screen GemsEstá é para não pensarem que é só falar bem.

Para quem acha que tudo o que é filme com o Martin Lawrence tem piada, que o Chris Rock é o novo rei da comédia, apresento-vos Morte num Funeral.

Este é um remake tão mau, mas tão mau, que o Texas Chainsaw Massacre até parece bom.

Isto foi pegar no filme original (que só por acaso é britânico), tirar as cenas melhores e exagerar ao extremo as piores.

É daqueles de chegar ao fim e chorar porque a última hora e meia perdeu-se para sempre e nunca mais volta.

É muito triste quando o melhor que se pode dizer deste remake é "as cenas que estão iguais ao original até não são más".

Péssimo, perda de tempo, desperdício de dinheiro.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Boing!

Será que alguém me explica o que é um Bing?

É que eu procurei no Google e o que me aparece é isto, e isto a mim parece-me mais Boing que bing... não é por nada.

Guerras informáticas são mais que comuns.

Temos PS3 contra XBox 360, PC contra Mac, Intel contra AMD, PES contra FIFA e mais um sem fim delas a todos os níveis de produto.

E depois temos Google contra Yahoo.

Note-se que não se chama Google contra Yahoo contra Bing, nem pouco mais ou menos!

Eu bem que tentei fazer um apanhado, experimentar umas procuras, pra ver se havia alguma coisa de jeito a dizer do Bing.

Não há.

Microsft, se é para atirar dinheiro à rua, avisem-me que eu vou lá buscá-lo!

E depois tem o nome...

Google, embora esteja errado porque a palavra correcta é googol, dá uma ideia de infinidade de informação.
Yahoo nunca percebi muito bem o que é que quer dizer, mas ou é um grito de alegria ou é um insulto, dependendo de qual versão escolhemos, ou vamos pela versão limpinha dada pelos criadores mais tarde de "Yet Another Hierarchical Officious Oracle" que numa tradução não literal deve querer dizer "É mais um daqueles motores de busca"...

Hey, não é propriamente inteligente mas pelo menos é alguma coisa.

Mas o que raio é um bing?

Se me perguntarem, cá pra mim bing faz-me lembrar aquele som do windows quando a coisa corre mal!

sábado, 20 de novembro de 2010

Filmes de Sábado à noite - Alice in Wonderland

®DisneyDos 19 filmes que o Johnny Depp fez na última década só não vi 2 ou 3 e para apostar que também vou adorar esses.

E só por aí já valia a pena ver este.

Mas tem muito mais... desde Anne Hathaway passando por Helena Bonham Carter até aos excelentes Stephen Fry e Alan Rickman entre muitos muitos mais praticamente todos os actores dão desempenhos memoráveis e só contribuem para a história. Não há martelamentos só para por esta ou aquela cara no filme (ver Bill Murray no Zombieland), não há personagens inventadas só para caber este ou aquele actor.

Adorei a ideia de uma desconhecida no papel pricipal. Mia Wasikowska não é uma cara famosa no grande ecrã, só tinha entrado em dois filmes e duas ou três séries (Bruce Willis, por exemplo, entrou em 6 filmes e mais de 50 episódios antes de atingir a fama com o Die Hard), mas no entanto tem uma prestação louvável... normalmente nestas grandes produções vê-se que o elenco famoso "arrasta" os novatos, exemplo perfeito é o Legolas no Senhor dos Anéis, o que neste caso não acontece.

O filme não tenta ser realista, o que neste caso só ajuda.

Não comete o erro do Tróia, de dar realismo a uma história fantástica, não entra no já gasto rodeio de humanizar a má da fita.

É fantasia, no seu melhor, com o já bem conhecido toque negro de Tim Burton.

É fantasia para adultos, mantendo o melhor da fantasia para crianças. Princesas, dragões, cavaleiros, animais falantes, tem de tudo.

Não sei se é um filme a não perder, mas é sem sombra de dúvida um filme a ver com atenção.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Hipercrisia - anexo



Em anexo ao último post, quando a piada deste anúncio já não fizer sentido demos mais um passo no caminho da tolerância.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Hipercrisia

Ah pois é...
Fala-se muito praí de igualdade entre os sexos, de que somos pessoas tolerantes, de que cada um faz o que quiser e não temos nada a ver com isso, de que somos todos livres...

Posto isto, eu venho falar de hipocrisia.

Nós não somos tolerantes. De facto, nós somos tudo menos tolerantes.

Algures em 2007, uma criaturazinha escreveu para um jornal americano, o Peninsula Clarion, em que entre outras barbaridades dizia que "nós temos liberdade de religião, não liberdade de nenhuma religião" ou seja, podes escolher, mas és obrigado a ter uma!

O original dizia "The United States is based on having freedom of religion, speech, etc., which means you can believe in God any way you want (Baptist, Catholic, Methodist, etc.), but you must believe."

E é alarmante a enorme quantidade de gente que concorda com esta besta!

Mas não nos ficamos só pela religião, nem pouco mais ou menos!

Ponha-se em questão a fotografia em anexo... marido chega a casa e encontra a mulher na cama... tudo aponta para um amante. Dentro do guarda-fato está... uma gaja!

Isto não passa pela cabeça de ninguém! Qualquer pessoa confrontada com a traição do cônjuge pensa automaticamente em pessoa do sexo oposto.

Nunca ia passar pela cabeça daquele homem que estava a ser trocado por outra mulher... e porquê? É assim tão difícil de acreditar?

Chico Anysio, humorista brasileiro, diz e com razão "As mulheres estão descobrindo que mulher é bom - coisa que os homens já sabem há séculos."

E para apostar que aquele homem acredita que é o mais sortudo do planeta...

E lá vem outra... homem com muitas mulheres é bem-sucedido, mulher com muitos homens é puta. Isto já há muito tempo que se ouve, numa variação ou outra.

E mulher com muitas mulheres? É o quê?

Mau exemplo para dar aqui, mas o cantor Mika diz "I've never ever labeled myself. But having said that; I've never limited my life, I've never limited who I sleep with..."

E pergunto eu, dum ponto de vista completamente analítico, qual é o problema com esta mentalidade? Porque é que isto é considerado errado?

Mas é... se alguém diz uma coisa destas nós consideramos devasso, perverso... freak.

Não, nós não somos tolerantes, não somos aceitadores de diferença.

Para rematar deixo-vos com uma simples pergunta.
Só quando nós conseguir-mos ouvir perguntas destas sem ficarmos chocados e conseguirmos responder sinceramente sem medo de represálias, sem vergonha das nossas palavras, só aí seremos verdadeiramente tolerantes...

A tua primeira vez, foi com um homem ou uma mulher?

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Séries de Segunda - Bones

®FoxBones já vai no seu sexto ano... É bones a mais.

Esta série sofre do mesmo problema de muitas que se esticam por mais tempo do que deviam, como é o caso dos correntes Supernatural e Weeds ou dos já terminados X-Files e Highlander...

O complicar só para ter mais episódios para encher chouriços.

Tinha uma boa premissa, uma especialista forense intelectual mas socialmente inepta, um agente do FBI com bom instinto mas que não é particularmente genial.
É o clássico "book smarts" vs. "street smarts" e se for bem explorado tem pernas para andar.

Junta-se a isto o facto de que é um casal e está-se mesmo a ver que eles vão acabar juntos.
Mais uns pormenores para misturar, vai-se mudando de chefes, vai-se explorando o passado das variadas personagens, arranja-se uns crimes manhosos pra resolver e a coisa até resulta... durante algum tempo.

Para quem não segue, cá vai um recap da temporada que está a estrear este ano.

O gajo arranjou uma namorada, a gaja continua enfiada no trabalho.

E levou-se 5 anos inteiros pra isto.

Já não há evolução, já não há inovação... Há uns episódios atrás, no fim da quarta temporada, houve uma doença, uma hospitalização e uma ideia de que se calhar era desta que eles iam acabar juntos... Ele acordava, ela estava à espera dele, eles juntam-se ou casam-se ou seja o que for, dá mais dois ou três episódios e pronto. Final feliz, casalinho perfeito e siga pa bingo.

Mas não. Enrola-se e enrola-se e embrulha-se e embrulha-se e já não há mais nada a dizer.

A teta já secou mas eles continuam a chupar pra ver se sai.

Acabem com essa porcaria e acabem em grande enquanto ainda há fãs suficientes... senão vai dar em cancelamento sem fim de jeito que é o infeliz destino de praticamente todas as séries dos últimos tempos.

domingo, 14 de novembro de 2010

Não percebo de cinema

Eu não percebo de cinema.
Não posso dizer que sou um Roger Ebert, não sei reconhecer um realizador sem ir ao IMDB, não consigo ver que tipo de lente é que o cameraman está a usar.

Mas, roubando uma frase de Mr. Burns, posso não saber muito de arte mas sei o que detesto.

E como toda a gente com língua, tenho uma opinião.

