
Muita gente se espanta quando descobre duas coisas acerca do homem que nasceu Vincent Furnier em 1948.
Primeiro, que é um exímio jogador de golf, com um handicap entre 3 e 4, tendo inclusive escrito (ou participado na escrita) de 3 livros sobre o assunto.
Segundo, que é cristão.
Mas não é daqueles católicos de trazer por casa, que só vão à missa quando morre alguém, ou quando há um baptizado ou um casamento ou o caraças.
Não, ele é daqueles cristãos crentes que vão à missa todos os domingos e reza várias vezes, não só quando quer alguma coisa.
Não sei porque é que as pessoas se espantam.
Aliás, sei. Sei e percebo e acho absolutamente estúpido.
Lembro-me, há já algum tempo, talvez uns 7 anos, havia uma novela portuguesa em que um dos actores tinha problemas de droga e roubava à família e o caraças.
Vi uma entrevista com esse actor em que ele se queixava que as pessoas o abordavam na rua e o acusavam disto e daquilo.
A cegueira abunda nas artes.
O que digo daquele actor digo do "nosso" Alice, há que ver a diferença entre o papel desempenhado, o espectáculo, a imagem que a profissão exige, e o que a pessoa realmente é.
Deixo um exemplo antigo, que retracta exactamente o que estou a tentar dizer.
Um dos galãs mais famosos dos anos 10 e 20 que há memória é Ivor Novello. Pode-se dizer que era o Brad Pitt dos seus dias, mas mesmo assim é uma fraca comparação.
Dezenas de mulheres perdiam a cabeça por ele e dezenas de homens tinham inveja dele.
Acontece que este sex symbol funcionava exactamente ao contrário.
Perdia a cabeça por dezenas de homens e tinha inveja de dezenas de mulheres.
Parece que as pessoas tinham dificuldade em perceber que embora ele fosse um engatatão no grande ecrã, era introvertido, envergonhado e muito gay fora dele. Durante 35 anos foi companheiro do actor Bobbie Andrews, pelo que não estou a revelar segredo nenhum.
Os ditados tem sempre um fundo de verdade, e acho que aqui se aplica perfeitamente "O hábito não faz o monge" e "Um livro não se julga pela capa"
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