Considerando que a coisa que me tira mais tempo perto de vocês meu público é o grande ecrã, pensei em juntar o útil ao agradável, ou neste caso o escrevível ao visível, e falar bem ou na maioria das vezes mal, do que vê por aí nos ecrãs deste mundo moderno.

Aqui ficam duas novas rubricas dedicadas ao cinema e televisão e aos seus muitos, muitos defeitos.

sábado, 13 de novembro de 2010

Filmes de Sábado à noite - Nightmare on Elm Street

© New LineVi recentemente o remake do famosíssimo "Freddy Krueger" e tenho que admitir que fiquei bem contente.

Quem viu o novo Texas Chainsaw Massacre vai perceber perfeitamente porquê.

Não há cá tretas de bonzinho, não há o "coitadinho do mau da fita", não há tentativas esfarrapadas de explicar porque é que ele é como é.

É mau e é mau e mais nada.

Até certo ponto é refrescante. O mundo do cinema anda a levar esta tanga do anti-herói longe demais e nas direcções erradas.

O Venom no Spiderman tinha tudo para ser um anti espectacular... é um totó.
O Leatherface no TCM referido acima passou a ser um coitadinho, a culpa não é dele.

Mas porque raio é que nós temos que ter pena do mau da fita?
Porque é que há esta tentativa desesperada de justificar o facto de que nós gostamos deles? Eles são maus e pronto!

E porque é que os heróis não podem matar?

Na banda desenhada o que marca a diferença entre o herói e o anti é isto... o Punisher mata ao quilo, o Batman não mata ninguém...

Lembro-me sempre da minha saída preferida do Venom.
Em briga com o Homem Aranha ele farta-se da brincadeira e diz com toda a seriedade "Nós vamos comer os teus pulmões!". Qual nice guy qual carapuça!

O novo Pesadelo consegue.

Não é só um slasher, não é só um filme pipoca. É um mau da fita mesmo mau, é um verdadeiro demónio que não tinha razão nenhuma de existir.

Mas existe, e aterroriza... e mata.

Aconselho, no meio de tanta palhaçada que se diz "terror" este é sem sombra de dúvida uma jóia a não perder.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Fisioterapia

O sí cariño!Aparentemente hoje é o dia nacional da fisioterapia.

Logo a seguir ao dia das parteiras em 4 de Maio, ao dia mundial das tartarugas a 23 de Maio, o dia de falar como piratas a 19 de Setembro e o importantíssimo dia internacional das sanitas a 19 de Novembro, este é o dia mais importante que existe...

Nunca nos podemos esquecer do importantíssimo papel da fisioterapia na recuperação de doenças, na reabilitação de internamentos e, não menos importante, na desculpa para encher as algibeiras de médicos e brasileiras.

Fisioterapia é daquelas coisas que toda a gente fala mas ninguém tem bem a certeza o que é.
Para a maioria das pessoas fisioterapia é chegar ao consultório e levar umas massagens na zona afectada e dá cá 50 euros e até prá semana.

Para outras é ir para o alto das covas fazer ginásio de máquinas e levantar pesos, o que não é muito diferente das outras coisas que se fazem no alto das covas.


No Brasil há a diferenciação entre fisioterapeutas e fisiotratas, sendo que uns são médicos especializados e os outros são como que comparar contínuos a professores só porque trabalham numa escola.

Aqui? Aqui é tudo a mesma merda e qualquer massagista é chamado de fisioterapeuta.

Está mal. Deprecia-se uma profissão e gera-se a enorme descrença no povo...

Fisioterapeutas? São todos uns mamões e não fazem a mínima ideia do que estão a fazer, só querem é dinheiro.

Querem uma boa coisa pra fazer neste dia? Toca de passar uma lei a obrigar fisioterapeutas a ter cursos e acabar com a mama dos que não percebem nada daquilo!

sábado, 30 de outubro de 2010

FTL

Um marco em tudo o que é série espacial são os motores FTL.

Vêem em vários sabores, desde Warp até ID passando por TARDIS e mais um sem-fim de variações, com variados graus de credibilidade e mais ou menos detalhe de funcionamento.

Oras, como Eureka faz o favor de nos explicar logo no primeiro episódio (e depois esquece-se convenientemente e só se volta a lembrar na terceira temporada) a viagem a velocidades mais rápidas que a luz é impossível... e passo a (tentar) explicar.

O tempo, para todos os efeitos, é linear. O hoje vem sempre asseguir ao ontem e antes do amanhã. Essa é uma das poucas verdades absolutas do universo e uma das bases de toda a nossa ciência e matemática e afins.

Outra das verdades absolutas é que a luz, em vácuo, viaja a uma velocidade constante.
Não perde impulso, não acelera, não oscila. Na teoria da relatividade de Einstein a velocidade é o famoso "c" em E=mc2... só para perceberem que não há mesmo volta a dar, é constante e mais nada.

Oras, para uma coisa andar a uma velocidade mais rápida que a luz, estaria efectivamente a andar para trás no tempo... Pondo que a resultado seria chegar lá antes de... chegar lá.

Se o objectivo é ir daqui à Praia e eu chego lá antes da luz... eu efectivamente chego lá antes de sair daqui. E aí estou em dois lugares ao mesmo tempo.

E se depois voltar? Aí chego cá antes de ter saído de lá e antes de ter saído daqui... E já estou em três lugares ao mesmo tempo, dois deles no mesmo ponto no tempo-espaço.

E se as dores de cabeça ainda não começaram, aguentem-se.

Lá vou eu daqui à praia, a uma alegre velocidade de c+1 (que é só uma pisca mais rápido que a luz), chego lá, vou comer um gelado à beira mar e depois volto... e isto até é naquela porque a distância é curta...

E se eu for para mais longe? Ir daqui à lua leva 1.3 segundos... e daqui ao sol leva 8.3 minutos...

Independentemente do grau de bronzeado, eu vou daqui ao sol... e volto... e no entretanto passaram-se 16 minutos para trás... mas eu continuo normal. E estou 32 minutos mais velho...

Mas o resto do mundo está 16 minutos mais novo!

E isto acaba a ser uma enorme confusão, com o chegar lá antes de sequer ter saído daqui e envelhecer mais rápido que o resto do universo e ai meu deus que enxaqueca socorro!

E se for mais longe?

Daqui à estrela mais próxima são 4 anos (e tal) quando chegar cá estou 16 anos mais velho que o resto da vizinhança, e chego cá 4 anos antes de ter saído! Basta fazer a viagem três ou quatro vezes que eu venho a tempo de impedir o meu próprio nascimento... seja de propósito ou por acidente.

E aí? Se eu não nasci, não fiz a viajem e não me impedi de nascer... E é aqui que entram os paradoxos temporais.

É que se eu já sei que me vou impedir de nascer, então não vou fazer a viajem para não me impedir. Mas aí já não sei que me vou impedir e toca de fazer a viajem outra vez. E ao mesmo tempo, na mesma realidade, eu fiz e não fiz.

Portanto eu ao mesmo tempo nasci e não nasci, morri e não morri, fui e não fui e estou aqui quatro ou cinco vezes no mesmo ponto sem nunca ter existido!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sci-Fi

Para quem não sabe, eu gosto de ficção científica.
Como uma parte da minha geração cresci a ver Star Wars, Star Trek, Stargate e mais uma carrada de Stars e coisas parecidas.

Agora, uma das coisas que sempre me irritou na ficção científica é que às vezes mais parece Fantasia Científica, e quem já leu a saga Foundation do Asimov percebe perfeitamente de que é que estou a falar.

Eu percebo que o espaço é vasto, eu percebo que o que não falta praí são outras galáxias e outros planetas e por aí a fora...

Mas parece que ultimamente certas coisas que não deveria acontecer, ou pelo menos só acontecer muito raramente, são ocorrência comum por todos os cantos do espaço.

Dito isto, começo um novo Tag para as coisas erradas que aprendi com a ficção científica.

E considerando que isto é um blog português feito por um português à boa maneira portuguesa, decidi chamá-lo de Fi-Ci.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Compúteres!

Roubada daqui, portanto cá vai sem tradução, fiel ao original.

We've all seen the Bill Gates line*, "640K [of RAM] ought to be enough for anybody", so how about some wisdom from others who were a tad more accurate?

*though he denies saying it.

"A computer is like an Old Testament god, with a lot of rules and no mercy." --Joseph Campbell

"A computer lets you make more mistakes faster than any invention in human history, with the possible exceptions of handguns and tequila." --Mitch Ratliffe

"A human being is a computer's way of making another computer. Yes, we are their sex organs." --Solomon Short

"All parts should go together without forcing. You must remember that the parts you are reassembling were disassembled by you. Therefore, if you can't get them together again, there must be a reason. By all means, do not use a hammer." --IBM maintenance manual, 1925

"Computers are useless. They can only give you answers." --Pablo Picasso

"Computers will never take the place of books. You can't stand on a floppy disk to reach a high shelf." --Sam Ewing

"Don't explain computers to laymen. Simpler to explain sex to virgins." --Robert Heinlein (in The Moon is a Harsh Mistress)

"Hardware: the parts of a computer that can be kicked." --Jeff Pesis

"It was not so very long ago that people thought that semiconductors were part-time orchestra leaders and microchips were very small snack foods." --Geraldine Ferraro

"Man is the best computer we can put aboard a spacecraft ...and the only one that can be mass produced with unskilled labor." --Wernher von Braun

"No computer has ever been designed that is ever aware of what it's doing; but most of the time, we aren't either." --Marvin Minsky

"One thing a computer can do that most humans can't is be sealed up in a cardboard box and sit in a warehouse." --Jack Handey

"There is only one satisfying way to boot a computer." --J.H. Goldfuss

"They have computers, and they may have other weapons of mass destruction." --Janet Reno

"The most likely way for the world to be destroyed, most experts agree, is by accident. That's where we come in; we're computer professionals. We cause accidents." --Nathaniel Borenstein

"To err is human -- and to blame it on a computer is even more so." --Robert Orben

"Usenet is like a herd of performing elephants with diarrhea -- massive, difficult to redirect, awe-inspiring, entertaining, and a source of mind-boggling amounts of excrement when you least expect it." --Gene Spafford

"Wow! They've got the Internet on computers now!" --Homer Simpson

terça-feira, 19 de outubro de 2010

ACM

ACM Versão AmericanaDe acordo com o Diário Insular de hoje, vai começar uma mini-guerra contra o ACM, por causa de "algumas" denúncias de maus tratos e outras variadíssimas infracções.

A que mais me choca é a dos patos.

Aparentemente os jovens utentes do ACM têm patos como animais de estimação, prática muito usada na educação de deficientes por todo o mundo, já que a criação de um animal para além de ensinar sobre responsabilidade, ensina o valor da vida (animal e etcetera) e os mais variados cuidados diários que advêm de ter uma criatura dependente de nós.

Parece que por vontade de algum membro da administração ou lá o que foi, os ditos patos foram mortos por estrangulamento e dados de comer aos utentes...

Ora parem uns minutos a pensar nisto.

Pensem nos vossos animais de estimação, cães ou gatos na maioria dos casos.

Pensem naquela criaturazinha que tem um nome, que já vos deu alegrias e tristezas, que é parte integrante da vossa vida...

E agora absorvam a ideia de um ensopado de gato, ou um bife de cão para o almoço...

E mais! Alguns recusaram-se ao almoço, trazendo autorizações assinadas por pais, e não lhes foi permitido sair para comer fora! Comes a merda do pato e mai nada!

Nós sabemos que os animais comem-se. Nós sabemos que os bifes não crescem na prateleira e que as linguiças não crescem nas árvores.
Mas uma coisa é um animal criado para alimentação e outra coisa é um animal de estimação!

sábado, 16 de outubro de 2010

Pioramentos

Isto é um machete, ou como é conhecido por cá graças às guerras coloniais, uma catana.

Note-se a elegância da lâmina, a simplicidade do ângulo, o corte bruto do aço, a firmeza do cabo.

Esta é uma arma funcional, eficaz e precisa, tanto para desbastar mato como para cortar cabeças.

Um dos pesadelos mais reconhecíveis da história moderna americana é a imagem dos helicópteros caídos na Somália, com os corpos dos pilotos a serem arrastados pela multidão enfurecida.

Acima de tudo, esta é uma arma real.
Já passou o seu baptismo de sangue, já deu mais que provas da sua eficácia.

E passamos à palhaçada.

Isto, é uma "gunblade".



Embora pareça muito giro, este híbrido entre pistola e espada acaba a ser nem um nem outro... nem dá para apontar nada de jeito enquanto pistola, nem se consegue impulso suficiente para cortar mais que um cabelo enquanto espada.

O punho está completamente mal, a lâmina não tem a curvatura certa, a mão fica completamente desprotegida e aquela lasca na ponta ainda não percebi muito bem se é pra comer cracas ou raspar cera do ouvido.

O que é que dá mais pesadelos? Os pretos todos a correr rua abaixo de catana na mão atrás dos americanos, ou o resultado de uma grande noite de bebedeira no estúdio onde se filmou o Ben-Hur e o Brokeback Mountain?

O que é que assusta mais? A espada do Conan, ou o palito dos dentes do Zorro?

A imagem do viking conquistador, estripador e sei-lá-o-quê-mais-or está no subconsciente de todos nós...

Se já se sabe que o original funciona muito melhor pra que raio é que se vai mexer mais?

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Monanarkia

Isto cá pra mim não protege nadaContinuando a bater no ceguinho...

No fim do século na-sei-das-quantas tentou-se instaurar em Portugal uma monarquia constitucional, à semelhança da Inglaterra e outros que tais, aquando da subida de D. Manuel -parte dois- ao trono...

Para quem não conhece o estado político da altura, deixem-me dizer que já de raiz se via que não ia funcionar. Meses antes tinha-se levado meia família a tiro, e só não foi o Manel atrás porque Dona Amélia (a das queijadas) afastou os assassinos com um ramo de flores.

Estou mesmo a imaginar a mulherzinha de bouquet na mão à florada nos cornos de quem lhe passasse à frente!

Moral da história, qual constituição qual merda nenhuma, o Manel devia era ter visto que ninguém gostava dele e enfiado-se em casa.

Mas vejamos, nos quase dois anos que durou o reinado do puto...
O lema do Manel era "um rei reina mas não governa", que é a mesma posição adoptada por Juan Carlos, o tal de Espanha, 60 anos depois, e convenha-se que pela maioria está a dar resultado.
Fez cumprir (ou pelo menos tentou) a Carta Constitucional, que para quem vê televisão a mais é onde estão escritas as tais "Emendas" que toda a gente berra no tribunal.

Mais importante, julgo eu, é a "Questão Social"...
Vendo que a coisa não estava a correr bem para o povo tuga, o Manel fez os possíveis e os impossíveis para reorganizar por inteiro o governo e estrutura administrativa...

Em português directo? O Rei queria acabar com os tachos e pôr lá gente de jeito para o progresso do país!

E o que foi que o lixou?

Manuel II aliou-se ao Partido Socialista! Liderado na altura por um Azedo Gneco (que com um nome destes tava-se mesmo a ver que ia... azedar) e mais tarde por um tal Alfredo Aquiles (porque aparentemente "Azedo" era subtil de mais) a união monarcosocialista não conseguiu implementar porra nenhuma antes do golpe de 5 de Outubro.

Oras, se nem o rei todo-poderoso conseguiu acabar com os tachos em Portugal, como é que nós 100 anos depois havemos de ter esperança de o conseguir?

Pelo menos nasce daí um novo slogan!

Partido Socialista! A foder o país desde 1910!

Há 100 anos...

1830 mais caroço menos caroçoPor causa deste post lembrei-me da coluna da União...

Apercebi-me que, a não ser que instaurem um "Há 125 anos" nunca mais vamos ouvir falar da monarquia portuguesa. Já passou o centenário da morte do rei, já passou o centenário da instauração da república...

Acabou-se.

Olhando para Espanha, Inglaterra, Suécia, Bélgica, Dinamarca e (surpreendentemente) Holanda, não sei se não estávamos melhor antes...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O Porto é uma nação!

FêQuêPêSou só eu que acho que esta expressão é completamente absurda?

Mas isto é a ETA versão portuguesa? Querem a separação do Porto do resto do país?

O futebol faz com que as pessoas digam e façam coisas estúpidas, mas isto parece-me absurdo demais!

O que é que o porto tem pra ser uma nação? Tem governo autónomo? Hino próprio? Língua própria? Cultura em particular? Origens comuns entre o povo?

Quer dizer... até tem!

domingo, 10 de outubro de 2010

Do you want plastic with that?

Mais uma bonita...

Parece que a fotógrafa Sally Davies deixou um Happy Meal na prateleira durante seis meses.

Esta fotografia é a última da série, ao fim de 180 dias.

Aparentemente a comida de plástico não se estraga... Quem diria?

terça-feira, 5 de outubro de 2010

República

Não parece francês nem nadaFaz 100 anos hoje, a república.

Já traz a bandeira a arrastar, que a artrite não dá pra mais.
As grilhetas já voltaram ao pulso, que fica mais leve assim.
As mamas já tocam nos joelhos, que a falta de sutiã não perdoa.

O sonho que era a república portuguesa perde-se em corrupção, interesses privados, TGV's, aeroportos, submarinos e outros que tais.
Já apertámos tanta vez o cinto que ele já dá duas voltas e quando parece que não aperta mais, cortam-nos um bife de lombo, que é pra dar ainda mais um buraco na fivela.

Isto não é república nem merda nenhuma, isto é um feudalismo de roupa diferente, em que os nobres tiram cursos ao domingo, onde os pobres dão do seu próprio sangue para alimentar os ricos, onde os toucados foram substituídos por sacos azuis, onde se investe no Brasil e em Angola com gente no próprio país à fome...

Queria eu voltar ao tempo de Teófilo Braga, onde os governantes eram mortos a tiro se só fizessem asneira!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Think of the children!

Também recentemente encontrei esta e esta deixa-me numa posição mais ambígua.

Já referi praqui algures quantos anos tinha quando foi a minha primeira vez, mas sem querer entrar em pormenores digamos que era um perfeito caso para uma destas acusações.

O que gera ambiguidade é que eu sabia perfeitamente o que é que eu estava a fazer...
E nem estava perto deste, que este tinha 17!

As fantasias mais comuns entre TODOS os rapazes adolescentes são a vizinha, a professora e a mãe do amigo... é assim tão estranho que dada a oportunidade eles a agarrem com unhas e pénis? Ou era unhas e dentes?

Se eu acho que ela fez mal, sim, acho que fez mal. Mas não é porque se enrolou com o rapaz, é porque quebrou a lei.

Diz-se que as crianças crescem depressa demais, que já querem ser adultos com tenra idade, mas na minha opinião é que só as consideram adultas tarde demais.

Em Portugal, a idade de consentimento para o sexo é 14. Da tropa 16. Da carta 18.
Antigamente, praí à 60 anos atrás, quando os dinossauros andavam na terra e não havia electricidade, não era raro um "rapaz" de 16 anos já ser pai de família. Um de 20 já era homem de palavra. Quem chegasse aos 40 já era velho e aos 50 já era um milagre.
Hoje? Hoje quem tem 20 é um puto, não percebe nada da vida e ainda tem muito que aprender... Quem tem 40 ainda nem tem filhos na escola e quem tem 50 ainda nem se pode reformar.

Antigamente ficava-se quatro anos na escola e já se sabia tudo o que era preciso para viver. Hoje? Hoje são 12 e bem mais de metade é palha.
Está provado que os primeiros anos são os anos mais úteis para aprendizagem... Porque é que não lhes estamos a enfiar tralha na cabeça mais cedo? Levar um dia inteiro para pintar um desenho? Mas isto o que é? E depois surpreendemo-nos quando eles são preguiçosos... Pois então! Nós levámos os primeiros anos da vida deles a dizer-lhes que há tempo pra tudo e é tudo nas calmas!

Acho mal. Só porque agora vivemos mais tempo significa que levamos mais tempo a crescer?

Na minha opinião é-se adulto quando se chega à puberdade... Se a natureza diz que estás pronto pra criar família, quem somos nós pra discordar?

domingo, 3 de outubro de 2010

Ai não que não é

Esta foi roubada de um site de turismo francêsJá não é de agora que se encontra pelas internetes, pelas revistas e pela televisão pornografia disfarçada.
Desde tribos africanas disfarçadas de estudo antropológico, passando por pinturas (como esta) disfarçadas de obra de arte e de nudismo em público disfarçado de naturismo até espectáculos de rua disfarçados de "teatro experimental", o que toda a gente já percebeu é que o sexo vende.

E a sociedade ri-se e olha pro lado e deixa passar... Não é nada demais, é arte. Deixem as pessoas fazerem o que lhes apetecer...

Mas o que nunca nos podemos esquecer é que há uma linha (ou várias) que não deve ser cruzada.

Em pesquisa para este post descobri duas revistas, a Sonnenfreunde e a Sun Children que se baseiam em Naturismo Infantil.
Cá pra mim, ou muito me engano, ou aquilo é pura pornografia infantil.

Quem é que controla isto?

Não era caso da revista nunca ter passado do primeiro número?
Mas não, a sonnenfreunde, pelo menos, chegou à edição 240!

Será que este é mesmo um caso onde a sociedade deva só olhar pro lado? Fingir que está tudo bem? Que não se passa nada, que é só arte?

É que isto não são fotografias da Veronica Moser a comer o seu prato preferido, não, isto é crime!

É esta a mensagem que a nossa sociedade quer fazer passar?

Podes quebrar todas as regras e todas as leis, basta ter um disfarce?
Podes fazer o que te apetecer desde que aches uma boa desculpa?

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Sexualidade Pública

Rutgers UniversityRecentemente a ler as manchetes pela net encontrei esta.

Parece que o jovem foi apanhado pelo colega de quarto envolvido com outro homem e a melhor coisa que o colega se lembrou foi filmar e pôr na internet.

Este tipo de suicídios está a ficar famoso nos tribunais, porque vendo bem não se sabe de quem é a culpa nem se sabe bem qual é a acusação.

Assusta-me um bocadinho que o crime mais grave que eles arranjam para pregar ao colega de quarto só dá cinco anos de cadeia...

Quer dizer, se o irmão do Manel das Couves vai berrar para a rua da Sé que a mulher do Manel das Couves anda a pregar os cornos ao Manel das Couves com o patrão do Manel das Couves e se, por causa da notícia, o Manel das Couves se atira pra debaixo de um Serginho e fica pa tijolo, o irmão do Manel das Couves vai dentro por Homicídio Involuntário por pelo menos vinte anos!

Não seria de esperar que neste caso fosse o mesmo?

O que me chateia neste suicídio em particular é que os advogados estão a tentar transformar o caso num crime anti-gay.
Eu percebo a motivação, provavelmente acham como eu que cinco anos é muito pouco, mas vai tirar mérito ao caso.
Mas o que vai acontecer é transformar a situação numa guerra entre pro- e anti-gay e perde-se a vítima, perde-se a pessoa.

E depois fica como o Casa Pia, que já rola à tanto tempo que está-se tudo a cagar para o resultado.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Toda a gente fode

Vestido feito de preservativosA compartimentação do sexo é, para mim, uma coisa difícil de compreender.
É bizarro e é um daqueles comportamentos inexplicáveis.

Não consigo perceber porque é que ninguém fala nisso.

Não digo gabarem-se, que é o que os homens fazem quando aparecem a dizer que comeram esta e comeram aquela e que rematam às três de cada vez se for preciso, 25 horas por dia e 9 dias por semana.
Nem digo aquelas parvoíces que se escrevem na Maria, que é do mais inventado que há, como o tal "tive relações sexuais com o meu cão, será que isto é normal?".

Conversas abertas sobre sexo, ninguém tem.

E ao mesmo tempo toda a gente fala... toda a gente fala mas ninguém conversa.

Outro dia apanhei um pisco de uma conversa entre duas tias em que uma dizia à outra "estava-mos a fazer aquilo"... Aquilo o quê? Tricô?

O português tem uma dificuldade inerente em falar em sexo... Ninguém chama as coisas pelos nomes.

A princípio pensava que era por ser íntimo, uma coisa a ser falada só entre dois... mas o que mais se vê praí é raparigas e rapazes a rodarem o mais possível e até escrevem blogs sobre isso e metem fotografias no hi5. Portanto não, se se faz tanta publicidade não pode ser íntimo.

Depois pensei que fosse por uma questão de nojo (hey, eu era puto), mas o que não falta nas touradas é homens a mijar contra a parede e por várias vezes ouvi um "hoje não posso ir trabalhar que estou com diarreia"... portanto não, se essas duas ninguém evita, então também não pode ser por nojo.

Acabei por decidir que é por falta de vocabulário.
Ou vamos pelo científico de "quando o falo está erecto e a cavidade vaginal está lubrificada estão atingidos os pré-requisitos para a penetração" ou se vai pelo popularucho de "aquilo e aquilo e aquilo".

Mas é que isto é grave! Chega até à conhecida lei das multas de "boca naquilo", "mão naquilo" e "aquilo naquilo"...

Está por todos os lados e nem as revistas pornográficas escapam (estou até hoje para perceber o que raio é um zizi), nem há substitutos aceitáveis para o descrever.

E depois fui apresentado ao mundo dos palavrões!
Digamos que no meio de piças, pachachas e canzanas a desculpa de ser por falta de vocabulário foi-se com os porcos.

E isto levanta um grave problema locucional.

Não se pode dizer sexo, que é íntimo, não se pode dizer foda que é malcriado e até "fazer amor" já dá uns torcimentos de nariz.

E então não se diz. As pessoas inquietam-se para se perceber e é um tal rodear e rodear e rodear e nunca mais estacionam.

Motivados pela vergonha perdem-se verdadeiros poços de sabedoria simplesmente porque as pessoas tem custo em falar.

E chega aos casais, ao meio onde isto não devia acontecer! O que as mulheres mais se queixam é que os homens não sabem o que ou quando fazer durante o sexo, mas se lhes perguntam acanham-se e não dizem nada e está tudo bem!

É que a mim, quando estava na minha fase formativa, tinha-me dado jeito alguém com quem falar seriamente sobre isto!

O que é que se faz? O que é que entra onde? Com que força é que se aperta aqui ou ali? Quanto tempo é que dura? Pode-se parar pra beber água?

Aquela coisa dos tamanhos não interessarem, é verdade?

E mamas? O que é que é preciso saber sobre mamas?

Querem um povo iluminado? Querem uma sociedade civilizada? Levantem os tabus do sexo que metade das parvoíces que se fazem é por ignorância!

Deixo-vos com um recorte da Maria... Digam-me lá com toda a seriedade que isto não é inventado.
Sim, e vais ter um cachorro!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dualidade


Um dos sites que eu sigo com alguma regularidade é o PostSecret que pra quem não conhece recomendo vivamente e desde já aviso que o tópico de hoje não é exemplo.

Este em particular fez-me pensar numa das que, na minha opinião, é uma das fortes razões para algumas relações não darem certo.

Esta esperança de que "as coisas vão mudar depois" e a dualidade de opiniões (no sentido que eu posso fazer mas tu não podes) estragam muitos casalinhos o que, tenho que dizer, não me surpreende nada.

Acho curioso quando uma rapariga se apaixona por um gajo porque ele é todo charmoso e engatatão e depois se surpreende quando ele vai "charmar" e "engatatar" outra qualquer. Oras, se ele já era assim, estavam à espera de quê?

Citando uma frase de Dexter "E o teu ex-marido? Também estavas à espera que ele mudasse?"

A nossa sociedade vive nesta névoa, nesta ilusão de que "o poder do amor conquista tudo"... Não minha gente, não conquista.

Os defeitos que eles tinham antes de se casarem continuam a ser os mesmos defeitos depois. Não é uma argola no dedo que muda a personalidade.

O que as pessoas se esquecem e que os nossos avós sabiam é que tens que aprender a viver com isso e mai nada! Ele tem defeitos? Já sabias? Então pra que raio é que te casaste com ele?

Ao mesmo tempo acho curioso quando um homem (sim, porque graças a deus nestas coisas são sempre os homens) anda por aí com tudo o que é rabo de saia e depois fica todo chateado quando a mulher lhe faz o mesmo...

Então estavas à espera de quê? Achavas que tinhas esse direito e ela não?

Por fim, relacionando com a imagem acima, as pessoas não aprendem a não fazer, aprendem é a esconder melhor!

Acho que mais vale saberes o que ele faz e aceitares (ou ires-te embora) do que ele andar a fazer por trás.

É que um dos problemas mais graves, a prova que todos os psicólogos apresentam como o factor determinante para o fim de uma relação, é a falta de comunicação.

É que no caso acima, o noivo não vai deixar... Vai é esconder. E depois começam os sentimentos de culpa, começam os pequenos ódios porque "ela não deixa isto e ela não deixa aquilo", começam as respostas bruscas, as discussões por razão nenhuma e tudo porque ele acha que não pode confiar nela. Se ela não aceita isso (que até não é do mais destruidor que há praí) como é que há-de aceitar o resto?

Verdade verdade é que vais-te casar com o teu melhor amigo, a pessoa que vai estar lá o resto da tua vida...

Se não há honestidade, e eles ainda nem estão casados, estão só noivos, como é que isto há-de resultar?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Conversa

Roubada das internetesAcredito plenamente que as internetes estão a roubar-nos as nossas capacidades de comunicar como seres humanos minimamente inteligentes.

O pior dos piores é mesmo a escrita de telemóvel, as abrev constnts, as trokas xtupidas de letras e o limite de caract(CONTINUA NA MENSAGEM SEGUINTE)

(MENSAGEM SEGUINTE)eres impede completamente de fazer chegar a mensagem pretendida ao outro lado, ficamos sempre com a dúvida se a outra pessoa vai perceber ou não.

Bem perto, se não mesmo quase empatado, vem a linguagem à messenger.
É que LOL tás a ver, o ppl na percebe meda nenhuma!!!!!111!!!1!11
E depois kés xplicar mas não dá! Bols!!!!!11!!!!1
Fiko fdd kisto td!

Mas grave grave é quando as pessoas, e isto vê-se muito a nível empresas, se querem comunicar por e-mail e se esquecem que estão a escrever.
O erro que praticamente todos fazem é passar para o ecrã exactamente o que estão a pensar, sem ligar a forma, contexto ou forma de estilo, por assim dizer.

Piadas passam completamente despercebidas, ou são até tomadas como insulto, o sarcasmo vai completamente pela janela fora e a ironia é muito, mas mesmo muito, mais difícil de detectar.

Embora isso até nem caia mal num blog, como neste por exemplo, quando a conversa que tentamos ter é algo profissional ou pelo menos mais "sério", este modo de escrita é a receita perfeita para o desastre.

É que enquanto nos chats e nos telelés agente já espera um certo grau de parvoíce, estes casos passam completamente ao lado e mesmo os escritores não se apercebem do ninho de vespas que têm na mão.

Está provado que só metade da conversa está nas palavras que se dizem. O resto é linguagem gestual que a acompanha, inflexão das palavras, postura física, volume da voz e por aí em diante.

É da minha humilde opinião que tudo o que há de importante para ser dito deve ser dito cara-a-cara ou no mínimo dos mínimos por telefone, primeiro porque ilustra a real importância do assunto e segundo porque evita um sem-fim de confusões.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Expectativas

Imitando um pouco o que digo aqui, cá vai mais uma posta de pescada.

No ano 1700 e troca o passo, o ideal de beleza era isto.
Marie Antoinette
Esta rainha de França é a infeliz autora da conhecidíssima frase "Que comam bolachas!" e do (incorrecto) facto de ter sido nos seios dela que se baseou o design da taça de champanhe. É para todos os efeitos a loira burra mais antiga de que há memória.

Denote-se a cara de saloia, o olhar de vaca a pastar, a cabeleira postiça e a roupa tão grossa que nem dá para perceber as curvas... Se fosse hoje, esta pequena teria sorte de lavar o chão do rei, nem sequer pensar em casar-se com um.


Avançando uns séculos, baseado em uma das séries mais famosa de Beat 'Em Ups, em 1990 o ideal de beleza era isto.
Chun-Li

A primeira lutadora feminina dos jogos de computador e, se formos acreditar nos fãs do Street Fighter, o primeiro contacto feminino de muitos jovens naquela altura, Chun-Li tem a dúbia honra de ser o ícone pela qual se medem todas as outras personagens femininas que apareceram nas salas de arcada daquela década...

Note-se as ancas larguíssimas, a cintura impossivelmente fina, mamas enormes, roupa exótica e pose de "vem cá que é barato".

Os... ataques especiais... da criatura envolviam vários pontapés ao queixo de pernas abertas e outras posições semelhantes que reforçam a ideia de preço referida acima.


Hoje? Pelo que nos diz a MTV hoje o ideal de beleza é isto...
Snooki

Note-se a pele cor de laranja, os beiços de botox, o cabelo de vassoura e o geral ar de puta, que já nem barato é, é mesmo de graça.

E quem já viu a série nota também a personalidade detestável, a falta de cultura, a malcriação geral, enfim, todo um indesejado rol de "qualidades".


Não esquecer que embora à primeira vista tenha piada, o certo é que as massas imitam as estrelas.
Não se pode negar que depois de Baywatch começaram a aparecer muitas mais mamas postiças na praia e que cada vez que a princesa Diana aparecia com o penteado novo era um tal correr para o cabeleireiro só para dar dois exemplos.

É isto que nós queremos para o futuro?

sábado, 18 de setembro de 2010

Imposto Audiovisual

Há já alguns anos ajudei um amigo meu a esvaziar a casa antes da sua partida para os Continentes, uma das coisas que apareceu pro lá foram uns facturas muito giras com o logótipo da RTP, que supostamente seriam de uma taxa de televisão. Ao que parece, antigamente pagava-se para ter o luxo de televisão em casa...

Coisa que até certo ponto fazia sentido, considerando que antigamente não havia intervalos publicitários de 15 minutos e se é a televisão do povo pro povo convém que seja o povo a pagar por ela.

Oras, algo recentemente ouvi sobre a tal confusão da Contribuição Áudio-Visual.
E para quem não sabe como eu também não sabia, passo a explicar.
De acordo com o n.º 5 do artigo 5.º da Lei n.º 30/2003, de 22 de Agosto, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 169-A/2005 e pelo Decreto-Lei n.º 230/2007, de 14 de Junho, as empresas fornecedora de electricidade são obrigadas pelo estado a cobrar aos clientes esta CAV que reverterá na íntegra para a Rádio Televisão de Portugal SGPS, SA, ou seja as nossas amadas RTP e RDP.

Sou só eu que acho estranho que se pague televisão por duas vias?
Quer dizer, já não basta pagar (no meu caso) 50 euros por mês à MEO, ainda tenho que pagar mais 4 à EDA?

E já não se pode dizer que faça sentido! Agora a RTP tem contratos publicitários aos montes, já não tem produções originais, a programação é uma porcaria, os concursos são horríveis não há absolutamente nada que se salve...

E se, com a MEO, eu tenho a opção de pagar por certos canais (telecines e isso) porque é que não me dão a opção de pagar ou não pela RTP?

Simples! Porque se me for dada a opção eu não quero RTP para nada!
Não quero financiar a RTP1, a RTP2, a RTP Memória, a RTP Internacional, a RTP Madeira, a RTP Açores e muito menos a RTP África!

Se algum exemplo ilustra bem o que é o estado português, é este.

Este hábito de mentir aos contribuintes, de dizer que não, a taxa de televisão acabou e depois pimba com a CAV, mostra sem discussão possível que o nosso país está efectivamente a cagar-se para nós.

E passe a boa regra portuguesa... As moscas mudam, mas a merda é a mesma.

sábado, 28 de agosto de 2010

Ophion

Neptuno nos AçoresEm dias assim percebe-se.

No escuro da noite debaixo da fluorescência laranja dos candeeiros o mar não é azul.

Não lembra dias de verão, não lembra castelos de areia, não lembra riso e alegria.

Percebe-se porquê.

O mar não é azul, é negro. Nem a espuma que o cobre traz boas memórias.
Não é espuma de banho, com as suas brincadeiras de chapinhar na água, nem é espuma de maré, que convida ao mergulho.

Não, é uma espuma amarelada, encrespada, que lembra doença, lembra as bocas de cães raivosos, a promessa de um fim abrupto e doloroso.

Em dias assim o mar lembra morte.
Lembra destruição, lembra desastre... faz pensar que o fim chegou.

Não se sente chuva, não se sente frio, mal se sente o vento.

Mas o mar não para.

Está revolto, enraivecido. Galga a terra. Cobre o cais como se fosse só mais uma pedra, só mais um grão de areia.

Do muro que olha sobre a Silveira, quase parece que o mar está aqui, que não é preciso descer a escadaria, ou a rampa para o cais... Não parece estar dez metros abaixo, como tinha a certeza que fosse, parece que está mesmo à minha frente, basta um passo para o alcançar.

Do inconsciente primordial vem a vontade avassaladora de saltar, de me juntar a uma força maior. Felizmente a consciência ganha a batalha, as promessas sirénicas vencidas... pelo menos desta vez.

Em dias assim percebe-se... não sou ninguém e os deuses existem.
Não passo de uma insignificância, de uma formiga perante a força imparável do mar.

No cair da noite, trazido pelo vento, vem o medo.

A certeza indiscutível de que não sou poderoso, não tenho o controle.

Basta o mar querer e entregarme-ei a ele sem sequer ter tempo para pensar.

Em dias assim, percebe-se...
Em dias assim, tenho medo.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Tabacagem

Hoje na União falou-se de tabaco, de como os plantadores na Terceira estão a desaparecer.

Faz-se uma entrevista com um dos poucos que resta, um tio josé qualquer com a sua fotografia na página da frente.
Cita-se um livro lá do século 30 antes de cristo, que diz haver plantações em tudo o que é quintal, nem que seja para consumo próprio.

Mas não é isso que me mais me chamou à atenção.

O que me chama a atenção neste... atraso de vida... é que, de acordo com o redigido, as declarações do tal tio josé foram feitas à Lusa.

Sou só eu que acho isto mal?

É preciso vir uma agência noticiária com sede em Lisboa vir-nos dizer o que é que se passa no nosso próprio quintal?

O que é que aconteceu ao jornalismo? À pesquisa?

É assim tão complicado, tão difícil, tão hercúleo, ir à rua falar com as pessoas para saber o que é que se está a passar?

Porra, basta sentar na Praça Velha durante meia-hora a ouvir conversas daqui e dali para perceber logo quais são as preocupações das pessoas, para se perceber sobre o que é que elas querem ler...

As pessoas queixam-se do buraco no passeio na rua da Sé? Faz-se uma reportagem sobre isso!
Diz-se o que é que está feito, quem é que tem a obrigação de arranjar, a quem é que nos devemos queixar e o que se pode fazer para evitar...

Não é escrever como o Diário Insular, que "isto está mal e aquilo está mal e o outro está mal" e está tudo mal e é só queixumes.

Que se motivem as pessoas!

Se eu ler no jornal que tenho que me queixar ao Sr. Manuel das Couves para arranjar o dito buraco e por acaso vir o homem sentado a tomar café, vou lá e digo-lhe!

Instrução para o povo!

O pessoal fala da barriga de aluguer do Cristiano Ronaldo? Faça-se uma reportagem sobre inseminações artificiais, métodos de reprodução alternativos, fertilização in vitro... entrevistas com psicólogos, com professores primários, com pessoas que já tenham passado por isso...
Fale-se de quais são os pros, quais são os contras, fale-se de que estas crianças vão passar no futuro, quais os riscos médicos...

A semente já está plantada, está tudo a falar do Cristiano Ronaldo, aproveitem a oportunidade! Tirem daí o futebolista e instruam o povo!

Houve um acidente em cadeia na recta? Ora lá vai mais um!

Faça-se um apanhado dos maiores acidentes da terceira... Eles não tem arquivo de jornais com cem anos? Vão lá desencantar uma notícia qualquer para comparação!

Faça-se uma comparação da recta, como é que era antes, como é agora, quais são as vantagens, as desvantagens, como devemos conduzir para evitar estas situações!


O que nós temos agora não é jornalismo, é repetição...
Outro jornal ou outro órgão social fala disso e os nossos dois pasquins toca de repetir.

Tem que mudar!

Se não inovarem esta porcaria depressa os jornais vão acabar e depois onde é que eu vou buscar números de telefone de brasileiras?

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Qualidade vs Quantidade

E salvai-nos do mal, wei menQuem lê os meus escritos dos últimos tempos pode pensar que eu sou anti-tradição, o que não é bem verdade.
O que eu acho é que as pessoas usam as ideias de "tradição" e "festejo" como desculpa esfarrapada para se embebedarem e não terem que ir trabalhar.

Há festas a mais.

Tomemos como exemplo a freguesia São Mateus...

À pouco tempo acabou a festa do mar, depois há a festa da terra, a festa do terreiro, a festa das mulheres, a festa da canada do capitão-mor, a festa do cantinho, a festa da terra do pão, a festa do pesqueiro, a festa dos lavradores, a festa dos pescadores e pelo menos mais uma que eu agora não me lembro.

E isto só pra uma freguesia.

Percebo que as pessoas na sua visão católica religiosa queiram dar graças ao divino espírito santo pela boa fortuna do último ano, ou pedinchar para um ano próximo melhor... Essa ideia até é fácil de engolir.

Embora ache completamente estúpido, eu percebo que se façam oferendas aos santos, que se façam peditórios e bazares para organizar isto tudo, que se enfeitem as ruas e as casas e tudo mais que é habitual.

Mas o que é que isso tem a ver com os Irmãos Rosa a cantar até às 2 da manhã? Para que raio é que uma só festa tem que ter três touradas?

E porque é que eu sou obrigado a engolir isto sem refilar?


Mas será que ninguém percebe que não há população para isto tudo?

É que dado o tamanho da freguesia, se juntassem as nove ou dez festas em, por exemplo, duas (que fossem a do cantinho que apanha a zona de cima e a festa do mar que ficava encarregue da zona de baixo), faziam-se festas muito mais grandiosas com artistas que prestem (se o Quim Barreiros ou o Carlos do Carmo, que não devem ser nada baratos, vão às festas de São Carlos - que nem sequer é freguesia! - porque é que nos havemos de contentar com menos?), com touradas de qualidade, em vez daquelas porcarias de vacas que ficam paradas num canto quase que a pastar, e muito mais importante, com povo bastante, que encha as ruas de alegria e diversão!

Não há nada pior que uma tourada onde só há meia dúzia de gatos pingados porque está tudo espalhado pela ilha, uma pinguinha em cada festa, das 9 ou 10 que acontecem ao mesmo tempo por todo o lado.

É um absurdo, é um desperdício de dinheiro e acaba a ser inútil porque as pessoas estão tanto dispersadas que ninguém aproveita a festa na totalidade...

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Nerd Love

Roses are #FF0000
Violets are #0000FF
All my base
Are belong to you
< /poem >

Assusta-me o facto que eu achei piada a isto...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Folclores

Em relação à fotografia da página da frente de hoje, tenho opinião mista sobre folclore.

Por um lado até consigo perceber a ideia de reprodução dum período passado, de um tempo diferente na nossa história, sendo quase como uma celebração do antigo, da nossa cultura e das nossas raízes.

Mas no fundo acho que nada disso deveria interessar... Acho que sim senhor devemos aprender com o passado para não cometermos os mesmos erros e essa treta toda, mas isto de folclore pra mim exagera um bocadinho... é isso e as feiras renascentistas.

Tanta asneira que se faz só porque no passado fazia-se assim, quando estamos fartos de saber que isto ou aquilo afinal não funciona!
Antigamente atirava-se o conteúdo dos penicos para o meio da rua, lancetava-se tudo o que fosse ferida, as sanguessugas eram cura para tudo, o orgasmo feminino era uma cura médica para a loucura, comia-se sopas de cavalo cansado ao pequeno almoço, tomava-se banho uma vez por mês e mais um sem fim de idiotices...

Em vez de emularmos o comportamento da sociedade daquela época, devíamos aprender com ela como não fazer!

Se já há tecidos muito melhores, mais insuladores, mais duradouros e afins, porque é que nos havemos de vestir daquela maneira estúpida?

Se já há sapatos à prova de água, com solas ortopédicas, com apoio de arco e tudo mais, para que é que vamos usar tamancos?

E quem diz isto diz muito mais... Acho que o espectáculo folclórico é um retro exagerado, é demasiado...

Até porque aquelas roupas não são reproduções fiéis, no fundo no fundo não passam de aproximações... portanto nem se pode dizer que é igual!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Irresponsabilidade

Fotografia da página da frente da União de hoje... "Presença de limos provoca acidente".

Não, não provoca.

O que provocou o acidente do dito rapaz foi falta de atenção, falta de responsabilidade, falta de cuidado, falta de juízo e à bela moda da Terceira, falta de discrição.

E se calhar também foi falta de umas palmadas bem dadas na altura certa.

Se não se andassem a comportar como uns babuínos estas coisas não aconteciam.

Como o outro estúpido que foi arrastado pelas águas ao pé do petiska, só porque muito bêbado se lembrou de atravessar a correr de um lado ao outro da zona balnear, em dia de fortes ondas... estava-se mesmo a ver onde é que aquilo ia acabar.

Quando eu era puto, na altura em que ainda ia pra silveira, tanta vez voltei eu pra casa com joelhos esfarrapados e canelas negras... os meus pais nunca foram pro jornal chorar à frente da ilha toda!
E porquê? Porque eles sabiam perfeitamente que eu magoava-me porque andava para lá aos pinchos que nem um canguru speedado... ainda cheguei a ouvir uns quantos "é bem feito que é pra aprenderes".

Hoje? Hoje a culpa é da sociedade, é da escola, é do Bin Laden, é da polícia, é dos amigos, é da câmara, é do Cristiano Ronaldo, é da televisão e é do raio que o parta mas nunca, mesmo nunca é dos pais e dos próprios catraios.

Vivemos numa cultura infantocêntrica, estamos a pôr as crianças em pedestais e isto só vai acabar mal.

O que é que vai acontecer quando esses putos que crescem a pensar que são reis e senhores do mundo, que são génios, que são especiais, que conseguem fazer tudo o que quiserem "basta desejar com muita força e bater os calcanhares três vezes!", o que é que vai acontecer quando eles chegarem a adultos e perceberem que são só mais um idiota, só mais uma roldana na máquina, que não são mais que nenhum outro?

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Contentamento

Achei curioso em ver no jornal que a família Contente vai ser retratada em livro.

Liduino Borba conhecido pelo, calhau/testamento/"livro" História de São Mateus da Calheta, decidiu fazer uma biografia genealógica da família Contente... confesso que nunca mais me lembrava dessa.

Verdade verdade é que se alguma coisa é constante em São Mateus é o facto de que toda a gente conhece um Contente, três Pintados, dois traficantes e dez malandros.

Daí que eu estava à espera que a próxima obra dele em vez de "A Família Contente em São Mateus da Calheta" se chamasse "A Praga de Malandrismo em São Mateus da Calheta" ou "Compêndio do narcotráfico em São Mateus da Calheta" ou "Guia Turístico ao Submundo de São Mateus da Calheta" ou até "São Mateus da Calheta II - O regresso do herói"...

Mas não fazia a mínima ideia que os Contentes tinham assim tanto peso!

Até fico... Contente!

Putaria

Uma das coisas que mais se ouve é dizer que as raparigas hoje em dia vestem-se como umas putas.

Sinto-me obrigado a discordar, embora não completamente.

Somos todos produtos da nossa sociedade e até determinado nível o que é e não é aceitável muda de acordo com o que nos rodeia. Aliás, o que eu disse aqui não fica muito longe disso.

Nos anos 80, de acordo com o filme Risky Business, isto era um prostituta.Não é o Tom Cruise, é a gaja

Ainda na mesma década, roubando uma imagem de um Video Clip, a "rapariga moderna" vestia-se assim:
Porque as gajas só querem é isso

O que até não me parece lá muito diferente, mas vê-se um padrão...

As raparigas no videoclip parecem-me muito mais... acessíveis... que a profissional do filme.

E este foi só o primeiro exemplo que eu achei, tirado do chapéu às pressas.

Lembro-me de muitos outros ao longo dos tempos em que a vida real tenta superar o cinema, acabando por ficar com um aspecto muito mais aputalhado.

E é só impressão minha ou a puta até se veste melhor que as raparigas consideradas normais?

Veja-se um exemplo mais moderno...

Este é o look de uma prostituta moderna, de acordo com a Internet.

E este é o aspecto da rapariga moderna...
E estas até nem são muito novas


Não concordam que a rapariga normal até se veste pior? Com mais à mostra que a profissional?



Portanto acho que tenho que dizer que não...

As raparigas não se vestem como putas e dizer isso até é um insulto ao estilo das putas!

Mas sabem o que é que me preocupa a sério?
Seguindo a ideia que o real acaba sempre por exagerar o grande ecrã?

Hoje em dia o que aparece na televisão é isto.
Pussycat Dolls

As roupas de Amanhã vão ser giras, vão...

domingo, 25 de julho de 2010

Celebridades

RIPPara quem não conhece, Phil Harris é um dos capitães do programa "Deadliest Catch" no Discovery, o tal da pesca ao caranguejo no árctico, à costa do Alaska.

Phil Harris não tem nada para ser uma celebridade. Não é um actor, não é rico, não é lutador de direitos humanos, não é filantropo, não é político, em suma não tem nenhuma influência em particular no mundo em que vivemos nem na sociedade em geral.

Mas aparece na televisão.

É um entre muitos (6 ou 7 ou lá o que é) dos capitães dos tais barcos, portanto nem se pode dizer que é o principal.

Mas talvez seja esse o problema.

Com tanto programa estúpido à laia de Jersey Shore, The Hills, John & Kate e mais um monte de merda que por aí aparece, estamos habituados a celebridades de um certo... calibre. Ou talvez de uma certa falta de calibre.

Em Fevereiro passado morreu Phil Harris.
A pedido do próprio os seus momentos fatais foram gravados e passaram na televisão recentemente, na dita série.

Quase desde o princípio que esta série se centrou na relação entre pescadores, a maioria deles família, na dureza da vida no mar, nos perigos que enfrentam e por aí em diante. Phil achou que era um passo importante para a história, que a sua morte deveria ser mostrada como mais um capítulo naquela saga.
Até certo modo percebo.

O que me custa a perceber é a reacção do público em geral.
Só agora que o programa passou na TV quase 6 meses depois é que se estão a fazer manifestações(salvo seja), mensagem de apoio, pêsames em geral à família e afins...

Estamos assim tão desligados da realidade? Estamos assim tão agarrados à televisão que só sofremos quando ela nos diz para sofrer? Que só sabemos deste tipo de coisa 5 meses depois?

E para além disse, o que é que Phil tinha de tão especial que mereça todo este alarido? Não é nada contra o homem em particular mas...

É por ser pescador num barco de caranguejo?
No primeiro ou segundo ano da série afundou o FV Big Valley morrendo 5 pessoas e não se fez nem metade deste esterco na altura.

Quer dizer, embora seja verdade que é um trabalho arriscado eles pescam um tipo de caranguejo que é caro ao ponto de ser considerado um artigo de luxo... mais de metade dos americanos não têm carteira para estas coisas.

Trabalhar nas minas de ouro e diamantes também é bastante arriscado e não se vê nem metade deste filme quando há um acidente numa mina.

Somos mesmo assim tão ovelhas que só choramos quando nos dizem para chorar?

segunda-feira, 19 de julho de 2010

CALOR

Está calor. Está MUITO calor.

Este calor põe-me a pensar.

Não é que me ponha a pensar em nada em particular, meramente põe-me num estado pensativo.
O problema é que de tanto calor parece que não consigo concluir nenhum caminho de ideia em particular.
É abrasador, é anti-produtivo, é inquietante... é demais.

Só apetece parar tudo e sentar à sombra, se possível com uma brisa, a dormitar ou a pensar na morte da bezerra.

Não admira que no Alentejo haja a fama de não se fazer nada... com um calor destes pudera!

Também não surpreende que os maiores filósofos do mundo sejam gregos e que os maiores de Portugal sejam alentejanos... este calor só dá mesmo vontade de pensar.

Esta talvez fosse uma daquelas alturas de dizer que "no meu tempo não era assim" mas não tenho bem a certeza.

A única certeza que eu tenho mesmo é que está calor.

Com este calor não apetece deitar, não apetece sentar e não apetece estar em pé... se o frigorífico fosse grande suficiente era lá que me metia e mesmo assim não sei!

Porra, estão 40 graus na Rússia! NA RÚSSIA!!!! É a pior seca que o país vê em 130 anos... estão florestas a arder, peixe a morrer e colheitas a definhar.
E não se vê fim tão depressa.

Mas com isto tudo o que eu quero dizer mesmo é...

PORRA QUE ESTÁ CALOR!!!!!!!

sábado, 26 de junho de 2010

Sanjoaninas 2010

E chegamos (praticamente) ao fim de mais um ano de sanjoaninas.

A opinião geral é de que a festa tem vindo a piorar de ano pra ano e sinto-me obrigado a concordar.

Para tentar evitar a estagnação do que é, no fundo, uma festa de freguesia em ponto maior, tem-se vindo a inovar cada vez mais.

E parece que quanto mais se inova mais merda sai.

Primeiro foi a treta de acabar às duas da manhã.
Sanjoaninas não é Festas da Praia. Não é festa para a pseudo-burguesia que tem que ir trabalhar cedo no dia seguinte portanto toca de acabar cedo.
Sanjoaninas é festa de bêbados, de estudantes de férias, de emigrantes, de tarrassos, de povo de rendimento mínimo.
Sanjoaninas é e sempre foi festa de pobre. Festa de quem sabe se divertir porque não há mais nada a fazer, festa de quem goza a vida um dia de cada vez porque amanhã pode ser o último. Festa de quem vai trabalhar de ressaca e de directa, de quem vai dormir prás aulas, de quem fica a dormir na valeta ou nos bancos do jardim ou no relvão ou seja onde for...

Depois veio a divisão da festa em zonas.
Já não há concentração na rua da sé durante os desfiles e concentração no bailão mais tarde, agora é uma mão cheia de palcos e ruelas que divide e dispersa tornando uma festa que já era relativamente pequena numa miséria que quase não aparece.
Saí no dia das marchas e nunca antes tinha visto a rua direita sem ninguém às 9 e meia da noite.
Enquanto que a ideia de assegurar espectáculos diferentes para interesses diferentes parece boa, esquecem-se que não há público para isso tudo. E se não há público os artistas actuam com menos interesse, os concertos acabam mais cedo, o que por si faz com que se beba menos e por lógica se gaste menos.
Já para não dizer que há muito mais área para cobrir... quando eu era puto o arraial acabava no alto das covas. Depois havia o bailão e os carrinhos, mas eram isolados.
Agora? Agora há luzes e barracas até à RTP... é demais, não há povo para tanta área.

Seguindo desta bela ideia de concertos pagos.
Eu tinha em casa programas das festas dos anos 80... praí até 88.
Havia 1 cabeça de cartaz. 2 no máximo.
Agora querem encher todos os dias com um nome sonante e é claro que a comissão não tem dinheiro suficiente para pagar... ou se perde qualidade ou se aumenta no preço e é um tal ver os lotes das tascas mais caros, o que tornam as bebidas e as comidas mais caras, o que se reflecte em... menos povo.

Querem transformar uma festa do povo e pro povo numa máquina de fazer dinheiro e é mais que certo que não está a funcionar e nunca vai funcionar.

Acho que escolheram o logotipo perfeito para este ano.

O ideal das festas, Sanjoaninas com havia de antes e tudo isso que associávamos a esta festa... voou.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

CV

Get it?Aqui há uns meses estava a ajudar um colega a compor um currículo, fui buscar um template à net algures, acho que à Europass, não tenho bem a certeza.

Gostei do modelo porque é simples, eficaz e conciso.

O que me põe a pensar... porque raio é que os cv's tem sempre tanta palha?

Eu sou um futuro patrão, tenho uma pilha de praí 500 currículos à frente... se eu encontro um com quarenta páginas, é logo de atirar pro lado!
Ou este gajo é mesmo muito bom e eu não tem dinheiro para lhe pagar, ou então é só tanga e não interessa pra nada!

Foi daquelas coisas que sempre me fez confusão quando eu entrei para o mercado de trabalho, toda a gente me dizia "tens pouca experiência portanto põe tudo o que te lembres!"... mas pra quê?
Quer dizer, OK que é Vitae, mas não precisa de pôr lá a vida toda!

Então um bom patrão não vai dar por isso que é só para encher chouriços?
E se não der? Será que eu quero mesmo ser contratado por este gajo?

Será que eu quero mesmo trabalhar para um patrão que se deixa enganar por volume de texto e nem consegue perceber o valor dos funcionários que tem?

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Cada macaco no seu galho

Disneys 'R UsJá há algum tempo aluguei este no videoclube, e como todos os DVD's que compro/alugo vi tudo o que era documentários e extras que havia pra ver.

Os making of's deste dão-me uma bela prova que quem não percebe de um determinado assunto deve-se manter no seu galho em vez de ir arrotar postas de pescada para o meio da rua.

E não façam essa cara que eu sei que todos vocês vêem desenhos animados, nem que seja com a desculpa que é pros filhos!

Para quem ainda não viu cá vai uma explicaçãozinha.
Um imperador azteca é alvo de uma tentativa de assassinato pela sogra ou avó ou madrasta ou lá que raio de merda é, só que em vez de veneno ela agarra uma poção que o transforma numa alpaca. Ou num lama, agora não interessa.
Aparece um lavrador ou lá o que é e ele segue a sua "quest" de se transformar outra vez num humano e pelo caminho aprende o valor da amizade e todas essas tretas que há em exagero nos filmes da Disney.

Voltando à vaca fria, a velha quando descobre que o gajo não está morto agarra o frasquinho e repara que a etiqueta estava amarrotada... em vez de uma caveira, tem um desenho do dito animal.

E o realizador diz que não percebe porque é que as pessoas acharam tanta piada à cena, que era só uma maneira de explicar como é que ela se enganou.
E é uma das cenas mais engraçadas do filme.

Em vez dessa a cena que o comentarista mais gostou foi esta, mais ou menos aos 2:17



A explicação dele é que aztecas a dancar Riverdance não faz sentido nenhum, porque as culturas nunca se encontraram...

E esta é uma das cenas que se ninguém chamasse a atenção, nem se dava por ela.


E agora pergunto eu: O que raio é que se passava na cabeça dos executivos da Disney quando puseram este gajo à frente do filme?

Mas isto é tudo estúpido ou quê?

Não, não... faz perfeito sentido... Para além de ser um gajo que não tem sentido de humor nenhum, parece que é um novato na Disney, e até nem tem muita experiência com animação!

Faça-mos uma analogia... Num barco no alto mar o capitão cai borda fora...

Quem é que vamos pôr a substitui-lo?

O papagaio, claro!

sábado, 29 de maio de 2010

Estados de espírito

Só num pequeno à parte, devo dizer que isto de blogalhar é um bocado como escrever música.

Se o cantor está apaixonado saem baladas de amor e se ela acabou com ele saem canções de desespero e suicídio. Se é pobre são canções anti-Bush, se é rico são raps de putas e carros.

Como tal, não pensem que esta minha nova onda de introspecção e profundismos é para se manter!

Os comentários mordazes e avacalhadores vão voltar, bem como as actualizações ao DPS...

É tudo uma questão de estado de espírito e neste momento encontro-me com um espírito contemplativo, esperemos não por muito tempo.

Sebo

Como infelizmente já toda a gente sabe o partido comunista está pelas últimas. Já não há povo em Portugal,a classe baixa já é só pobres e pequena burguesia. Já não há lavradores, agora são latifundiários.
Perdemo-nos com títulos e esquecemo-nos que somos a base deste país.
E para além do mais a influência americana ensina-nos que os comunistas são papões que comem criancinhas e envenenam a nossa juventude.
Aliás, foi por isso que eles inventaram o McDonald's, já que é para envenenar a juventude que seja com veneno made in USA!

E se isso é verdade a nível país, mais ainda a nível Açores.

A Coligação Democrática Unitária é composta pelo partido comunista e pelo partido ecologista de Portugal... o que só diz mal dos dois, porque nenhum é forte suficiente para se aguentar sozinho. Acho que também tem qualquer coisa de uma Independência Democrática, mas desses eu nunca ouvi falar.

Passando estes parágrafos de exposição, toda a gente concorda que um político vê-se à distância.

O sorriso amarelo, as promessas infundadas, o brilho do enxofre da alma vendida ao Diabo, no fundo todo aquele ar gorduroso que nos faz olhar e dizer que aquele filho da puta é político de profissão.

No meu trabalho lido com vários políticos (quem me ouve falar até parece que sou alguém importante que anda a beber copos com o primeiro ministro) e recentemente cruzei-me com Aníbal Pires, líder regional ou lá o que é da mencionada CDU... e o homem não me pareceu um político... Dá um ar de Doutor, sim, mas não tem aquele olhar vazio de político.

O problema é que não consigo perceber se isto é bom ou mau!

Se o líder da coligação não parece um político, o que é que isso diz da coligação em si?